Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Dormir mais no fim de semana não conserta danos causados pela falta de sono

De nada adiantar reparar o sono no fim de semana - iStock
De nada adiantar reparar o sono no fim de semana Imagem: iStock

Do UOL VivaBem, em São Paulo

01/03/2019 12h37

Resumo da notícia

  • A privação de sono durante a semana pode aumentar as chances de você comer após o jantar, elevar seu peso e diminuir a sensibilidade à insulina
  • Dormir mais no fim de semana não previne o ganho de peso ou reduz a sensibilidade à insulina, que pode ser um fator de risco para o diabetes tipo 2
  • No total, os participantes dormiram pouco mais de 1 hora do que o normal no final de semana

Se você faz parte do grupo de pessoas que usa o fim de semana para recuperar os danos causados ao corpo pela falta de sono, saiba que essa tática não funciona. Um estudo publicado no periódico Current Biology na quinta-feira (28) revelou que as horas a mais na cama não são suficientes para mitigar as consequências negativas da perda do sono durante a semana. Se a intenção for ter um corpo mais saudável, o ideal seria dormir bem a semana toda.

A pesquisa mostrou que dormir mal durante a semana faz as pessoas comerem mais após o jantar, ganharem mais peso, ter um atraso no ritmo circadiano e menor sensibilidade à insulina, um fator de risco para o diabetes tipo 2.

Para o estudo, adultos e jovens saudáveis foram distribuídos aleatoriamente em três grupos: controle (que tiveram 9 horas de sono durante a semana), restrição de sono sem recuperação de fim de semana (5h de sono por dia) e restrição do sono com recuperação durante o fim de semana (sono insuficiente em cinco dias da semana, com dois dias de recuperação no final de semana --eles dormiram 1,1 hora a mais).

Nos dois últimos grupos, o sono insuficiente aumentou a ingestão de energia após o jantar e o peso corporal em relação ao valor basal. Quem não recuperou o sono ainda diminuiu em 13% a sensibilidade à insulina em todo o corpo, já quem recuperou teve de 9 a 27% menos sensibilidade insulina, hepática e muscular.

"Nossos resultados sugerem que o sono de recuperação de fim de semana não é uma estratégia eficaz para prevenir a desregulação metabólica associada a sono insuficiente recorrente", escreveram os pesquisadores.

Afinal, de quantas horas de sono precisamos em cada fase da vida?

Antes de sair impondo regras de quanto se deve dormir por noite, é importante ressaltar que cada pessoa tem o seu relógio biológico e precisa de uma quantidade de sono específica. A ciência indica oito horas de sono porque, em média, a maioria das pessoas descansa de fato após 7h30 ou 8h30 dormindo. Mas existe quem precise fechar os olhos por apenas 4h ou até mesmo por mais de 12h.

No fim do dia (ou melhor, da noite), o que conta é como você acorda: se você sente sua atenção alterada, tem problemas de memória e acorda cansado, ou você dormiu demais ou de menos ou tem alguma doença do sono.

Apesar disso, a National Sleep Foundation (Fundação Nacional do Sono) dos Estados Unidos, criou uma tabela com os períodos de sono médios para cada faixa etária:

? Recém-nascido (0 - 3 meses): 14 a 17 horas por dia
? Bebê (4 - 11 meses): 12 a 15 horas por dia
? Primeira infância (1 - 2 anos): 11 a 14 horas por dia
? Idade pré-escolar (3 - 5 anos): 10 a 13 horas por dia
? Idade escolar (6 - 13 anos): 9 a 11 horas por dia
? Adolescentes (14 - 17 anos): 8 a 10 horas por dia
? Jovem adulto (18 - 25 anos): 7 a 9 horas por dia
? Adulto (26 - 64 anos): 7 a 9 horas por dia
? Idoso (a partir de 65 anos): 7 a 8 horas por dia

Fonte: Lucila Bizari Fernandes do Prado, coordenadora do Laboratório de Sono do Hospital São Paulo e do Laboratório de Pesquisa Neuro-Sono, consultada em matéria do dia 14/08/18.

Siga o VivaBem nas redes sociais
Facebook - Instagram - Youtube