Tadalafila, usado para disfunção erétil, também trata problema no coração
Resumo da notícia
- A insuficiência cardíaca é uma condição na qual o coração não bombeia o sangue como deveria
- O novo estudo, entretanto, demonstra que o Tadalafil pode agora ser uma terapia possível para a insuficiência cardíaca
- O próximo passo é realizar testes em humanos, para determinar se tais drogas são eficazes no tratamento da doença
O medicamento Tadalafila, semelhante ao Viagra, além de tratar a disfunção erétil, também retarda ou até mesmo reverte a progressão da insuficiência cardíaca --quando o coração não é capaz de bombear corretamente--, de acordo com um novo estudo publicado no periódico Scientific Reports nesta quarta-feira (1).
Os cientistas da Universidade de Manchester, no Reino Unido, fizeram testes em carneiros, que têm corações semelhantes aos dos humanos. A droga interrompeu o agravamento da insuficiência nos animais e ainda reverteu seus efeitos.
O Tadalafil alterou uma série de reações químicas no corpo para restaurar a capacidade do coração de reagir à adrenalina. Isso aumentou a capacidade do coração de bombear o sangue ao redor do corpo ao trabalhar mais intensamente.
Maioria dos tratamentos atuais é ineficaz
A insuficiência cardíaca é uma condição que ocorre quando o coração está fraco demais para bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo. O problema é que a maioria dos tratamentos é ineficaz.
O problema, que causa falta de ar, fadiga, pernas inchadas e batimentos cardíacos acelerados, é tratado com a ingestão limitada de sal e de líquidos, bem como o uso de medicamentos com prescrição. Em alguns casos, pode ser implantado um desfibrilador ou marca-passo.
Agora, após a eficácia do Tadalafila em animais, testes em humanos são os próximos. "Nós já temos evidências limitadas de testes em humanos e estudos epidemiológicos que mostram que a droga pode ser eficaz no tratamento da insuficiência cardíaca", diz Andrew Trafford, principal autor do estudo. "Esse estudo fornece uma confirmação adicional e demonstra que o Tadalafila pode ser uma terapia possível para o problema no coração."
No entanto, Trafford não aconselha a população a se tratar com a droga e sugere que a consulta com o médico é essencial.
Como o estudo foi feito
- Os cientistas fizeram um grupo de carneiros a ter insuficiência cardíaca por meio de marcapassos. Quando os animais tiveram o problema, a equipe administrou a droga.
- A dose recebida pelas ovelhas foi semelhante à dose que os humanos recebem quando são tratados para disfunção erétil.
- Em um curto período, o agravamento progressivo da insuficiência cardíaca foi interrompido e, mais importante, a droga reverteu os efeitos da insuficiência cardíaca.
- A causa biológica da falta de ar na insuficiência cardíaca --a incapacidade do coração de reagir à adrenalina-- foi quase completamente revertida.
Mas o Viagra não causava ataque cardíaco?
Você sabia que o remédio para disfunção erétil foi descoberto por acaso, durante a fase de testes do seu princípio ativo, a sildenafila, como medicamento para hipertensão arterial e angina --dor no peito que indica problema cardíaco. A droga não se revelou eficiente para a finalidade original, mas seu efeito colateral surpreendeu: os pacientes que tomavam o remédio relatavam melhora na ereção e, em alguns casos, tinham até priapismo --ereção prolongada e dolorosa.
De acordo com os médicos, portanto, essa relação entre medicamentos para disfunção e infarto não existe. Até há casos de homens que sofreram um ataque cardíaco após usar o medicamento. No entanto, os especialistas explicam que a causa do problema foi o esforço excessivo e prolongado durante o sexo, e não a ação da droga em si.
Algumas vezes, feitos colaterais comumente reportados por quem usa o remédio --calor da face, taquicardia leve, dor de cabeça e sensação de nariz entupido -- podem levar a pessoa a achar que está tendo um problema no coração. Mas fique tranquilo. Esses sintomas ocorrem por causa da ação vasodilatadora da droga. Eles não têm relação com a iminência de um ataque cardíaco e passam junto com o efeito sobre a ereção.
Fontes: Sidney Glina, urologista do Hospital Israelita Albert Einstein; e Helio Castello, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, consultados em matéria do dia 25/04/18.
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