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Comer alimentos calóricos quando estamos estressados engorda mais

O estresse aumenta o nível de insulina no organismo, hormônio responsável por estocar em forma de gordura as calorias que não gastamos - iStock
O estresse aumenta o nível de insulina no organismo, hormônio responsável por estocar em forma de gordura as calorias que não gastamos Imagem: iStock

Do UOL VivaBem

27/04/2019 17h16

Resumo da notícia

  • Estudo feito com ratos descobriu que animais engordam mais quando comem alimentos calóricos sob o efeito do estresse
  • Os cientistas revelam que uma molécula chamada NPY, produzida quando estamos estressados, está ligada a esse maior ganho de peso
  • A tensão crônica ainda aumenta o nível de insulina no organismo, hormônio responsável por estocar como gordura as calorias que não queimamos

Você é do tipo que ataca a geladeira ou o pote de doces quando está nervoso? Melhor tentar se controlar ou buscar outra tática para aliviar a tensão. Um estudo realizado com animais e publicado no periódico Cell Metabolism mostrou que comer comidas calóricas quando se está estressado engorda mais.

No trabalho realizado por cientistas do Garvan Institute of Medical Research (Austrália), ratos que estavam estressados por um longo período e consumiram alimentos ricos em gorduras se tornaram obesos mais rapidamente do que os roedores que ingeriram a mesma dieta, mas não foram submetidos ao estresse.

Por que comemos quando estamos irritados?

Um dos objetivos do estudo era entender o que leva algumas pessoas a consumir mais comidas ricas em gorduras e açúcar quando estão estressadas. Para isso, os cientistas investigaram diferentes áreas do cérebro dos camundongos, incluindo o hipotálamo (que controla a ingestão alimentar) e a amígdala (que processa respostas emocionais, como a ansiedade).

Os pesquisadores descobriram que uma molécula chamada NPY, que o cérebro produz naturalmente em resposta ao estresse, está envolvida no maior ganho de peso durante momentos tensos. "Quando 'desligamos' a produção de NPY nos ratos estressados, eles passaram a engordar o mesmo que os outros animais", explicou Kenny Chi Kin Ip, principal autor do estudo.

Insulina entra no jogo

Os pesquisadores descobriram ainda que as células nervosas da amígdala que produzem NPY têm receptores de insulina --um dos hormônios que controla nossa ingestão alimentar. Em condições normais, o organismo aumenta a produção de insulina logo após a refeição, para levar a glicose (açúcar) para dentro das células, e envia um sinal para pararmos de comer.

Porém, sob o efeito de estresse, o nível de insulina no organismo dos ratos já subiu um pouco; e esse aumento passou a ser 10 vezes maior quando os animais fizeram refeições calóricas. Essa "inundação" do hormônio nas células da amígdala impulsionou a produção de NPY, o que estimulou ainda mais a ingestão de alimentos calóricos e reduziu a resposta normal do corpo para queimar calorias. Vale lembrar que uma das ações da insulina é estocar em forma de gordura a energia (glicose) que não é utilizada pelo organismo.

"Nossas descobertas revelam um ciclo vicioso, em que o alto nível crônico de insulina, impulsionado pelo estresse e pela dieta calórica, promove uma alimentação cada vez maior", explicou Herbert Herzog, chefe do laboratório de desordens alimentares do Garvan Institute of Medical Research. "Isso reforça a ideia de que, embora seja sempre ruim comer junk food, ingerir alimentos altamente calóricos quando se está estressado é um golpe duplo que impulsiona a obesidade", finalizou.

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