É melhor correr sozinho ou em grupo? Veja prós e contras do treino coletivo
Resumo da notícia
- Treinar com companhia aumenta a motivação e o comprometimento com o esporte, mas é preciso respeitar os próprios limites e metas individuais
- As sessões mais longas e leves de treino são as mais indicadas para fazer com um parceiro ou em turma
- Encontrar o equilíbrio entre correr sozinho e acompanhado melhora a sua relação com o esporte
A corrida leva a fama de ser um esporte solitário. Ok, o corredor só depende dele mesmo para praticar. Mas isso não vem impedindo que a cada dia surjam mais turmas de corredores, sejam eles unidos por uma assessoria esportiva ou um grupo no Whatsapp. Juntos, eles compartilham experiências no esporte, fazem-se companhia e trocam motivação, para falar de algumas vantagens.
Porém, dependendo do perfil e dos objetivos do atleta, a prática coletiva também pode trazer desvantagens.
É importante destacar que alguns benefícios da corrida são maiores quando se corre sozinho. É o que acontece, por exemplo, quando se quer treinar o poder de concentração ou simular o que se pretende fazer numa prova.
Achar o equilíbrio entre correr sozinho e acompanhado, portanto, vai melhorar ainda mais sua relação com a corrida. Compare e encontre sua turma - ou não.
Vantagens de correr em grupo
Motivação: "Você faz amigos, treina e compete junto, viaja e acaba criando um ambiente de corrida em que se fala sobre todos os assuntos", destaca Marcos Paulo Reis, diretor-técnico da MPR Assessoria Esportiva.
Compromisso: uma boa companhia pode ser determinante para vencer a tentação de trocar o esporte por mais um tempo na cama de manhã ou pular o treino agendado no final de um dia cansativo. Afinal, ninguém quer levar fama de furão ou preguiçoso. Ter (e cumprir) horários definidos como a turma para começar a atividade também é uma tática para não desanimar.
Referência: em alguns tipos de treino, correr com um amigo que tem um ritmo um pouco mais forte do que o seu pode ser positivo por criar um padrão mais elevado a se perseguir. Porém, é fundamental que o ritmo não seja muito acima e que o treino compartilhado permita essa dinâmica (veja mais abaixo).
E as desvantagens
Sobrecarga demais: querer acompanhar alguém que corre muito mais rápido às vezes parece desafiador, mas também pode ser perigoso, principalmente para atletas iniciantes. Afinal, cada um tem sua individualidade biológica e ir além dos limites saudáveis pode resultar em lesões.
Desmotivação: pode ocorrer quando seu parceiro de treino corre muito mais forte do que você. Perceber que ele está mais rápido, que você está ficando mais distante e precisa apertar o passo para alcançá-lo pode se tornar um fator de pressão para você e acabar atrapalhando seu treino.
Sair do ritmo: "Todo corredor precisa entender que cada treino tem um objetivo e é preciso trabalhar no ritmo correto, com foco nas metas daquele treino. Ao correr em grupo, é comum que alguns acabem correndo acima ou abaixo do ritmo pretendido", alerta Mario Sergio Andrade Silva, diretor-técnico da Run&Fun Assessoria Esportiva. Ou seja, não é todo treino que aceita companhia - em alguns, para obter bons resultados é mais garantido correr sozinho.
Quando apostar em uma companhia?
Treinos longos: geralmente realizados nos fins de semana, são os que acabam reunindo mais grupos de corredores. Afinal, passar horas correndo pode ser um tanto monótono sem ninguém ao lado para ajudar a selecionar o percurso, dividir a água e bater um papo. Porém, dois fatores têm que ser observados: o ritmo do grupo precisa ser parecido e a companhia, agradável.
Regenerativos: são aqueles mais leves, em ritmo confortável, que permite mais conversa e menos preocupação. Por outro lado, também há quem prefira completar sozinho esse tipo de treino justamente para pensar na vida e ter um tempo para si, sem precisar focar em ritmo ou distância.
Educativos: tem gente que acha essas sessões monótonas porque repetitivas, mas elas podem ficar mais divertidas quando realizadas em grupo.
Intervalados: ter alguém para conversas breves nos intervalos e ter um amigo "pacer" são as vantagens aqui. Mas é importante ter um ritmo parecido: para quem é mais rápido, desacelerar para esperar o amigo atrapalha o treino; para quem é mais lento, é preciso saber seu limite e não se frustrar com o parceiro sempre à frente.
Progressivos: o alerta sobre ritmo nos intervalados também vale aqui. Afinal, nesse tipo de treino o objetivo é aumentar o ritmo a cada série. Começar muito forte para acompanhar um amigo, em vez de aumentar o ritmo gradativamente, por exemplo, estraga o treino desde o início.
Fontes: Mario Sergio Andrade Silva, diretor-técnico da Run & Fun Assessoria Esportiva; e Marcos Paulo Reis, diretor-técnico da MPR Assessoria Esportiva.
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