Existem diferentes formas de dizer "eu te amo"; entenda como conciliá-las
Muita gente acha que dizer "eu te amo" é a melhor maneira de expressar o seu sentimento para a pessoa amada. Mas, nem sempre quem ouve a frase dá muita importância, porque não é ouvindo que ela se sente realmente envolvida pelo sentimento alheio. A questão é existem diversas formas de expressar e de perceber o amor e cabe a cada um afinar a sintonia entre o que comunica ao outro e ao que recebe.
Após pesquisar anos sobre esse assunto, o escritor norte-americano Gary Chapman publicou um livro chamado "As Cinco Linguagens do Amor", para ajudar as pessoas a descobrirem sua linguagem e a entender melhor a do outro, harmonizando e equilibrando as relações. Na obra, ele separa as linguagens em:
- Palavras de afirmação: Pessoas que usam as palavras para expressar seu amor, dão muito valor em dizer o quanto ama a outra pessoa, utilizado frases motivadoras, de empoderamento, positividade e acolhimento para reforçar a importância dessa outra pessoa. A palavra é utilizada como uma valorização do outro e da relação e tem uma grande força sobre quem as diz, onde cada frase e cada palavra importa.
- Qualidade do tempo: Muita gente acredita que não há maior demonstração de amor do que dedicar um tempo somente para estar com a pessoa amada, abdicando de outras coisas para estar com ela. Essa pessoa entende que se você prioriza o tempo com ela, é porque você realmente a ama e se importa com ela.
- Dar presentes: Embora controverso para muitas pessoas, para outras ganhar ou dar presentes é tida como a melhor maneira de dizer "eu te amo". Para elas não é lado material que interessa e sim o gesto, a preocupação da pessoa de parar, pensar, escolher algo pensando nela. Ela demonstra não apenas o interesse, mas dá prioridade ao outro em comprar algo para presentear, quando poderia estar comprando algo para si.
- Gestos de ajuda: Quem tem os gestos de ajuda como linguagem de amor, está sempre atento a ajudar naquilo que o outro precisa. Quando algo está difícil demais, cansativo e complicado, vem esta pessoa e se prontifica a ajudar, espontaneamente. Para quem recebe ajuda e reconhece o amor por essa linguagem, o gesto será muito valioso.
- Toque físico: Tem gente que não suporta ficar "grudado" no outro. A proximidade excessiva é uma invasão a seu espaço. Mas, existem pessoas que sentem que somente quando o outro está colado é que a pessoa está de fato demonstrando seu amor por ela. Sempre abraçado, de mãos dadas, sempre junto, em contato físico. Esse toque físico é que faz com que a pessoa se sinta amada e querida pela outra.
No entanto há quem discorde desta teoria, como o o psicanalista também norte-americano Daniel Stern, que diz que muitas das linguagens do afeto são sutis e inconscientes. Ou seja, nem quem faz, nem quem recebe tem total consciência da comunicação que se estabelece, mas ela está lá, em pequenos gestos, em modos de os corpos se colocarem, em modos de olhar, no tom de voz etc.
Como conciliar linguagens diferentes?
Se numa relação uma pessoa expressar seu amor diferente da outra, pode criar uma grande confusão. As duas podem estar fazendo um grande esforço para mostrar o quanto amam a outra pessoa e ambas não se sentirem amadas, devido ao desencontro das linguagens de demonstração de afeto. Nesses casos, a conversa é a maior aliada.
Experimentar diferentes maneiras de expressar o amor é o pensamento do professor de psicologia Vicente Cassepp-Borges. "É interessante que a pessoa possa ver o quanto que está utilizando cada uma das formas e tentar diversificar essas maneiras de expressar o amor, de uma maneira mais múltipla". Para ele, o ideal é não cobrar ou exigir do outro expressões amorosas e sim se abrir para as diversas maneiras de perceber o amor, assim, quando ela se der conta, será uma experiência nova, natural e verdadeira.
Para o psicólogo Pedro Penuela, além do diálogo, tem que haver a análise e percepção. "É importante lembrar que somos diferentes e que quando estamos numa relação amorosa, estamos diante de um outro que não é a repetição de nossos pais, de nossas fantasias paranoicas ou do que quer que seja que já carregamos antes do encontro com essa pessoa. Se pudermos conceber esse alguém como um outro, talvez possamos nos abrir para seu modo muito particular de se comunicar", conclui.
Fontes: Vicente Cassep-Borges, professor de psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF); Pedro Penuela, psicólogo; Gabriela Malzyner, psicóloga e membro efetivo da Clínica de Estudos e Pesquisas em Psicanálise da Anorexia e Bulimia (CEPPAN), membro do Departamento Formação em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae e docente do Curso de Formação em Psicanálise do CEP.
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