Mirtilo melhora a visão e mais: conheça os benefícios da blueberry
Resumo da notícia
- O mirtilo (ou blueberry) é uma frutinha azul e rica em antioxidantes
- Ela ajuda na saúde dos olhos e do coração e é uma boa pedida contra o diabetes
- Entenda como consumir o mirtilo e quem deve tomar cuidado
O mirtilo (Vaccinium myrtillus) destaca-se por ser uma fruta "azul", que é conhecida também como blueberry (termo em inglês). O alimento foi introduzido no Brasil apenas na década de 1980, quando começou a ser cultivado na região sul do país. Ele é consumido e produzido em larga escala nos Estados Unidos e na Europa.
Os diversos benefícios da fruta ocorrem devido ao poder antioxidante dos compostos ativos como o tanino, os ácidos fenólicos e a antocianina, que dá o pigmento azul da casca. Apesar de pequeno, o mirtilo está entre os alimentos que possuem mais antioxidantes. Além disso, é rico em vitaminas e minerais, o que favorece a prevenção de muitas doenças.
Consumir mirtilo ajuda manter a saúde sem engordar: cada 100 gramas têm apenas 57 calorias e 14 g de carboidratos. Confira os benefícios:
1. Faz bem para o coração
Os antioxidantes presentes nos mirtilos reduzem o colesterol "ruim" do corpo e previnem doenças cardíacas. The Journal of Nutrition divulgou um estudo que explica que o consumo do alimento é benéfico para pessoas que sofrem da síndrome metabólica, já que ele diminui a pressão arterial e os níveis de colesterol - fatores de risco para problemas cardíacos. Isso ocorre devido ao fato de o alimento ser rico em flavonoides. Outro estudo realizado com cerca de 93 mil enfermeiras descobriu que aquelas que consumiram mais antocianinas - os principais antioxidantes em mirtilos - tiveram menos riscos (32%) de sofrer um ataque cardíaco.
2. Melhora a visão
O consumo do mirtilo previne doenças relacionadas à visão, como catarata (quando há opacidade na região do olho chamada de cristalino) e glaucoma (elevação da pressão intraocular) e alterações na retina de pessoas com diabetes, melhorando a capacidade de leitura e o foco da visão, principalmente à noite. As antocianinas presentes no mirtilo têm a capacidade de reverter ou evitar os problemas, prolongando a capacidade visual. Também podem contribuir para diminuir a fadiga ocular, que ocorre por causa do uso de computadores, notebooks e celulares.
3. Controla o diabetes
Vários estudos demonstram que os mirtilos são eficazes para combater o diabetes, melhorando a sensibilidade à insulina e diminuindo os níveis de açúcar no sangue. Uma pesquisa da Universidade de Montreal identificou que uma variedade do mirtilo (V. angustifolium) possui propriedades semelhantes à insulina e o consumo regular aumenta a captação de glucose pelas células, o que ajuda no controle da doença. Além disso, o mirtilo possui flavonoides, que contribuem para diminuir o risco de diabetes. E também é uma fruta rica em fibras - uma xícara de mirtilo tem em média 3,6 gramas de fibras, e já é comprovado que as fibras auxiliam no controle glicêmico.
4. Combate a infecção urinária
A infecção urinária acontece devido a bactérias que atingem a bexiga e uretra, causando dor ou ardência ao urinar e até febre, em alguns casos. Os mirtilos possuem um efeito protetor ao trato urinário. De acordo com uma pesquisa, o alimento possui substâncias que ajudam a impedir que bactérias como E. coli se liguem à parede da bexiga e causem infecções.
5. Ajuda na recuperação muscular
Os mirtilos podem reduzir os danos musculares após exercícios físicos pesados, que causam dores musculares e fadiga. Essa situação ocorre pela inflamação local e o estresse do tecido. A suplementação com mirtilo se mostrou eficiente para minimizar a dor e reduzir o desempenho muscular. Um estudo com atletas comprovou que os mirtilos aceleraram a recuperação muscular das pernas após exercícios físicos. O consumo de smoothie com mirtilo antes de um exercício extenuante, que causa dano muscular, é capaz de acelerar a recuperação funcional muscular. Mas ainda são necessários mais estudos para comprovar esse benefício.
