Exame identifica predisposição a cardiopatias em crianças e adolescentes
Resumo da notícia
- Com a ajuda de aparelhos portáteis, os médicos transmitem imagens do ecocardiograma coletado para especialistas no hospital
- O objetivo é fazer o diagnóstico precoce de doenças cardiovasculares, especialmente a cardiopatia reumática
- Se adotado a nível de política pública de saúde, o exame terá o potencial de reduzir o número de brasileiros que sofrem de cardiopatia reumática
Pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) desenvolveram um exame de imagem que detecta se a criança ou o adolescente tem alguma predisposição a desenvolver cardiopatia reumática na vida adulta.
Ao testarem o método em 12 mil jovens em Belo Horizonte e na cidade de Montes Claros, os cientistas ainda descobriram que 4,5% deles possuíam alguma característica anormal nas válvulas cardíacas ou então já possuem alterações definitivas, revelando predisposição para um futuro desenvolvimento de cardiopatia reumática.
De acordo com os pesquisadores, se o exame for adotado a nível de política pública de saúde, ele terá o potencial de reduzir drasticamente o número de brasileiros que sofrem com essa doença.
O que é a cardiopatia reumática?
Doença com origem imune, a cardiopatia reumática começa a se desenvolver ainda na infância e na adolescência, naqueles indivíduos com casos de infecção bacteriana na garganta (amigdalites) tratados de forma inadequada.
Esse processo autoimune ataca lentamente as válvulas cardíacas em um processo assintomático. Caso não seja diagnosticada e tratada ainda na primeira fase, ao longo de décadas a doença poderá acometer as válvulas do coração, e até causar insuficiência cardíaca.
Nos estágio mais avançados da doença, os pacientes com cardiopatia reumática podem se submeter a procedimentos complexos, incluindo valvuloplastias, cirurgias cardíacas e transplante de coração.
"Se fosse possível detectar, ainda na infância e adolescência, quais crianças possuem predisposição a desenvolver cardiopatia reumática, elas poderiam ser acompanhadas de perto ou mesmo tratadas com antibióticos para reduzir a progressão da doença, prevenindo o desenvolvimento futuro de cardiopatias," diz o médico cardiologista Bruno Ramos Nascimento, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, e do Serviço de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular, do Hospital das Clínicas da UFMG.
Como funciona o novo exame
Para rastrear as cardiopatias, os pesquisadores utilizam aparelhos portáteis que transmitem imagens de ecocardiograma diretamente aos especialistas do hospital. No trabalho de rastreamento, as imagens foram analisadas por médicos do Hospital das Clínicas da UFMG e em Washington, nos Estados Unidos.
Com as imagens e a ajuda de um sistema de pontuações (escore), os médicos foram capazes de fazer uma identificação precoce de alterações nas válvulas cardíacas e quais crianças estavam sob maior risco.
Quem estava com exames alterados foi encaminhado para o Serviço de Ecocardiografia do Hospital das Clínicas da UFMG, para realização de ecocardiograma completo.
"Demonstramos que é elevado o índice de alterações nessas populações, de pacientes assintomáticos e sem diagnóstico prévio. O ecocardiograma provê diagnóstico precoce e possibilita agora identificar os pacientes que devem ser acompanhados de forma mais próxima e eventualmente encaminhados mais rapidamente para os cuidados especializados, incluindo a profilaxia com antibióticos", completa Nascimento.
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