Quais vacinas de meningite devo dar ao meu filho? Também preciso tomar?
Resumo da notícia
- A meningite geralmente é provocada por vírus e bactérias
- Se não for tratada corretamente, a doença pode deixar sequelas como surdez, crises de epilepsia e até causar morte
- Além de cuidados de higiene básicos, as vacinas são a principal forma de prevenir o problema e podem ser tomadas na rede pública ou privada
- Apesar de os casos recentes preocuparem a população, não está ocorrendo um surto da doença no país
- Mesmo assim, é sempre importante manter a vacinação em dia
A morte do neto do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e outros casos de meningite divulgados no último mês aumentaram a preocupação da população em relação à doença.
Há razão para isso, pois o processo inflamatório geralmente causado por vírus e bactérias realmente pode ser perigoso: a doença afeta as meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, e quando não é tratada de forma adequada, há risco de sequelas como surdez, dificuldade de aprendizagem, crises de epilepsia e comprometimento cerebral e até morte.
Além de cuidados de higiene básicos para evitar a propagação de vírus e bactérias --como lavar as mãos frequentemente, cobrir a boca ao tossir ou espirrar, manter ambientes ventilados etc. -- as vacinas são a principal forma de se proteger contra meningite. Antes de sair correndo para o posto de saúde mais próximo, confira quais vacinas disponíveis e para que são eficazes, quando devem ser tomadas e outros questionamentos sobre a doença.
Quais as vacinas gratuitas e quando devem ser tomadas?
- BCG Protege contra a meningite turberculosa, com uma dose ao nascer;
- Pentavalente Protege contra as infecções invasivas, entre elas a meningite, causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo b, com doses que devem ser aplicadas aos dois, quatro e seis meses de vida;
- Meningocócica C Protege contra a doença meningocócica causada pela Neisseria meningitidis sorogrupo C, com doses aos três e cinco meses e um reforço aos 12 meses de idade. Os adolescentes de 12 e 13 anos também devem ser vacinados, com dose única que serve também como reforço.
- Pneumocócica 10 Protege contra as infecções invasivas, entre elas a meningite, causadas por dez sorotipos do Streptococcus pneumoniae, com doses aos dois e quatro meses de idade e um reforço aos 12 meses.
É necessário vacinar meu filho nas versões pagas da vacina contra meningite?
De acordo com Juarez Cunha, presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), o programa público é bastante robusto e efetivo contra as formas mais comuns da doença. No entanto, em termos de proteção individual, a SBIm e a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) recomendam que crianças e adolescentes na faixa etária adequada tomem as outras, para tipos menos comuns, como contra o sorogrupo B e a conjugada (ACWY), apesar de o tipo A não circular mais no Brasil.
Está acontecendo um surto de meningite no Brasil?
Não. A impressão pode ocorrer pela ampla cobertura midiática da doença, "mas os casos que ocorreram no país não configuram surto", comenta Cunha.
O SUS pretende ampliar as opções de vacinação?
De acordo com o Ministério da Saúde, ainda não há previsão de incorporação das vacinas. "A inclusão de nova vacina obedece às regras da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias) no SUS (Sistema Único de Saúde), que garantem a proteção do cidadão, a segurança e a eficácia dessas vacinas. Para aprovar uma nova tecnologia, a Conitec exige documentos e estudos que comprovem evidência clínica consolidada, eficácia, eficiência e custo-efetividade dos produtos como estratégia de saúde pública", informou o órgão.
Adultos também precisam se vacinar?
Apenas aqueles que estão em situação de risco. "Não é uma recomendação rotineira. É indicado apenas em casos de adultos que apresentam imunossupressão, precisaram retirar o baço (órgão que protege o organismo de infecções) ou outros fatores de risco", aponta Cunha.
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