Restaurar nível de estrogênio no cérebro evita perda de memória, diz estudo
Resumo da notícia
- Níveis equilibrados de estrogênio no cérebro são importantes para manter os neurônios se comunicando e a memória ativa
- Ratos que não produzem estrogênio têm cérebros com sinapses menos densas
- Estudo mostrou que bastou restaurar os níveis do hormônio em áreas do cérebro para que funções relacionadas à memória voltassem a funcionar
Um grupo de cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade Augusta, na Geórgia, nos Estados Unidos, descobriu que o estrogênio no cérebro é importante para manter os neurônios se comunicando e a memória ativa. A pesquisa, publicada no periódico Journal of Neuroscience nesta segunda-feira (25), revela que, ao restaurar os níveis desse hormônio no cérebro pode ser um novo caminho para prevenir os déficits de memória.
Para chegarem a essa conclusão, os pesquisadores esgotaram uma enzima que converte a testosterona em estrogênio do cérebro de camundongos. Eles realizaram exames e testes comportamentais nos animais e ainda incluíram camundongos fêmeas que também tiveram seus ovários removidos como controle, para garantir que nenhum estrogênio circulante fosse parar no cérebro.
Os resultados mostraram que os ratos sem estrogênio tiveram menos funcionalidade no processo pelo qual as sinapses se fortalecem para formar uma memória. Além disso, a expressão de CREB, um importante fator de transcrição conhecido por desempenhar um papel fundamental no aprendizado e na memória, foi reduzida. A boa notícia é que, quando os cientistas restauravam os níveis de estrogênio nesses animais, o hipocampo, que tem um papel na memória de longo prazo e na memória espacial, voltou a funcionar normalmente em poucos minutos.
Restaurar os níveis de estrogênio na área do cérebro resgata essas funções prejudicadas, relatam Darrell Brann, presidente interino do Departamento de Neurociência e Medicina Regenerativa e seus colegas.
Veja 9 dicas para cuidar da memória e manter o cérebro jovem por mais tempo:
1. Faça yoga ou medite
2. Mexa-se
A atividade física está associada a formação de novos neurônios e a uma melhora da resposta cardiovascular, o que também é importante para o cérebro, que depende do bom fluxo sanguíneo. Além disso, o exercício regular pode aumentar o volume do hipocampo, área que armazena e processa as memórias.
3. Malhe a mente
Vale palavras cruzadas, sudoku, xadrez e outros jogos que provoquem o intelecto, incluindo o videogame. Mas se você já está habituado a alguma dessas atividades, busque outras. Preservamos o cérebro por mais tempo quando somos confrontados constantemente com novos desafios.
4. Nunca pare de aprender
Quando aprendemos algo, novas conexões se formam entre os neurônios e a memória é exercitada como nunca, afinal de contas, precisamos ouvir, processar e armazenar informações inéditas. Por isso, não importa tanto o que se vai estudar, desde que seja algo diferente do que você já viu ou sabe, e que esse estímulo seja constante. Pelo mesmo motivo, a leitura é outro hábito indispensável.5. Enriqueça o cardápio
A lista de ingredientes benéficos é longa, mas merece destaque a dieta mediterrânea, uma das principais aliadas do cérebro. Ela inclui azeite, grãos, legumes e verduras, mas principalmente prioriza o peixe ao invés da carne vermelha. Os flavonoides, presentes no cacau, nas frutas e em muitos outros vegetais também têm papel importante aqui. Para se ter ideia, um trabalho norte-americano de 2012 mostrou que o consumo regular de frutas vermelhas adiou em até 2,5 anos o declínio cognitivo de mulheres na terceira idade.6. Durma bem
É durante o sono que as memórias se consolidam. Ou seja, enquanto dormimos, o registro de tudo o que aprendemos e vivemos durante o dia vai se estabilizando no hipocampo, de onde as informações poderão ser resgatadas quando forem necessárias mais uma vez. E não basta só fechar os olhos, o sono deve ser de qualidade.7. Xô estresse!
Agendas muito cheias e rotinas extenuantes custam caro para a massa cinzenta. Quando estamos estressados temos dificuldades de nos concentrar e reter novas informações. A longo prazo, a tensão crônica danifica a memória, mas há também uma relação imediata.
8. Maneire na bebedeira
Em excesso, o álcool é tóxico para o sistema nervoso, ataca os neurônios e bagunça o processo de retenção das lembranças.
9. Mantenha a saúde em dia
Para que o cérebro funcione, o sangue tem que abastecê-lo sem falhas. Por isso, doenças cardiovasculares e diabetes, assim como níveis elevados de gorduras e açúcar no corpo, podem também agravar os esquecimentos com o avançar da idade.
Fontes: Mutarelli, neurologista e coordenador do Núcleo de Neurociência do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo; Cristoforo Scavone, bioquímico coordenador do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP; Pedro Calabrez, neurocientista e pesquisador do Instituto de Neurociências Aplicadas da Universidade Federal de São Paulo, consultados em matéria do dia 18/12/17.
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