Por que tenho dor de cabeça quando uso rabo de cavalo? Devo me preocupar?
Toda vez que coloco um elástico no cabelo já fico alerta, pois sei que a dor de cabeça deve aparecer. Esse penteado sempre me incomoda e fico perplexa ao ver que tem gente, tipo a Ariana Grande, que passa a vida com o cabelo preso.
Comecei a minha pesquisa descobrindo que a dor de cabeça não é algo tão simples assim. Apesar de ser muito comum --a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 90% das pessoas do mundo inteiro sofrem ou já sofreram deste problema --, ela não é sempre igual.
Quem não é médico sempre apelida de dor de cabeça, mas há mais de cem tipos de cefaleia e até uma classificação internacional para ajudar os médicos a identificar cada uma delas. Inclusive, tem uma específica que é chamada de "ponytail headaches", que seria algo como "dor de cabeça do rabo de cavalo", em tradução livre do inglês.
A dor ao prender o cabelo é uma experiência pontual para cada um: tem quem não se incomode em colocar os fios para cima, e tem quem sofra desse mal. "Quem se incomoda com dor de cabeça por causa do penteado sente uma dor bem onde está o elástico. Ao amarrar o cabelo você puxa o couro cabeludo e traciona o músculo da região, como se tivesse tentando 'descolá-lo' do osso, e isso causa dor," explica Sandro Luiz de Andrade Matas, neurologista da Rede de Hospitais São Camilo, em São Paulo.
Quem tem cabelo muito comprido sofre mais?
O tamanho do cabelo não faz muita diferença, mesmo se as madeixas estiverem com um estilo Rapunzel, os fios não são pesados o suficiente para aumentar a dor. A tração é de fato a maior responsável pelo sofrimento.
Uma boa para evitar o desconforto é deixar a "chuchinha" mais frouxa, diminuindo a tensão na cabeça e evitando incômodos. "E a lógica pode ser a mesma para quem tem dores com tiaras, faixas ou até hijab", comenta Matas.
Se mesmo assim a dor surgir, tire o "frufru". Caso a dor desapareça em cerca de uma hora, ótimo, o problema deve ser pontual e você só precisa evitar esse penteado ou dar menos voltas com o lacinho. Ao soltar os fios, uma massagem de leve na região pode ajudar a aliviar. Agora, se o problema persistir, é necessária uma avaliação.
Quando procurar um médico?
É preciso ficar alerta e visitar um médico quando a dor for constante. "Ter mais de três dias de dor de cabeça no mês já é demais. Um neurologista pode examinar o que está acontecendo, identificar os gatilhos e sugerir um tratamento para evitar a dor," diz Marcio Nattan, neurologista e coordenador do centro de cefaleia do Hospital Samaritano, em São Paulo.
A dor ao usar rabo de cavalo também pode ser sinal de um problema maior. "Quando você tem uma enxaqueca, cefaleia ou neuralgia, por exemplo, o programa de sensibilidade do corpo fica alterado e a gente tende a sentir dor em estímulos que não eram dolorosos antes, um fenômeno chamado de alodinia", afirma Nattan.
Ou seja, mesmo que normalmente prender o cabelo não cause irritação nenhuma no seu organismo, se você estiver em uma crise de enxaqueca discreta, o rabo de cavalo vai potencializar a dor. "As dores de cabeça alteram a sensibilidade, você fica mais sensível à dor, os estímulos que não eram dolorosos passam a ser", completa Nattan.
Portanto, se a dor foi persistente, vá ao médico para avaliá-la e realizar o tratamento adequado, que pode variar de mudanças comportamentais a remédios, procedimentos com botox ou até tratamento cirúrgico.
"O importante é ter ajuda de um profissional e não ficar só tomando analgésico sem parar. Para você ter uma ideia, existe um tipo de dor de cabeça que é por uso de analgésico. Depois de um tempo de consumo constante o organismo diminui o tempo de ação do remédio e a reação é de agravar a dor ao invés de curá-la", explica Nattan.
Quando antes o diagnóstico for dado, maiores são as chances de um tratamento eficaz. Pois é, um simples rabo de cavalo pode desvendar todo um mundo de sensibilidade e reações no seu organismo. Se cuide para continuar batendo o cabelo por aí.
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