Casillas é internado com suspeita de infarto; como identificar e agir?
Resumo da notícia
- O infarto pode ser assintomático (ou silencioso). O mais comum, porém, é que a pessoa tenha uma combinação de sintomas, que surgem de repente
- Dor ou aperto no peito, que se irradia para o queixo ou ombro e braço esquerdos, é comum. Mas mulheres e idosos podem não ter essa manifestação
- O ideal é que as providências sejam tomadas até seis horas após o início dos sintomas. Depois de 12 horas, a probabilidade de recuperação é mínima
O goleiro Iker Casillas, 37, foi internado com urgência nesta quarta-feira (1) após suspeita de um infarto. O jogador foi submetido imediatamente a um cateterismo e não corre nenhum perigo, de acordo com nota oficial emitida pelo Porto, time no qual o arqueiro espanhol defende.
Casos como o do goleiro não são incomuns e sempre levantam a dúvida: afinal, quais os reais sintomas de um ataque cardíaco?
Todo mundo associa o infarto a uma dor forte no peito --até porque é assim que vemos nos filmes e novelas. O sintoma é mesmo o mais comum, mas não é o único. Em alguns casos, pode nem estar presente. Ter informações sobre esse tipo de emergência médica é fundamental para todo mundo, já que quanto antes o tratamento for iniciado, maiores as chances de sobrevivência.
Nem toda dor no peito é um infarto, mas ela pode ser. Se ela dura mais do que três ou quatro minutos, a pessoa precisa procurar um médico para tirar a dúvida. A dor no tórax aparece em cerca de 30% dos casos de infarto e pode se irradiar para pescoço, mandíbula, costas, braço ou ombro esquerdo.
Sintomas de infarto
Além da dor ou aperto no peito, que se irradia para o queixo ou ombro e braço esquerdos, um desconforto na boca do estômago também é um sintoma comum. As pessoas que sentem esse tipo de dor não procuram um médico porque acham que é só um problema no estômago, mas quando o infarto afeta a parede inferior do coração, a dor pode aparecer no estômago.
Mas o problema ainda pode não ter sintoma algum. Quando a obstrução afeta um pequeno ramo da coronária, atingindo uma área pequena e periférica do músculo cardíaco, o ataque cardíaco pode ser assintomático (ou silencioso).
Fique atento se tiver:
- Dor aguda no peito, que perdura por mais de 20 minutos e pode se irradiar para pescoço, mandíbula, costas, braço ou ombro esquerdo (também pode se manifestar como queimação, sensação de peso ou aperto no peito e formigamento no braço);
- Náuseas e/ou vômito;
- Sudorese, suor frio;
- Falta de ar (mais frequente em idosos);
- Cansaço extremo ou fraqueza;
- Tontura;
- Desmaio;
- Ansiedade.
Como agir
Ao sentir a dor no peito, a recomendação é ligar para a emergência e manter a pessoa em repouso. Enquanto aguarda, o paciente com suspeita de infarto deve tomar dois comprimidos de 100 mg de ácido acetilsalicílico (aspirina) infantil. Em caso de parada cardíaca, deve-se deitar a pessoa no chão, com o queixo virado para cima, e iniciar a massagem cardíaca fazendo duas compressões por segundo no meio do peito até a chegada da equipe de socorro.
Mesmo que os sintomas sejam leves e a pessoa não tenha histórico de doença cardiovascular, é importante ir ao pronto-socorro. O coração é como um pistão de músculo. Quando o indivíduo tem um infarto, uma área do órgão morre e ele perde essa função de bombear o sangue, por isso o atendimento deve ser rápido. Quanto mais tempo demora, maior a perda de músculo e de função.
O ideal é que as providências sejam tomadas até seis horas após o início dos sintomas. Depois de 12 horas, a probabilidade de recuperação é mínima.
Como prevenir
O controle da pressão arterial, do nível de colesterol e açúcar no sangue, o combate ao tabagismo e ao sedentarismo são os pilares da prevenção da doença coronária e, consequentemente, do infarto do miocárdio. Aprender a gerenciar o estresse, dormir bem e cultivar o lazer também são medidas importantes.
Realizar exames de rotina, especialmente se a pessoa tiver um ou mais fatores de risco para doença coronariana, pode evitar um infarto. Em geral, exames de sangue (para dosagem de colesterol, triglicérides, glicose e marcadores inflamatórios, como a proteína C reativa), eletrocardiograma, ecocardiograma, teste de esforço, cintilografia ou angiotomografia podem ser indicados pelo cardiologista.
Se alguma obstrução for detectada, o paciente pode ser encaminhado para o cateterismo e elege-se o procedimento mais indicado, que pode ser apenas o uso de medicamentos, a angioplastia com stent ou a cirurgia de revascularização eletiva.
Fontes: Guilherme Sangirardi, cardiologista membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) e da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), e Magaly Arrais, cirurgiã cardiovascular do Hospital do Coração (Hcor), em São Paulo, e diretora de Departamentos Especializados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), consultados em matéria do dia 23/10/18; Dante Senra, cardiologista dos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, de São Paulo, consultado em matéria do dia 28/02/2019.
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