Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Whindersson se diz muito triste e fãs acham que é depressão; há diferença?

Comediante afirma que apesar de tudo de bom que está acontecendo em sua vida está triste e pede desculpas aos fãs - Reprodução/Instagram
Comediante afirma que apesar de tudo de bom que está acontecendo em sua vida está triste e pede desculpas aos fãs Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL VivaBem, em São Paulo

13/04/2019 12h09

Resumo da notícia

  • Whindersson Nunes faz série de posts nas redes sociais para compartilhar que ultimamente se sente muito triste e não tem "tanta vontade de viver"
  • Fãs se questionam se quadro pode ser depressão ou apenas um incômodo pontual
  • A depressão se dá de diferentes formas e deve ser diagnosticada por médicos. Tristeza constante e desprazer com a vida podem ser sintomas

O comediante e youtuber Whindersson Nunes desabafou nas redes sociais nesta sexta-feira (12) e compartilhou que sentimentos como angústia e tristeza estão contaminando sua rotina ultimamente. "Apensar de tudo de bom que vem acontecendo comigo, com tudo que já conquistei, eu me sinto a alguns anos triste," disse.

Ele também contou que não sente tanta vontade de viver, que tem tanto medo de decepcionar os fãs que acaba ficando "preso" em si mesmo e que é difícil estar rodeado de pessoas que querem um pedaço do seu sucesso.

Com as mensagens sinceras do youtuber pedindo ajuda e dizendo que quer viver, os fãs fizeram uma força tarefa para mandar respostas de apoio e questionaram se o comediante estava insinuando que sofre de depressão.

É claro que não podemos diagnosticar um quadro delicado como este por curtos textos no Twitter, não é mesmo? Depressão é um assunto sério e precisa ser avaliado por meio de avaliações com um psicólogo ou psiquiatra.

Como sei se tenho depressão?

A doença tem múltiplas formas de apresentação, mas a tristeza ou o desprazer com a vida com certeza são aspectos que chamam atenção. Mas não é algo momentâneo como a tristeza comum, é um sentimento constante e, muitas vezes, não tem um motivo evidente.

Não há um exame clínico que confirme ou detecte a depressão, é preciso uma análise geral de um profissional da saúde. Apesar dos psiquiatras serem os especialistas no assunto, o diagnóstico não é necessariamente feito por eles. Boa parte dos casos é detectada por clínicos gerais ou ginecologistas, que encaminham o paciente para os cuidados psiquiátricos.

Vale lembrar que além da parte emocional, a depressão pode acarretar sintomas físicos, como falta de energia, apetite e sono, ou sintomas cognitivos, como falta de concentração e dificuldades com a memória.

Ter depressão é comum, então se estiver na dúvida sobre o quadro, consulte um especialista para -se preciso-, começar o tratamento rapidamente. Um relatório divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2017, aponta que a depressão afeta 4,4% da população mundial (5,1% das mulheres e 3,6% dos homens). No Brasil, a prevalência é um pouco maior que a média: de 5,5%, número que, nas Américas, só é superado pelos Estados Unidos.

Mesmo sendo um quadro amplo e precisando de avaliação caso a caso, existem alguns padrões de manifestação. Saiba de alguns dos pontos principais destacados na reportagem Sintomas de depressão vão de tristeza a vontade de tirar a vida:

  • Humor: tristeza prolongada; perda de interesse ou prazer em atividades que antes eram apreciadas; choro fácil ou apatia; irritação; mau humor;
  • Autoimagem: sentimentos de culpa, vazio ou inutilidade; solidão; baixa autoestima; sensibilidade à rejeição; desamparo; desesperança;
  • Funções cerebrais: dificuldade para executar as tarefas do dia a dia, tomar decisões; problemas de memória e concentração;
  • Pensamentos: pessimismo; visão distorcida da realidade; ideias frequentes de morte e/ou de suicídio; pessimismo; pensamentos negativos persistentes (ruminações como "eu não vou conseguir", "eu sou um fracasso", "as pessoas estariam melhor sem mim" etc);
  • Comportamento: falta de energia; fadiga; inquietação; agitação psicomotora; lentidão nos movimentos e/ou na fala; mobilidade reduzida; isolamento; perda de libido; dificuldade de receber ou transmitir afeto; aumento ou perda de apetite; uso de álcool e drogas (para tentar obter alívio);
  • Sono: dificuldade para dormir, acordar muito antes do despertador ou dormir demais;
  • No resto do corpo: aumento ou perda de peso; sensação de peso nos braços ou nas pernas; dores ou problemas digestivos sem causa aparente e/ou que não melhoram com tratamento; baixa imunidade.
*As informações da reportagem foram retiradas de entrevistas com Antônio Geraldo da Silva, presidente da APAL (Associação Psiquiátrica da América Latina), e Fernando Fernandes, psiquiatra do Programa de Transtornos do Humor do IPq (Instituto de Psiquiatria) da USP (Universidade de São Paulo), coordenador do programa de tratamento de depressão, para a matéria Como sei se a minha tristeza é realmente depressão?.
SIGA O UOL VIVABEM NAS REDES SOCIAIS
Facebook - Instagram - YouTube