Estimulação cerebral alivia sintomas de depressão resistente a tratamentos
Resumo da notícia
- Pacientes com depressão grave podem ser tratados por meio de estimulação cerebral profunda (DBS) não apenas agudamente, mas também a longo prazo
- No estudo, oito dos 16 pacientes foram considerados como não-depressivos ao fim do tratamento
- Agora, os cientistas pretendem testar o dispositivo em mais 50 pessoas. Se o estudo for bem-sucedido, o método poderá receber aprovação na Europa
Um novo estudo demonstrou que a estimulação cerebral profunda, ou deep brain stimulation (DBS), é uma opção funcional de tratamento para pacientes que sofrem de depressão grave resistente ao tratamento tradicional.
Os 16 participantes do estudo sofriam de depressão severa por oito a 22 anos e já haviam tratado com 18 tipos de medicamentos, 20 terapias eletrochoque e 70 horas de psicoterapia —todas sem sucesso.
Para o experimento, publicado no periódico Nature Neuropsychopharmacology, os cientistas implantaram o sistema de DBS no cérebro dos voluntários e avaliaram sua eficácia mensalmente. Todos os participantes reagiram à estimulação no decorrer do estudo. Oito dos 16 pacientes foram considerados como não-depressivos ao fim do tratamento.
"Nossos pacientes têm sofrido com depressão grave durante anos sem sinais de melhora. A estimulação cerebral profunda trouxe à maioria deles um alívio significativo em poucos dias, o que durou ao longo do curso da terapia. E o efeito parece ser duradouro, com os efeitos positivos continuando por anos", diz Thomas Schläpfer, da Universidade de Friburgo, na Alemanha.
Agora, os cientistas pretendem testar o dispositivo em mais 50 pessoas. "Se o estudo de acompanhamento for tão bem-sucedido quanto o atual, temos grandes esperanças de receber aprovação do método na Europa", diz o professor Schläpfer.
Como o estudo foi feito
- Os pesquisadores implantaram o sistema de deep brain stimulation (DBS) em 16 pacientes que tinham depressão severa e resistente ao tratamento tradicional.
- Mensalmente, os voluntários fizeram testes para Montgomery-Åsberg Depression Rating Scale, ou MADRS, uma medida para diagnosticar a depressão. Na escala de MADRS, quem tira de 0 a 6 tem sintoma ausente ou não tem depressão; de 7 a 19 tem depressão leve; de 20 a 34 tem depressão moderada; de 34 ou mais tem depressão grave.
- Após 12 meses de tratamento, a média das taxas de MADRS dos pacientes diminui drasticamente de 29,6 para 12,9.
- Oito dos 16 pacientes foram considerados como não-depressivos ao fim do tratamento.
Dispositivo existe no Brasil e é usado para o tratamento do Parkinson
Em uma conversa com o UOL VivaBem, Schläpfer disse que o centro de decodificação de emoções no cérebro, principalmente o sistema de recompensa, que pode dizer o que é bom e ruim para nós, é a chave para um tratamento funcionar nesses pacientes resistentes. A depressão leva a uma desregulação desse sistema de recompensa, já que esses indivíduos não têm vontade de atingir nenhuma meta, não sentem prazer com nada, nem comida. Então, há 15 anos, ele e seus colegas começaram a estudar a estimulação cerebral.
O problema do DBS é que ele é bem caro e custa cerca de US$ 50 mil a US$ 200 mil dólares, pelo menos na Alemanha. Mas ele permite um tratamento eficaz de vários tipos de depressões e sistemas disfuncionais do cérebro, e fazem essas áreas funcionarem corretamente por meio de uma estimulação elétrica.
Atualmente, o dispositivo existe no Brasil e é usado para o tratamento do Parkinson. Para pacientes com a doença, a DBS promove o controle dos tremores, rigidez e o excesso de movimentos involuntários. O uso para indivíduos com depressão ainda está sendo investigado.
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