Maior estudo já feito sobre assunto conclui que vacina não causa autismo
Resumo da notícia
- Dos 6.517 diagnósticos de transtorno do espectro do autismo (TEA), houve zero sinais de qualquer link entre a tríplice viral e o autismo
- Pesquisadores descobriram que das 5% das crianças do estudo que não tinham sido vacinadas, 17% tiveram mais chance de serem diagnosticados com TEA
- Os meninos tinham quatro vezes mais probabilidades de serem diagnosticados do que as meninas
A ideia de que as vacinas causam autismo é um dos maiores mitos que circularam a respeito do transtorno. A teoria teve sua origem em 1998, quando o médico britânico Andrew Wakefield publicou um estudo sugerindo uma correlação entre a vacina tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba) e o transtorno do espectro do autismo (TEA).
Para acabar de vez com a polêmica, uma pesquisa analisou 657.461 crianças que nasceram entre 1999 e 2010 e descobriu que, dos 6.517 diagnósticos de TEA, houve zero sinais de qualquer link entre a tríplice viral e o autismo. Publicado nesta terça-feira (5) no periódico Annals of Internal, o estudo é o maior já feito sobre o tema e concluiu que não há ligação, mesmo em crianças que têm um risco maior de desenvolver o transtorno. Na verdade, os pesquisadores descobriram que 5% das crianças do estudo que não tinham sido vacinadas tiveram 17% mais probabilidade de serem diagnosticados com autismo do que aqueles que tinham recebido a imunização.
Além disso, crianças que tinham irmãos com autismo apresentaram sete vezes mais probabilidade de ser diagnosticadas com TEA do que as sem histórico familiar da doença, e os meninos tinham quatro vezes mais probabilidades de ser diagnosticados do que as meninas.
"O estudo apoia fortemente que a vacina tríplice viral não aumenta o risco de autismo, não provoca autismo em crianças suscetíveis, e não está associado com a concentração de casos de autismo após a vacinação", concluem os autores do Statens Serum Institut, da Dinamarca.
"Os pais não devem deixar de dar a vacina a seus filhos por medo do autismo", disse Anders Hviid, autor do estudo, à Reuters. "Os perigos de não vacinar incluem um ressurgimento do sarampo, que estamos vendo sinais de hoje na forma de surtos".
Como o estudo foi feito
Foram analisadas 657.461 crianças nascidas na Dinamarca entre 1999 e 2010, com seguimento a partir de 1 ano de idade até 2013.
Registros populacionais dinamarqueses foram usados para ligar informações sobre a tríplice viral, diagnósticos de autismo, outras vacinas infantis, história de autismo de irmãos e fatores de risco de autismo para as crianças do estudo.
Durante os anos de acompanhamento, 6.517 crianças foram diagnosticadas com autismo. Nenhum risco de TEA foi aumentado após a vacinação.
As vacinas são seguras?
Sim, elas são seguras. Todas as vacinas aprovadas são submetidas a testes rigorosos ao longo das diferentes fases de ensaios clínicos e seguem sendo avaliados regularmente uma vez que comercializadas. Cientistas também monitoram constantemente informações de várias fontes para qualquer sinal de eventos adversos relacionados a alguma vacina. A maioria das reações são leves e temporais, tais como dor no local da injeção ou febre baixa. Raros efeitos colaterais graves são notificados e investigados imediatamente.
É muito mais fácil sofrer graves lesões por uma doença possível de prevenção por vacinação do que por uma vacina. A poliomielite, por exemplo, pode causar paralisia; o sarampo, encefalite e cegueira; algumas doenças como difteria, pneumonia, meningites, tétanos e outras que podem ser evitadas por vacinas podem ser mortais. Embora qualquer ferimento grave ou morte causada por vacinas sejam importantes, os benefícios da vacinação superam amplamente os riscos, considerando que muitas outras doenças e mortes ocorreriam sem as vacinas.
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