Ela focou na dieta e conseguiu definir corpo em 60 dias para curtir viagem
Resumo da notícia
- Nathalie Carillo, 36, sofreu durante muito tempo com o efeito sanfona
- Ela não conseguia reduzir o percentual de gordura corporal mesmo investindo em "centenas" de dietas
- Querendo viajar para Disney e Cancún com o corpo dos sonhos, fez reeducação alimentar por dois meses com muita disciplina
- Resultado: eliminou cerca de 7 kg, perdeu gordura e recuperou a autoestima. A seguir, ela conta como chegou lá:
"Sempre fui uma criança gordinha. Era aquela coisa: não era obesa, mas ao ver minhas fotos não havia dúvida de que eu estava acima do peso. Com nove anos já pesava 64 kg.
Sei que isso me incomodava, mas quando criança não me atentava. O que eu sabia de fato era que era chata pra caramba para comer. Minha alimentação se baseava em ovo, carne, arroz, beterraba e tomate --o ovo ficou como queridinho e não largo até hoje. Você pode pensar: 'Ah, mas são coisas saudáveis.' Sim, mas eu também exagerava na fritura.
Não variar em nada o cardápio era difícil para mim. Eu ficava desesperada quando ia almoçar na casa das amigas sem saber o que teria.Não me esqueço do dia em que a mãe de uma delas serviu alcachofra e quase morri para engolir.
Com o passar dos anos entendi que estar acima do peso me chateava, via que meus pais eram mais cheinhos e não queria seguir o padrão. Quando completei 17 anos resolvi comprar livros de nutrição e entender qual era o poder dos alimentos. Foi assim que aprendi um pouco da necessidade de comer de forma mais variada e resolvi mudar meu paladar.
Eu me forcei a provar e investi em um menu diferente, mas não abri mão da fritura, só reduzi as quantidades. Também comecei a treinar e me apeguei ao funcional. Tudo foi dando certo e cheguei a pesar 52 kg.
Quando emagreci, fiquei tão maravilhada que achei que podia voltar a comer de tudo novamente. E assim dei início a um longo período de efeito sanfona"
Perdia 5 kg aqui, ganhava mais 5 kg ali, ficava nesse vai e volta. A situação desandou mesmo quando eu, que sou carioca, fui morar em São Paulo depois de meu marido ser transferido. Tinha vinte e poucos anos e estava em uma cidade nova, sem conhecer ninguém. Como entretenimento, saía para comer, é claro. Nessa brincadeira de conhecer restaurantes paulistanos e ficar muito tempo em casa engordei cerca de 8 kg e voltei para os meus odiados 64 kg.
Fiquei mal, chateada, deprimida, minha autoestima que estava no pé foi para debaixo da terra, mexeu com meu emocional. Tentei de tudo: fórmula, dieta da lua, dieta da sopa, arrastei meu irmão para um SPA com 600 calorias por dia. Até emagrecia, mas não mantinha o peso. Tenho a impressão de que passei quase todos os meus 36 anos de vida nessas subidas e descidas da balança.
Até que em 2018 a solução apareceu na minha cara: conheci um projeto de reeducação alimentar e emagrecimento que durava dois meses. Casou com o fato de que em 60 dias eu viajaria para a Disney e queria emagrecer até lá. Então, topei o desafio.
Logo na primeira semana perdi 4 kg e 9 cm de cintura, mas não foi fácil. O início é uma fase de desintoxicação, então precisei ficar sete dias sem açúcar, farinha, sal, café, um monte de coisa, nem treinar é recomendado. Meu desjejum eram três claras de ovo, meia banana com canela e chá; no almoço e jantar eram 85 gramas de uma fonte de proteína, 85 gramas de uma fonte de carboidrato e legumes e verduras liberados. Eu investia em frango com abobrinha e azeite, e revezava com tomate, alface, brócolis ou aspargos. Nos lanches entre as refeições tomava um suplemento com proteína e caseína.
Foi sofrido, o mau humor atacou, mas eu não passava fome, era mais vontade de comer besteira. O que me ajudou muito foi um grupo no Facebook e Whatsapp com pessoas fazendo a mesma dieta, a gente desabafava, se motivava e se apoiava, essa troca me deixou mais segura e me deu uma sensação de responsabilidade, que não poderia abandonar meus amigos nessa missão. Vale ressaltar que o plano alimentar é montado por especialistas e nós recebíamos orientações o tempo todo, não era uma dessas dietas malucas.