6. Controla a hipertensão
Quem tem pressão alta pode se beneficiar com o consumo do mirtilo, de acordo com uma pesquisa da Universidade da Flórida. Para chegar a essa conclusão, foram avaliadas 48 voluntárias pré-hipertensas que consumiram 22 g de mirtilo todos os dias. Após oito semanas, elas tiveram uma diminuição de 5,1% na pressão sistólica e de 6,3% na diastólica. Acredita-se que isso ocorreu devido ao alto teor de flavonoides, que funciona como vasodilatador, ou seja, deixa o sangue fluir melhor nas veias e reduzir a pressão arterial.
7. Ajuda na prevenção contra o câncer
Dietas ricas em antioxidantes estão ligadas à prevenção do envelhecimento e do câncer. Um estudo divulgado pelo Journal of Agricultural and Food Chemistry comprovou a grande quantidade de antioxidantes presentes no alimento. O mirtilo oferece propriedades que são capazes de promover apoptose (tipo de morte celular) em células cancerosas. Além disso, pode ainda promover a redução da invasão dessas células e as metástases (quando o câncer se espalha para outros órgãos) no organismo, também inibindo os processos inflamatórios.
Benefícios em estudo
- Melhora a função cerebral: O estresse oxidativo pode acelerar o processo de envelhecimento do cérebro, afetando negativamente a função cerebral. De acordo com estudos em animais, os antioxidantes presentes nos mirtilos podem melhorar algumas áreas do cérebro essenciais para a inteligência. Um estudo avaliou como a suplementação com mirtilo impactou a memória e capacidade de aprendizagem de ratos. O alimento beneficia os neurônios envelhecidos, melhorando o funcionamento cerebral. O mirtilo, fornecido na forma de extrato, promoveu melhoria da capacidade cognitiva e até reversão da predisposição genética à doença de Alzheimer. Ainda não se sabe, entretanto, se esses efeitos podem se repetir em humanos com essa condição.
Estudos realizados em humanos também produziram resultados positivos na melhora da memória. Um deles foi realizado com nove idosos com comprometimento cognitivo leve. Eles consumiram suco de mirtilo todos os dias e após 12 semanas tiveram melhora em vários marcadores da função cerebral.
Como e quanto consumir
Pode ser consumido como fruta fresca e também em várias formas processadas termicamente como chás, geleias, compotas, sucos, purês e extratos. O consumo in natura é mais aconselhável para não perder as propriedades nutricionais.
O ideal é consumir cerca de 25 g por dia para usufruir dos seus benefícios. Mas, se não for possível incluí-lo na dieta diária, a recomendação é consumir pelo menos três vezes por semana. Ele pode ser ingerido sozinho, em saladas de frutas, desidratado (a concentração de antioxidantes é até maior), com oleaginosas, em vitaminas, em calda, em bolos e tortas.
É sempre importante, no momento da compra da fruta fresca, observar se elas estão firmes, com a casca bem lisa, sem sinais de umidade, que indiquem que a fruta está começando a ficar imprópria para consumo. Sempre descarte as frutas amolecidas, enrugadas ou manchadas.
A coloração do mirtilo deve estar entre o roxo azulado e o preto azulado. Se estiver avermelhado, significa que ainda não está maduro e foram colhidos antes da hora correta.
Riscos e contraindicações
Não há estudos que tratem dos riscos do consumo excessivo do mirtilo. Estudos com animais, na forma de extrato e em altas concentrações, mostraram que o alimento pode ser tóxico para ratos. De qualquer forma, é mais prudente o uso moderado e com acompanhamento profissional. Sabe-se que doses elevadas do mirtilo exercem efeito anticoagulante, por isso, pessoas que realizaram cirurgias devem evitar o consumo por um período.
Além disso, em grandes quantidades, devido ao seu alto teor de polifenóis, especialmente de taninos, pode causar efeitos adversos, inibindo a biodisponibilidade de ferro, tiamina e de enzimas digestivas do trato gastrointestinal, causando problemas de saúde. São raríssimos os casos de alergia a mirtilo, mas pode ocorrer em algumas pessoas.
Fontes: Natália Guardieiro, médica do esporte do Hospital das Clínicas de São Paulo; Helena Ximenes, nutricionista com doutorado em Ciências pela USP e membro da Câmara Técnica do Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região (SP-MG) e Tarcila Ferraz de Campos, nutricionista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
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