Dorme pouco e mal? Explicação está em seus genes, diz estudo
Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Exeter, no Reino Unido, encontrou 47 ligações entre o código genético e a qualidade e a quantidade de sono. Os resultados foram publicados no periódico Nature Communications na sexta-feira (5).
"Este estudo identifica variantes genéticas que influenciam as características do sono e fornecerá novos 'insights' sobre o papel molecular do sono em seres humanos. É parte de um corpo emergente de trabalho que poderia um dia informar o desenvolvimento de novos tratamentos para melhorar nosso sono e nossa saúde geral", diz Samuel Jones, autor principal da pesquisa.
Ao todo, foram analisadas 91.489 pessoas. A equipe chegou a descobertas relevantes, como uma variante incomum do gene PDE11A, que afeta não apenas quanto tempo você dorme, mas também sua qualidade de sono. O gene já havia sido identificado como um possível alvo de drogas para o tratamento de pessoas com transtornos neuropsiquiátricos associados à estabilidade do humor e aos comportamentos sociais.
Regiões genéticas ligadas à qualidade do sono também estão ligadas à produção de serotonina (um neurotransmissor associado a sentimentos de felicidade e bem-estar). Segundo os autores, é sabido que a serotonina desempenha um papel fundamental nos ciclos do sono e é teorizada para ajudar a promover um sono mais profundo e mais tranquilo.
O grupo também encontrou mais evidências de que a Síndrome das Pernas Inquietas está ligada às variantes genéticas de pior sono e que pessoas com uma maior circunferência da cintura dormem menos (cerca de quatro segundos a menos de sono por 1 cm de cintura em alguém com a circunferência média do quadril de cerca de 100cm).
Os cientistas esperam que as descobertas ajudem a encontrar uma forma de melhorar o sono das pessoas, uma vez que ele está relacionado a diversas doenças. "Sabemos que dormir o suficiente melhora a nossa saúde e bem-estar, mas ainda sabemos relativamente pouco sobre os mecanismos em nossos corpos que influenciam a forma como dormimos. Mudanças no sono qualidade, quantidade e tempo estão fortemente associados a várias doenças humanas, como diabetes e obesidade, e transtornos psiquiátricos", diz Andrew Wood, autor sênior.
Como o estudo foi feito
- O estudo analisou dados de 85.670 participantes do UK Biobank (grande estudo de longo prazo no Reino Unido que investiga as respectivas contribuições de predisposição genética e exposição ambiental ao desenvolvimento de doenças) e 5.819 indivíduos de três outros estudos que usavam acelerômetros (aparelhos de pulso que registram os níveis de atividade continuamente) e relatavam seus próprios hábitos de sono aos pesquisadores.
- Ao analisarem a relação entre a qualidade de sono com o código genético, os cientistas descobriram 47 ligações.
- O gene PDE11A, por exemplo, afeta não apenas quanto tempo você dorme, mas também sua qualidade de sono.
Veja dicas para melhorar seu sono
- Tente relaxar antes de dormir com a ajuda de um banho quente ou de um livro tranquilo, acompanhado de um copo com leite morno;
- Fazer exercícios, jogar no computador e assistir TV diretamente na cama não é aconselhável, pois isso pode aumentar a excitação fisiológica e fazer a vontade de dormir desaparecer;
- O estresse em si pode afetar o sono. Assim, relaxar e descontrair antes de ir para a cama pode ajudar a evitar aquelas trágicas noites inquietas passadas olhando para o teto;
- Defina uma rotina. O corpo funciona com uma espécie de relógio interno que controla o sono e o despertar. E esse mecanismo trabalha de forma mais eficaz se você mantiver uma rotina regular, com hora certa para ir para a cama e para acordar;
- Crie um bom ambiente em seu quarto, deixando-o silencioso, escuro e legal --com roupa de cama confortável e bom controle de temperatura, por exemplo.
Siga o UOL VivaBem nas redes sociais
Facebook - Instagram - Youtube
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.