A segunda etapa deu uma aliviada: pude voltar para a academia, pois precisava aumentar o gasto calórico. Também entrou no cardápio um suplemento que ajuda na saciedade e é docinho, o que me ajudou a não sentir falta do meu --até então -- amado açúcar, além de uma fórmula com gengibre e pimenta para acelerar o metabolismo. No cardápio ainda pude acrescentar quinoa e gema do ovo. Eu não enjoo de comida e fiquei fazendo uns pratos parecidos mesmo com outras opções liberadas.
Na fase final deslizes são permitidos. A ideia é ser um teste de como vai ser sua vida cotidiana depois dessa reeducação. Estava liberado tomar um vinho ou comer um pedacinho de pizza. Só que se eu enfiasse o pé na jaca três vezes seguidas teria de voltar para a fase detox. Então, pensava muito bem e não comia besteiras.
Uma dica que me ajudou muito a resistir às tentações foi beber água! Minha garrafa de 1,5 litros era praticamente minha filha. Eu levava para todos o lugares. Se começava a ter ansiedade por não poder comer algo ou ter de esperar pelo horário da refeição, bebia água para distrair.
Passei por essa prova de fogo e me senti incrível. Os meus treinos eram os mesmo desde anos atrás, mas a alimentação me revolucionou. Não sei como explicar, mas parece que perdi um vício que tinha na comida. Não sentia aquela necessidade ou fissura de comer doce, de devorar um hambúrguer. Mas minha prova de fogo foi a Disney.
Cheguei nos EUA com um corpo que gostava, pesando 57 kg. Eu me diverti, comi o sorvete do Mickey --que era um sonho -- e nas hamburguerias só pedia a carne e a salada. O pessoal que foi comigo ficou incrédulo por eu me manter tão light no país do fast-food, fora que tive gás para treinar todo dia. Não engordei na viagem e senti que concretizei bem a experiência que decidi encarar.
É engraçado como minha mudança foi orgânica, depois de dois meses sem açúcar, por exemplo, quando eu sentia o gosto dele achava esquisito, meu paladar mudou --hoje como tudo sem açúcar. Deixei de olhar a comida só como fonte prazer. Entendi que o alimento é um combustível para o meu corpo e que consigo manter um equilíbrio saudável. Já vai fazer um ano que sigo com esse espírito.
Voltei da terra das princesas mais focada na alimentação e nos treinos. Já estava contente, mas me apareceu uma viagem em novembro para Cancún, no México. O que pensei? Gente, lá é usar biquíni na frente dos amigos, vou seguir na linha para manter o corpo.
Pode soar besta da minha parte, mas essa história de manter metas curtas foi essencial para mim. Quando crio um objetivo pertinho, eu foco, vou com garra. Poucos meses são um bom período porque é possível manter o gás sem enlouquecer de saudade de algum ingrediente ou não se frustrar por não ter fôlego de chegar até o final. Agora, por exemplo, meu aniversário é em março e já estou focando lá.
Para minha alegria, me mantive firme na missão e cheguei em Cancún do jeito que sonhei. Nunca tinha postado foto de biquíni, achava inaceitável, mas lá me senti empoderada, realizada e publiquei nas redes sociais me achando incrível. Claro que ainda dou uma olhadinha crítica para ver se está tudo nos conformes, mas só de dividir a imagem já foi demais, compartilhei minha evolução, uma versão melhor de mim mesma.
Na minha cabeça eu não era bonita, não era magra, ficava me sabotando achando que estava tudo errado, mas com esse processo eu consegui reconhecer muita coisa boa em mim, fiquei treinando meu cérebro para me dar essa força e não me colocar para baixo, e sim me elogiar.
Minhas avaliações físicas mostram que em setembro de 2018 eu estava com 59 kg e 24,2% de gordura, hoje estou com 57 kg e 18,6% de gordura --tenho 1,63 m de altura. Resultado da força de vontade, coloquei na minha cabeça que estava na hora de achar um método eficiente para manter o corpo como quero, segurei na meta, mantive o propósito e fui com tudo, levo essa lição para vida.
Tenha um propósito e acredite que você é capaz de chegar lá. E quando chegar vai se sentir abraçada, contente, vai se permitir comer pizza e sobremesa por ter aprendido a voltar aos trilhos, Acredite, é demais."
SIGA O UOL VIVABEM NAS REDES SOCIAIS
Facebook - Instagram - YouTube
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.