Remédio contra HIV é eficaz em doenças do envelhecimento, diz estudo
Um estudo publicado no periódico científico Nature mostrou que um medicamento de HIV pode ser eficaz no tratamento contra doenças ligadas ao envelhecimento, como o Alzheimer.
"Isso é promissor no tratamento de desordens associadas à idade, incluindo a doença de Alzheimer", disse John Sedivy, um dos autores do estudo. "E não apenas a doença de Alzheimer, mas muitas outras doenças: diabetes tipo 2, Parkinson, degeneração macular, artrite, todas essas coisas diferentes. Esse é o nosso objetivo".
Os cientistas fizeram os testes em camundongos e descobriram que o tratamento de HIV reduz significamente a inflamação relacionada à idade e outros sinais de envelhecimento.
Os pesquisadores descobriram como acontecem as inflamações das células velhas. De acordo com os cientistas, sequências de DNA são capazes de se reaplicar e se mover para outros lugares.
A equipe mostrou que uma classe chamada L1 "escapou" do controle celular e começou a se replicar em ambas as células senescentes-células velhas que não se dividem mais em ratos velhos.
No trabalho científico, a equipe mostrou que as cópias de L1 são detectadas por uma resposta imune antiviral e desencadeia a inflamação nas células vizinhas.
"O uso de medicamentos que inibem uma enzima chamada de "transcriptase reversa" (usados em pacientes com HIV) impede esse processo inflamatório e podem ser considerados como novos alvos terapêuticos para o envelhecimento e doenças neurodegenerativas", ressaltou Stevens Rehen, cientista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino.
Relação com HIV
As cópias de DNA L1 precisam de uma proteína específica chamada transcriptase reversa. O HIV e outros retrovírus também exigem que as proteínas dessa proteína se repliquem.
No ano passado, pesquisadores que a capacidade do AZT, primeiro medicamento desenvolvido para tratar HIV, em interromper a transcriptase reversa que ocorre não só no vírus como nas mudanças de DNA das células neuronais, processo que leva à produção de proteínas beta-amiloides.
Os atuais coquetéis multi-medicamentos usados para tratar ou prevenir o HIV ainda contêm inibidores específicos da transcriptase reversa. Os autores pensaram que esta classe de drogas pode impedir a replicação do L1, semelhante ao vírus, e assim prevenir a resposta imune inflamatória.
Teste com proteína
Os pesquisadores testaram seis diferentes inibidores da transcriptase reversa do HIV para verificar se eles poderiam bloquear a atividade do L1. Uma droga genérica contra HIV, a lamivudina, se mostrou eficaz pelos baixos efeitos colaterais.
O crescimento de células humanas na presença de lamivudina não teve impacto quando as células atingiram a senescência ou as mataram.
"Quando começamos a dar este remédio para o HIV a ratos, notamos que eles tinham esses incríveis efeitos anti-inflamatórios", disse Sedivy.
Embora os resultados sejam promissores, ainda é necessário mais estudos para investigar a relação entre HIV e doenças do envelhecimento.
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