Queda de libido pode ser estresse; conheça 11 sintomas físicos do problema
Resumo da notícia
- Muitas pessoas acham que o estresse só se manifesta com sintomas emocionais, mas ele pode ter impactos no organismo
- Isso ocorre porque ele causa liberação de diversos hormônios, como o cortisol, o mais famoso deles
- O cortisol age no sistema nervoso simpático e parassimpático, que comanda a ação de vários órgãos
- Por isso, sintomas como alergias de pele, gastrite, queda de cabelo e até queda da libido estão relacionados ao estresse
É importante esclarecer que o estresse não é apenas "nervosismo", quando ele ocorre todas as células entram em processo de adoecimento. Por isso, este assunto vai além das questões de saúde mental, pois os efeitos estressores podem desencadear sintomas físicos que podem ser tratados dentro de sua especialidade, mas não podem deixar de gerenciar a causa do problema: o estresse.
A divisão "mente e corpo" é artificial, portanto tudo que ocorre emocionalmente é transmitido para todos os sistemas do corpo simultaneamente. E a maneira como o indivíduo lida com o estresse determina se ele irá progredir em direção aos sintomas físicos como perda de cabelo, dores musculares, gastrite e/ou sintomas psiquiátricos como ansiedade e depressão.
Para ajudar nessa identificação, selecionamos alguns sintomas físicos que podem ser provocados pelo estresse. É sempre importante buscar orientação médica se alguns destes sintomas passam a acontecer de forma recorrente, ou se manifestam de forma associada.
1. Alergia na pele
A pele é o maior órgão do corpo e pode ser bastante afetada pelo estresse que causa reações hormonais, elevando as taxas de cortisol e adrenalina. Essas substâncias são liberadas na corrente sanguínea podendo provocar descamações, vermelhidão, ressecamento e, até deixando os poros dilatados, ocasionando o surgimento de acne. Um estudo realizado pela Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, indicou que o excesso de cortisol associado aos picos de estresse tende a estimular a produção de glândulas sebáceas, o que justifica o aumento dos problemas cutâneos.
2. Queda de cabelo
O estresse provoca uma contração nas artérias fazendo com que o couro cabeludo não seja suficientemente irrigado, podendo provocar a queda dos fios. As alterações hormonais também podem dificultar a entrada de nutrientes na região, enfraquecendo os cabelos. Em momentos de tensão, as pessoas tendem a mexer mais nos cabelos e isso também pode contribuir para o problema.
3. Gastrite
Queimação no estômago, distensão abdominal e náusea podem ser efeitos do estresse, pois ele eleva a produção de suco gástrico e eleva sua acidez, aumentando a sensibilidade nessa região. Devido ao estômago mais ácido, a mucosa que o reveste pode ser prejudicada, gerando um processo inflamatório.
4. Diminuição na libido
O estresse pode interferir no sistema nervoso autônomo: simpático e parassimpático. Durante a relação sexual, no homem, o parassimpático produz a ereção, e o simpático, a ejaculação. Na mulher, o parassimpático é responsável por produzir a ereção de todos os tecidos, aumentando a quantidade de muco, o que facilita a penetração. O estresse desequilibra este sistema, fazendo com o que simpático funcione mais. Com isso, interrompe essa preparação para o ato sexual, podendo até causar desconforto. Por isso, a diminuição da libido acaba sendo interferida pelo estresse.
5. Baixa imunidade
O hormônio cortisol atua como um supressor do sistema imune, por isso com o estresse ele fica mais vulnerável. O sistema imunológico funciona como um exército de defesa em nosso organismo e ao ficar vulnerável possibilita a entrada de bactérias, elevando o risco de inflamações e infecções. Por isso, muitas pessoas estressadas apresentam quadros de gripes e resfriados recorrentes, pois o sistema imunológico não consegue proteger o organismo de forma completa.
6. Alteração no apetite
O aumento e a diminuição significativa do apetite podem estar relacionados ao estresse. Em geral, os hormônios do estresse diminuem a salivação, dificultando o paladar, por isso em situações estressoras as pessoas tendem a buscar alimentos mais gordurosos. O estresse crônico interrompe o sono e interfere no nível de açúcar no sangue.
7. Bruxismo
A tensão muscular é um dos exemplos mais fáceis de serem identificados numa situação de estresse. E essa tensão também pode afetar as articulações do maxilar. Isso não acontece, necessariamente, durante o sono. Em momentos tensos, a pessoa tende a contrair a mandíbula apertando a dentição e, muitas vezes, fica assim por um tempo sem se dar conta.
8. Sudorese
Mais uma vez, o estresse provoca uma alteração hormonal, em que a adrenalina afeta o corpo e as glândulas écrinas, responsáveis pela produção de suor. Neste caso, essa produção é aumentada causando suor excessivo em mãos, pés, rosto e axila.
9. Dores pelo corpo
Um estudo conduzido pelo Centro de Pesquisa da Instituição Universitária de Montreal indicou que pacientes com dor lombar crônica têm níveis mais altos de cortisol. O estresse contribui para a tensão muscular e o aumento de inflamações, portanto, pode gerar dores crônicas em diversas regiões do corpo. Dores de cabeça tensionais e nas costas podem estar diretamente ligadas à presença de alta elevação de cortisol, pois ele tende a elevar a percepção de dor.
10. Insônia
O estresse é uma das principais causas de alteração do sono. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Medicina Psicossocial, em Estocolmo (Suécia) avaliou 34 trabalhadores sob duas condições diferentes: uma semana de trabalho com um nível de estresse relativamente alto e outra com um nível de estresse mais baixo. Os resultados demonstraram que uma semana de trabalho com alta carga de trabalho e muito estresse aumenta a sonolência, prejudica o sono e afeta o padrão de secreção diurna de cortisol. Sem atingir as fases do sono necessárias, o paciente pode apresentar déficit de memória e alterações no humor.
11. Elevação da pressão arterial
A adrenalina produzida em momentos de estresse aumenta a pressão arterial, pois as artérias endurecem, podendo se formar placas de colesterol e até provocando a elevação de triglicérides.
Fontes: Ana Maria Rossi, doutora em Psicologia Clínica, presidente da International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR) e co-presidente na Divisão de Saúde Ocupacional da Associação Mundial de Psiquiatria; Carolina Hanna, psiquiatra do Hospital Sírio Libanês; Maria Fernanda Urbano Giglio, Mestre em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas e docente do curso de Pós Graduação de Terapia Cognitivo Comportamental do Instituto de Psicologia e Controle do Stress Marilda Lipp (IPCS); e Simone Hauck, professora do Programa de Pós-graduação em Psiquiatria e Ciências do Comportamento da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
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