Quer ficar barbudo? Técnicas permitem implantar pelos no rosto e corpo
Resumo da notícia
- Técnicas de implante capilar podem ser usadas para aumentar os fios no rosto e no corpo
- Qualquer região que naturalmente tem pelos pode receber o transplante
- Os procedimentos geralmente apresentam resultado definitivo após seis meses
- Quando a área doadora de fios é a nuca, a cicatriz da operação pode facilmente ser escondida pelo cabelo
Para muitos homens, pelos são uma espécie de afirmação da identidade masculina. Cultivá-los ou apará-los é uma questão de gosto, de higiene ou da intenção de atender à preferência da parceira (ou parceiro). Há também quem escolha ter barba longa e bigode por causa da religião e até para esconder cicatrizes no rosto. Já exibir um visual "pelado" pode mexer com a autoestima de alguns homens --não é à toa que a calvície é o fantasma número para certas pessoas quando se trata de estética.
E se você sempre desejou ser um cara barbudo (ou peludo) mas não possui uma genética favorável para isso, a boa notícia é que técnicas para implantes de cabelo podem se estender também ao corpo e ao rosto e resolver a insatisfação de quem tem barba rala, tórax liso e até braços sem um fio sequer.
Em princípio, qualquer parte do corpo onde originalmente cresçam pelos está apta para receber um transplante. Então, é possível transplantar fios no dorso das mãos, mas não na palma, por exemplo.
Conheça as técnicas mais comuns
As técnicas mais empregadas para implante capilar na cabeça são a FUT (follicular unit transplantation) e a FUE (follicular unit extraction), também usadas para transplantar fios na barba, no bigode e em outras partes do corpo.
FUT
Permite restaurar áreas extensas, e por isso é indicada para quem possui barba muito rala ou inexistente. Nela, retira-se uma faixa de pele do couro cabeludo (geralmente da nuca, a melhor área doadora), separam-se as unidades foliculares no microscópio e enxertam-se os bulbos, um a um, no rosto (ou parte do corpo escolhida), levando em consideração a harmonia com as linhas faciais, a distribuição uniforme dos fios e o ângulo de crescimento deles. A cirurgia é feita com anestesia local e sedação e o paciente tem alta no mesmo dia.
FUE
Atende melhor quem até tem barba e bigode densos, mas com falhas ou distribuição irregular que deseja corrigir. Nesse caso, os folículos são extraídos, individualmente, do pescoço ou da área embaixo do queixo e recolocados nos pontos estratégicos. O método tem a vantagem de ser menos invasivo e de aproveitar pelos com a mesma textura --o que não acontece, por exemplo, quando se transplanta cabelos da cabeça para a barba. Como não há sutura, a recuperação total ocorre em cerca de uma semana, e é possível até praticar esportes depois desse prazo.
Quanto tempo demora o procedimento? E o resultado?
Segundo o cirurgião plástico Márcio Crisóstomo, especialista em transplante capilar e diretor do Instituto de Medicina do Cabelo, o tempo de procedimento varia de acordo com o número de fios necessários e a técnica de coleta. Em média, refazer uma barba completa pode levar 8 horas, enquanto a correção de pequenas falhas pode ser feita em uma hora.
O paciente já pode fazer normalmente a barba com lâmina um mês após a cirurgia, e o resultado permanente aparece, em média, depois de seis meses. "Nos três primeiros meses, os pelos tendem a cair, mas voltam a crescer definitivamente", observa médico especialista em restauração capilar Thiago Bianco.
Vou ficar com cicatriz?
Essa é uma preocupação comum antes de fazer o procedimento. E a resposta é sim, o transplante deixa uma cicatriz. Porém, quando a área doadora é a nuca, por exemplo, o sinal é facilmente escondido pelo cabelo, que volta a crescer ali normalmente.
Na primeira semana após a operação pode haver inchaço local e geralmente pouca dor, além da formação de casquinhas por conta da cicatrização. Nos 15 dias depois do procedimento deve-se evitar exposição ao sol (pode manchar a pele da região tratada), banhos de mar e piscina (a água contaminada pode gerar a infecção e prejudicar o crescimento dos pelos) e exercícios pesados.
Resultados têm limites
Em transplantes de pelos faciais com ambos os procedimentos, os resultados costumam ser excelentes. "Como a pele da face é altamente vascularizada e nutrida, a fixação é praticamente imediata", explica o cirurgião de restauração capilar Arthur Tycocinski, vice-presidente da ISHRS (International Society of Hair Restoration Surgery). Já cobrir outras áreas, como tórax, braços e pernas, é possível, mas com limitações. Isso porque a pele nessas regiões não tem irrigação sanguínea tão boa. Aí, a ancoragem dos pelos pode ficar comprometida.
Há, ainda, a diferença de qualidade dos fios: o ideal é que os fios da região doadora tenham as mesmas características (textura, espessura, cor) que os da região receptora. Por exemplo, se a retirada for feita do couro cabeludo para implantar no tórax, você terá cabelo crescendo no corpo. Só que nem sempre há fios ideais suficientes para o defeito que se deseja corrigir. Nesse caso, as partes laterais e posterior da cabeça costumam ser a principal fonte de doação.
Não há perigo de rejeição do implante pelo organismo, mas a doação de folículos só pode ser feita pelo próprio paciente. "Se forem pelos de outra pessoa, mesmo parente próximo, o corpo reconhece como corpos estranhos e os recusa por uma reação imunológica, impedindo o crescimento", observa Crisóstomo.
Qual o valor?
O preço da cirurgia depende da complexidade, ou seja, da técnica utilizada e quantidade de unidades foliculares transplantadas. Um implante completo de barba, por exemplo, chega próximo a R$ 25 mil.
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