Cientistas fazem memória de idosos funcionar como a de jovens de 20 anos
Resumo da notícia
- Pesquisadores estimularam o cérebro de idosos por meio de eletrodos e descobriram que, após 25 minutos, a memória deles funcionava como a de jovens
- O efeito de reversão do declínio da memória durou 50 minutos após a estimulação
- Os cientistas esperam que a descoberta um dia leve a um tratamento para deficiências cognitivas, como a doença de Alzheimer
Por meio de uma leve eletroestimulação cerebral, pesquisadores melhoraram temporariamente a memória de pessoas na faixa dos 70 anos para um desempenho semelhante ao de jovens com 20 anos de idade. O estudo foi publicado no periódico Nature Neuroscience na segunda-feira (8) e os cientistas esperam que a descoberta um dia leve a um tratamento para deficiências cognitivas, como a doença de Alzheimer.
"As mudanças relacionadas à idade não são imutáveis. Podemos trazer de volta a função de memória de trabalho superior que você tinha quando era muito mais jovem", diz Robert Reinhart, neurocientista da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, que liderou o estudo.
A memória de trabalho ou operacional foi o foco da pesquisa. Esse sistema cerebral é crucial para uma ampla variedade de tarefas, como reconhecimento de faces, aritmética e navegação em um novo ambiente.
O problema é que essa memória declina com a idade, mesmo na ausência de qualquer forma de demência. Por esse motivo, os cientistas resolveram estimular as áreas cerebrais --regiões pré-frontal e temporal-- responsáveis pela memória de trabalho, para analisarem se o desempenho volta ao normal.
No estudo, 42 pessoas com idade entre 20 e 29 anos e 42 pessoas com idade entre 60 e 76 anos foram avaliadas em uma tarefa. Primeiro, o grupo mais velho foi mais lento e menos preciso nos testes. Os cientistas então submeteram todos a 25 minutos de estimulação cerebral não invasiva e, após o procedimento, a memória de trabalho nos idosos melhorou e se igualou à do grupo mais jovem. O efeito durou 50 minutos após a estimulação.
Estudos maiores ainda são necessários para confirmar as descobertas e avaliar como elas poderiam ser aplicadas clinicamente. Mas Reinhart acredita que a abordagem pode ser usada para melhorar o desempenho da memória de trabalho em pessoas mais velhas, além de ter aplicações no tratamento de distúrbios ligados à memória de trabalho deficiente, como a esquizofrenia e a doença de Alzheimer.
Como o estudo foi feito
- Um grupo de pessoas na casa dos 20 anos e outro com idade de 60 a 70 anos realizaram uma série de tarefas de memória que exigiam a visualização de uma imagem. Depois de uma breve pausa, eles tinham que identificar se uma segunda imagem era ligeiramente diferente da original.
No início, os jovens adultos eram muito mais precisos, superando significativamente o grupo mais velho. No entanto, quando os adultos mais velhos receberam 25 minutos de estimulação leve fornecida por eletrodos no couro cabeludo e personalizados para seus circuitos cerebrais individuais, a diferença entre os dois grupos desapareceu.
Esse aumento de memória durou pelo menos até o final da janela de tempo de 50 minutos após a estimulação.
Dicas para cuidar da memória
- Faça yoga ou medite
- Faça atividades aeróbicas, como correr e nadar, e combine-as com exercícios de resistência, como pilates e musculação
- Malhe a mente lendo, fazendo palavras cruzadas, sudoku, xadrez e outros jogos que provoquem o intelecto, incluindo o videogame.
- Nunca pare de aprender
- Enriqueça o cardápio com uma dieta mediterrânea, que inclui azeite, grãos, legumes e verduras, mas principalmente prioriza o peixe ao invés da carne vermelha
- Durma bem
- Evite o estresse
- Maneire na bebedeira
- Mantenha a saúde em dia
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