"Acordei com barriga inchada e pensei ser gases, mas descobri um câncer"
Resumo da notícia
- Por sempre sofrer de prisão de ventre, Raquel não desconfiou que os desconfortos abdominais eram causados por um câncer
- Ela só procurou um médico quando a barriga ficou igual a de uma grávida de três meses, e descobriu ter um tumor no intestino há mais de um ano
- Após cirurgia para remover 84 cm do intestino e quimioterapia, Raquel descobriu um nódulo no pulmão decorrente do câncer colorretal
- Ela venceu a nova doença e mudou hábitos, pois o estilo de vida pouco saudável é a principal causa do tumor no intestino
Acostumada a lidar com flatulências, pequenos inchaços abdominais, desconfortos e outros problemas intestinais, Raquel Amaral, 55 anos, não se preocupou quando a barriga começou a estufar de forma incomum. "Acreditava estar sofrendo apenas com os problemas relacionados à prisão de ventre, que praticamente toda mulher enfrenta", conta.
Porém, a situação mudou quando ela acordou com fortes dores e o abdome muito mais estufado do que o normal. "Em duas horas, ele se distendeu e ficou parecido com o de uma gravida de três meses", lembra.
Enquanto fazia exames preliminares em um pronto-socorro próximo de casa, Raquel passou a ter mais dores e foi transferida para o hospital. Lá, o oncologista sugeriu fazer uma cirurgia exploratória e descobriu que ela estava com câncer colorretal. Segundo o médico, o exame detectou um tumor de um ano e meio alojado no intestino de Raquel.
Durante a cirurgia de retirada do tumor, realizada em 2011, foi preciso abrir o abdome de Raquel e remover 84 cm do intestino e 54 linfas, nenhuma com metástase. Ela ainda passou por seis meses de quimioterapia e, no fim de 2012, ao retornar ao oncologista, descobriu um nódulo de 1 cm no pulmão decorrente do câncer colorretal, que a levou a mais uma cirurgia e três meses de quimio. Desde então, ela não teve mais metástases e foi considerada curada do câncer.
Mudança de hábitos
Após a doença, Raquel mudou de hábitos e passou a ter um estilo de vida mais saudável, para reduzir o risco de novos problemas. Ela mudou a dieta, passou a comer mais vegetais e consome apenas carne branca (peixe, frango). Os doces, uma paixão, secaram do cardápio.
Apesar de não gostar muito de atividade física, ela procura caminhar regularmente. Também passou a acreditar mais na espiritualidade e busca controlar a ansiedade. " Ao descobrir o tumor, entendi que precisava achar um caminho e não me fazer de vítima, pois o câncer é uma doença crônica que vai me perseguir para o resto da vida. Durante todo o processo, o apoio da minha família foi fundamental, além de manter a força, o foco e a fé em alta", conta.
Quais as causas da doença?
O câncer colorretal, que envolve o intestino e o reto, atinge cerca de 36 mil pessoas por ano no Brasil e provoca 15 mil mortes, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer). A doença tem uma forte associação com hábitos ruins, especialmente alimentares, por isso pode ser prevenida. As principais causas do tumor são:
- Consumo excessivo de carnes gordurosas e/ou processadas, como salsicha, presunto, salame, mortadela, bacon;
- Dieta pobre em frutas, verduras e legumes (a recomendação é comer ao menos cinco porções por dia de vegetais);
- Obesidade abdominal;
- Sedentarismo;
- Tabagismo;
- Consumo excessivo de álcool.
Ter intestino preso ou solto demais é perigoso?
Diarreias frequentes ou prisão de ventre não devem ser negligenciados, pois podem ser sintomas de problemas de saúde mais sérios, inclusive de câncer colorretal. Contudo, os médicos garantem que essas condições que Raquel relatou sofrer não causam a doença, e por isso não são considerados fatores de risco.
Quais os principais sintomas da doença
Na maioria dos casos, o câncer colorretal é assintomático no início. À medida que progride, podem surgir manifestações como:
- Presença de sangue ou muco nas fezes;
- Fezes escuras ou em forma de fita;
- Anemia;
- Cólicas abdominais;
- Dores ou sangramento ao evacuar;
- Mudança no hábito intestinal (a pessoa começa a ter diarreia ou prisão de ventre que não passam e não têm causa aparente);
- Sensação que o intestino não esvaziou após evacuar;
- Sensação de empachamento;
- Perda de peso inexplicável;
- Cansaço e fadiga constantes.
Fontes: Ricardo Carvalho, oncologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo; e também Diogo Bugano, médico oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein; e Samuel Aguiar Junior, médico especialista em cirurgia oncológica do A. C. Camargo Cancer Center, os dois últimos consultados em reportagem de fevereiro de 2018.
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