"Nunca gostei de musculação, mas malhar acabou com as dores no meu corpo"
Resumo da notícia
- Apesar de sempre praticar exercícios, Maria Helena sofreu durante muito tempo com dores na coluna e nos joelhos
- Ela só deixou de ter incômodos quando investiu em um treino para fortalecer a região do core
- Trabalhar o core melhora a estabilidade do tronco, reduz a sobrecarga na coluna e ajuda a ter uma boa postura
- Quem sofre com dores deve realizar exames médicos antes de fazer exercícios e sempre contar com orientação
A relação de Maria Helena, 73, com a dor crônica é de longa data. Desde os 30 anos de idade, a psicóloga paulistana sofre com incômodos na região lombar e nos joelhos. Como sempre ouviu que para amenizar os sintomas era importante se manter ativa, ela tentou de tudo: de hidroginástica até Tai Chi Chuan, arte marcial chinesa conhecida pela riqueza de movimentos e alongamentos.
Só que, em vez de melhoras, o que se via era uma Maria que chegava cada vez mais cansada e dolorida em casa, e que tinha também problemas para se manter sentada muitas horas no consultório. Ela só encontrou seu "remédio físico" aos 66 anos, em um lugar que nunca pensou em frequentar: a sala de musculação.
"Eu usava cinta na lombar porque não aguentava de dor. Sempre sofri muito, até um médico me dizer que optei pelas atividades erradas a vida inteira. O que eu precisava era fazer fortalecimento muscular para proteger a coluna e também investir em caminhada, para cuidar das dores no joelho", conta Maria.
Há sete anos, ela entrou pela primeira vez em uma academia, não com a intenção de ficar forte ou ganhar músculos, mas para buscar mais qualidade de vida. E depois de pouco tempo nunca mais sentiu dores na lombar. Ela conseguiu isso fazendo, duas vezes por semana, exercícios que trabalham o core --região formada por quadril, lombar e abdômen (veja uma série com 5 exercícios para trabalhar o core e evitar a dor lombar).
Esse conjunto de músculos é responsável por garantir a estabilidade do tronco e, quando está forte, melhora a postura e ajuda a reduzir a sobrecarga e o impacto impacto nas articulações --especialmente no quadril e na coluna.
Eu faço academia não porque gosto, mas porque a musculação acabou com minha dor lombar e me permite hoje fazer tudo o que quero. Ter mais qualidade de vida Maria Helena
"A tendência do paciente que sofre com dor crônica é abandonar a atividade física. No entanto, a inatividade pode piorar o quadro clínico e exercícios de força são de suma importância para a melhora dos sintomas e das anormalidades físicas ou psicológicas da pessoa", explica Heloísa Helena Lavagnini, treinadora da academia Ecofit, especialista em dor crônica pelo CEDM (Centro de Estudos da Dor e do Movimento) e em fisiologia do exercício e envelhecimento pelo Hospital das Clínicas.
Cuidados ao fazer exercícios
Antes de começar a praticar atividade física, quem sofre com qualquer tipo de dor deve realizar uma avaliação médica cuidadosa. Após ela, o paciente precisa contar com orientação de um profissional de educação física ou fisioterapeuta, que ao prescrever os exercícios vai levar em conta as limitações do paciente, tanto em relação à dor como em relação à falta de amplitude dos movimentos articulares.
"O exercício físico precisa ser terapêutico e não causar mais dor", alerta Tomás Mosaner, ortopedista e especialista em medicina esportiva pela USP, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
Não limite a atividade física ao treino
Outra dica importante para melhorar a qualidade de vida de quem sofre com dor crônica e se manter mais ativo no dia a dia. Além da musculação, Maria Helena faz algumas pausas ao longo do dia para se alongar e exige dos músculos o máximo que pode. Aos 73 anos, ela vai para seu consultório de ônibus e metrô algumas vezes na semana e em alguns momentos trabalha sentada em uma bola de pilates --o que também contribui para fortalecer o core.
"Na verdade, eu investi em duas bolas de pilates para meu consultório. Uma é minha e a outra estimulo meus pacientes a usarem. Sempre digo que não vale a pena viver muitos anos sem autonomia. Por isso, precisamos cuidar bem do corpo o tempo todo, só assim é possível viver mais e melhor", finaliza Maria.
Fontes: Heloísa Helena Lavagnini, formada em Educação Física pela Universidade de Marília (UNIMAR), com pós-graduação em Fisiologia do Exercício e Envelhecimento pelo Hospital das Clínicas (HC), e especialização em Dor Crônica pelo Centro de Estudos da Dor e do Movimento (CEDM); Newton Nunes, doutor em educação física pela USP (Universidade de São Paulo (USP); e Tomás Mosaner, ortopedista e especialista em medicina esportiva pela USP, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
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