Ator de Segundo Sol é diagnosticado com Guillain-Barré; entenda a doença
Resumo da notícia
- A síndrome de Guillain-Barré é uma condição rara e acomete pessoas de todas as idades, mas é mais comum em adultos do sexo masculino.
- Ainda não é claro porque algumas pessoas desenvolvem a resposta exagerada e outras não, mas a maioria dos pacientes se recupera totalmente.
- Ela se manifesta após uma infecção. O corpo produz anticorpos, mas tem uma resposta exagerada, atacando células dos nervos periféricos.
O ator Danilo Ferreira, que fez parte do elenco da novela Segundo Sol, foi diagnosticado com Síndrome de Guillain-Barré. Segundo uma nota divulgada por sua assessoria, ele foi internado em Salvador após um mal-estar e fraqueza nas pernas.
"Estou na companhia da minha família, que é o que nos da força, entendendo o que deve ser feito para estar melhor. Muitas pessoas são surpreendidas assim como eu, e quanto mais cedo o diagnóstico, mais tranquilo o tratamento. Já já eu saio dessa", diz o ator.
A doença rara, que pode prejudicar os movimentos do corpo, foi justamente abordada em Segundo Sol com a personagem Rochelle, representada pela atriz Giovanna Lancellotti. A síndrome provoca dimiuição de força, alteração de sensibilidade e sensação de formigamento em diversas partes do corpo, como dedos dos pés e das mãos.
Quais são as causas da doença?
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a síndrome acomete uma parcela pequena da população e é mais comum em homens. Suas causas ainda não são completamente conhecidas pela ciência, mas a doença é muitas vezes desencadeada por infecções causadas pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana), dengue ou gripe e, menos frequentemente, por vacinação, cirurgias ou traumatismos.
O processo ocorre assim: ao produzir anticorpos para lutar contra o invasor, o corpo tem uma resposta exagerada e acaba atacando também células dos nervos periféricos, responsáveis pelo movimento e sensibilidade dos músculos.
"Após ao menos uma semana da infecção, o enfermo começa a sentir diminuição de força, alteração de sensibilidade e sensação de formigamento. Os sintomas começam nos pés e são ascendentes, podem subir para joelho, quadril, tórax e até músculos respiratórios", explica Edson Issamu*, neurologista da rede de hospitais São Camilo. Em alguns casos, o paciente também pode ter paralisias temporárias, durante as crises.
Tratamento
Segundo a OMS, não há cura conhecida para a Síndrome de Guillain-Barré, mas a maioria dos pacientes se recupera totalmente dos problemas trazidos pela crise, até mesmo em casos mais graves. No entanto, mesmo sem apresentar sintomas, a pessoa contínua com a doença e pode ter recaídas anos depois ao ataque inicial --o que geralmente ocorre em 3% dos casos.
O acompanhamento médico com tratamentos pode ajudar a melhorar os sintomas e abreviar a duração da crise. Não é possível estimar o tempo de recuperação, que costuma ser lento e progressivo. Pode levar meses ou anos, dependendo do grau do problema.
A fase aguda do problema é normalmente tratada com imunoterapia, como a troca de plasma para remover anticorpos do sangue ou imunoglobulina intravenosa. De acordo com a OMS, a técnica é geralmente mais eficaz quando iniciada sete a 14 dias após o aparecimento dos sintomas.
Em caso de persistência de fraqueza muscular após a fase aguda da crise, terapia de reabilitação para reforçar os músculos pode ser necessária para a recuperação dos movimentos.
Fonte: Edson Issamu, entrevistado na reportagem "Síndrome de Guillain-Barré: entenda doença que técnico do Uruguai pode ter", publicada em 06/07/2018
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