Conheça cinco dores muito fortes que uma pessoa pode sentir um dia
Dor de dente, de cabeça, muscular, cólica, câimbra... Ao longo da vida enfrentamos diversos tipos de dor. Umas são mais fortes e outras mais fracas, mas isso depende muito da tolerância que cada pessoa tem para determinada problema. No entanto, existem algumas dores que são muito fortes e dificilmente alguém que já sentiu vai dizer: "É bobagem". A seguir, listamos cinco delas
Neuralgia do trigêmeo
É uma dor desencadeada pelo nervo trigêmeo, que fica localizado dentro da cabeça e leva esse nome por ser composto de três ramos: o primeiro que enerva a região até o olho; o segundo até a região do maxilar e o terceiro até a mandíbula.
O problema costuma afetar um lado da face e é caracterizado por uma dor que lembra um choque com fortíssima intensidade e de curta duração. Geralmente, a neuralgia do trigêmeo afeta uma ou mais divisões do nervo, sendo que os ramos maxilar e mandibular são os mais atingidos frequentemente.
A dor pode surgir espontaneamente ou em atos comuns no dia a dia, como lavar o rosto, escovar os dentes, falar, beber líquidos ou comer. Uma das principais causas é a compressão do nervo trigêmeo que, boa parte das vezes, ocorre por conta de um vaso sanguíneo e mais raramente por tumores. Essas pressões podem danificar uma camada protetora do nervo, causando uma espécie de curto-circuito, que é o disparo para a dor.
Cefaleia em salvas
É um tipo de dor de cabeça mais intenso e raro. O incômodo ocorre somente de um lado da cabeça --a pessoa geralmente tem a impressão de ocorrer no fundo e ao redor do olho. As crises são acompanhadas por sintomas como fraqueza da pálpebra, diminuição do tamanho da pupila, lacrimejamento, vermelhidão ocular e coriza (nariz escorrendo). Esses sintomas ocorrem do mesmo lado da dor.
Outra característica importante da cefaleia em salvas é o ritmo das crises, que varia de 15 minutos a três horas. É comum apresentar dores durante algumas semanas e depois ficar meses sem sentir nada. Já quando o problema se encontra no estágio crônico, pode ser que o período de melhora não aconteça, ou seja, a dor aparecerá todos os dias.
Cálculo renal
Popularmente conhecido como pedra nos rins, o problema nada mais é do que a formação de pequenos cristais --geralmente à base de cálcio, cistina, estruvita ou ácido úrico -- dentro dos rins e que pode, em algum momento, descer pelos ureteres, bexiga e uretra.
A forte dor aparece por causa da obstrução na via urinária quando os cristais caem na pelve renal e vão para o ureter, uma vez que bloqueia a passagem da urina e o rim dilata. À medida que o cálculo desce pelo ureter, as cólicas se intensificam, mas acalmam se a progressão for interrompida por alguns minutos, voltando a doer quando ele se movimenta novamente.
Lesão medular
Ocorre quando a medula espinhal --nervos que transmitem informações do cérebro e estão protegidas pela coluna -- sofre um dano, que pode vir por conta de um trauma, alguma doença inflamatória ou por malformação genética.
Os sintomas dependem da gravidade da lesão e da sua localização na coluna, podendo incluir perda parcial ou total dos movimentos, de braços, pernas ou do corpo, de forma temporária ou permanente. E juntamente com a lesão medular, surge uma dor crônica quase que permanente, de difícil tratamento e que pode ser atribuída aos neurônios afetados, que entram em uma espécie de "curto-circuito", levando informações dolorosas para o cérebro.
Parto
A dor do nascimento pode ser dividida em três momentos: dilatação, expulsão do bebê e da placenta.
O primeiro é o mais longo (geralmente dura de oito a 18 horas) e é caracterizado pelas contrações rítmicas, que inicialmente são menos intensas e mais espaçadas entre si. Conforme o trabalho de parto evolui, se tornam mais fortes e o tempo entre elas fica menor. A contração é uma sensação de pressão que se inicia na região lombar e é semelhante a cólica menstrual. Ela ocorre porque a musculatura do útero está se contraindo para que o bebê possa sair.
Quanto a expulsão da criança, o momento é dolorido porque a cabeça do bebê está pressionando os órgãos pélvicos. Por fim, há uma dor pouco intensa que decorre da expulsão da placenta.
Fontes: Cláudio Corrêa, neurologista e coordenador do Centro de Dor e Neurologia do Hospital 9 de Julho, em São Paulo; João Paulo Bezerra Leite, diretor científico do Comitê de Dor e Regeneração Tecidual da Sbed (Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor); Marcos Leal Brioschi, professor de termografia do Ambulatório de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HCFM) da USP (Universidade de São Paulo); Marcus Yu Bin Pai, fisiatra, especialista em dor e acupuntura e pesquisador do grupo de dor do Departamento de Neurologia do HCFMUSP; Alexandra Raffaini, especialista no tratamento da dor e em medicina intervencionista da dor e membro da Sobramid (Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionista em Dor); André Mansano, médico intervencionista da dor e especialista em tratamentos de dores crônicas; e Luciane Balbinot, fisiatra e neurofisiologista.
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