Sobrepeso na adolescência aumenta risco de cardiomiopatia em homens adultos
Um grande estudo publicado no periódico científico Circulation apontou que homens que estavam acima do peso --não necessariamente por muitos quilos -- quando tinham cerca de 18 anos apresentam maior probabilidade de desenvolver cardiomiopatia, uma condição do músculo cardíaco que pode levar à insuficiência cardíaca, na idade adulta.
Como o estudo foi feito
- A pesquisa examinou dados sobre altura, peso e aptidão geral de um registro sueco de 1.668.893 homens que se alistaram em serviço militar obrigatório entre 1969 e 2005, quando tinham 18 ou 19 anos.
- Os pesquisadores então usaram dois outros bancos de dados nacionais que rastreiam as causas de todas as hospitalizações e mortes na Suécia para determinar se os homens tinham doença cardíaca grave à medida que envelheciam, e os participantes foram acompanhados até completarem 46 anos.
- Entre os participantes do estudo, 4.477 foram diagnosticados com cardiomiopatia em uma idade média de 45,5 anos.
Resultados
Os homens que estavam magros aos 18 anos --com um IMC (índice de massa corporal) abaixo de 20 -- tinham um baixo risco de cardiomiopatia. No entanto, esse risco aumentou constantemente com o aumento do peso, mesmo entre os homens no limite de um IMC normal (22,5-25).
Os participantes com IMC de 35 ou mais na juventude tinham oito vezes mais probabilidade de desenvolver cardiomiopatia dilatada na idade adulta em comparação com homens que eram magros quando jovens.
De acordo com os responsáveis, não foi possível estimar o aumento do risco de cardiomiopatia hipertrófica em homens com IMC 35 e acima, porque havia poucos casos para fornecer uma análise significativa.
Relação com a cardiomiopatia
Pessoas com casos na família são apontadas como maior grupo de risco, mas, em geral, as causas da cardiomiopatia são pouco conhecidas. A condição, que inflama e amplia o músculo do coração, pode fazer com o que o coração pare de bombear sangue adequadamente, levando à insuficiência cardíaca
De acordo com Annika Rosengren, uma das cientistas responsáveis pela análise, o interesse em cardiomiopatia surgiu porque a insuficiência cardíaca causada por esta desordem incomum dobrou na Suécia entre 1987 e 2006.
Como as taxas globais de cardiomiopatias são baixas no país, Rosengren explica que o conjunto de dados grande e de longo prazo foi necessário para encontrar uma associação com o peso. A pesquisadora aponta que, por falta de dados, os resultados podem não se traduzir em mulheres, mas espera que os resultados deste estudo se apliquem a homens em todo o mundo.
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