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Burnout afeta 1 a cada 3 médicos no Brasil; e isso prejudica os pacientes

Médicos com síndrome do esgotamento profissional são menos cuidadosos com os pacientes - iStock
Médicos com síndrome do esgotamento profissional são menos cuidadosos com os pacientes Imagem: iStock

Do UOL VivaBem

27/04/2019 15h13

Resumo da notícia

  • A síndrome de burnout afeta cerca de 30 milhões de trabalhadores brasileiros e pode gerar úlceras, depressão, doenças do coração
  • 37% dos médicos relatam sofrer de burnout, e isso prejudica o atendimento aos pacientes
  • Profissionais da saúde com o problema relatam não ser cuidadosos com os pacientes e cometer erros que geralmente não cometeriam

Junto com a rotina estressante, a pressão e as muitas exigências na trabalho que boa parte das pessoas encara hoje em dia, veio um problema sério: a síndrome de burnout ou (síndrome do esgotamento profissional), que se não for tratada pode gerar úlceras, doenças do coração, diabetes, crises de pânico e depressão, e levar ao alcoolismo, ao uso abusivo de drogas e até suicídio.

De difícil diagnóstico, o transtorno afeta ceca de 30 milhões de brasileiros, segundo dados da Isma (International Stress Menagement Association). E nem mesmo os médicos estão imunes à condição, o que prejudica a saúde deles e também a sua, pois o burnout prejudica o atendimento aos pacientes (no caso, você).

Em uma pesquisa online realizada pelo Medscap, que contou com a participação de 1838 médicos de 38 especialidades, 37% dos profissionais de saúde relataram sofrer de burnout --sendo que 11% desses também disseram ter depressão. E esses problemas refletem em você da seguinte forma:

  • 34% dos médicos dizem ficar menos motivados em ser cuidadosos nas anotações sobre os pacientes;
  • 33% se sentem menos engajados com os pacientes (escutar e responder de maneira atenta, por exemplo);
  • 29% se tornam menos amigáveis com os pacientes;
  • 20% se irritam mais facilmente com os pacientes;
  • 11% cometem erros que normalmente não cometeriam;
  • 4% cometem erros que podem prejudicar o paciente.

Ronaldo Gismondi, professor de clínica médica da UFF (Universidade Federal Fluminense) e médico conteudista da Pebmed, diz que "o efeito da síndrome de burnout e da depressão na rotina de trabalho dos profissionais de saúde é um ponto relevante e que preocupa, uma vez que esses especialistas são responsáveis pela tomada de decisão clínica em diagnósticos e circunstâncias complexas (cirurgias, por exemplo)".

Caso em uma consulta você não se sinta confortável com o atendimento do médico --seja na forma como ele o tratou, seja no diagnóstico --, o ideal é sempre buscar uma segunda opinião.

Como identificar e lidar com o burnout

Como a síndrome do burnout não é exclusiva dos médicos e pode acometer qualquer pessoa, veja algumas dicas para diagnosticar e combater o problema.

- Fique atento aos sinais: o esgotamento profissional e emocional traz adversidades no trabalho, como queda de produtividade; problemas de memória; perda de motivação; e falta da sensação de "realização". Alterações do sono, apatia, fraqueza, falta de apetite, ansiedade e até diminuição do desejo sexual também são indícios do problema.

- Não deixe para lá: "Geralmente, a pessoa começa a apresentar os sintomas, mas acredita que seja algo temporário e não procura ajuda de um profissional, até que o esgotamento chega."

- Separe um tempo para você: Ao sentir sinais de esgotamento, procure dedicar-se mais a atividades que gosta de fazer e trazem bem-estar, como ler um livro, meditar, fazer ioga, praticar esportes etc. Terapia profissional também é importante. "Caso os sintomas permaneçam, o ideal é procurar ajuda profissional, pois pode ser necessário fazer uso de medicações até que o quadro se estabilize", finaliza Gismondi.

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