Pastas de dente clareiam o sorriso? E bicarbonato? Qual é o melhor método?
Independentemente de onde você esteja no mundo, dentes brancos são considerados o padrão de beleza para a maioria das pessoas. E não faltam opções de produtos e técnicas que prometam o sorriso perfeito --desde métodos caseiros como o uso de bicarbonato de sódio até os procedimentos mais modernos feitos em consultórios.
As táticas mais comuns e acessíveis, no entanto, continuam sendo algumas pastas de dente que prometem um clareamento sem riscos. Mas será que elas realmente são capazes de mudar a coloração dos dentes?
Creme dental clareia o sorriso?
A verdade é que os cremes dentais são pouco efetivos para promover mudanças significativas, já que só conseguem fazer uma remoção superficial de tingimento decorrentes de fatores como alimentação, tabagismo e placa bacteriana. Isso acontece por que o peróxido, substância geralmente usada para promover o clareamento, só está disponível em uma concentração de cerca de 2% nas pastas --enquanto no consultório odontológico, o número chega a 35%, alto o bastante para agir na pigmentação intrínseca (que está na estrutura interna) do dente.
"O valor presente nas pastas é uma medida de segurança. Como é difícil controlar o produto para que não ultrapasse o espaço dos dentes, se os pacientes manuseassem uma concentração alta de peróxido sozinhos, provavelmente se queimariam, causando danos como úlcera nas gengivas", explica Luciane Kraul, dentista e mestre pela USP (Universidade de São Paulo).
Como cada pessoa apresenta uma tonalidade diferente na arcada dentária, para alguns, pode, sim, ajudar em uma mudança positiva. "Os jovens com dentes mais brancos dificilmente verão resultados. Mas em pessoas mais velhas com dentes amarelados --especialmente fumantes --, depois de um tempo de uso contínuo é possível, sim, que ocorra mudança sutil na coloração", indica Giuseppe A Romito, dentista e professor de periodontia da Faculdade de Odontologia da USP (Universidade de São Paulo).
Se esse é o seu caso, não se preocupe muito com qual creme escolher. De acordo com os especialistas, a maioria das pastas contém a mesma porcentagem de peróxido.
E as pastas coloridas ou com carvão?
Hoje em dia, algumas pessoas apostam em cremes dentais com carvão ativado para clarear o sorriso. No entanto, uma revisão de mais de cem artigos publicada no Journal of the American Dental Association concluiu que não há evidências suficientes de que o uso desses produtos seja vantajoso para a higiene bucal ou o clareamento dos dentes, mesmo que superficial.
Tanto os produtos com carvão ativado quanto os coloridos não atuam na pigmentação intrínseca do dente e seu "maior poder" de clareamento muitas vezes se dá por uma ilusão de ótica, pois eles têm partículas na fórmula que causam a impressão de um sorriso iluminado diante da exposição à luz, mas não há clareamento real.
E os métodos caseiros?
Esqueça o bicarbonato de sódio. Assim como qualquer produto que causa abrasão, a substância não tem o poder de quebrar o pigmento que escurece os dentes. Mais: ela desgasta a superfície dentária e, se usada com frequência, pode causar hipersensibilidade e prejudicar a gengiva.
Também não vale tirar nenhum alimento da geladeira e esperar que faça a mágica. Apesar de morangos serem apontados por algumas pessoas como "poderosos" para ajudar no clareamento, a fama não passa de um mito.
Então, qual é o melhor método para clarear os dentes?
O mais efetivo ainda é o clareamento feito no consultório com o dentista e complementado com o uso do produto liberado para o tratamento caseiro, que tem menos peróxido e deve ser utilizado durante um período entre uma semana e 15 dias, de acordo com a orientação profissional. "Alguns trabalhos científicos mostram que só o tratamento caseiro já é bastante efetivo, mas um dentista deve avaliar seu caso", informa Romito.
Ambos os tipos, no entanto, devem ser realizados de forma controlada, durante o tempo certo, e com um profissional que saiba o ponto de saturação do seu dente. Para evitar danos, não é aconselhado parar um tratamento no meio, e depois de um tempo, começar de novo. "Esse retoque é prejudicial, assim como a aplicação mais de uma vez ao ano, que pode causar sensibilidade. O ideal é que se o paciente quiser refazer o procedimento, espere entre 4 ou 5 anos, para que realmente aconteça mudança", esclarece o especialista.
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