Por que gostamos tanto de curtidas? Estímulo ativa mecanismos de recompensa
Resumo da notícia
- As curtidas nas redes sociais ativam os mecanismos de recompensa e as estruturas do neocórtex, regiões ligadas à socialização
- Quando a pessoa tem traços dos narcisismo, ela pode apoiar sua autoestima nesses feedbacks e acabar se viciando neles
- Para se prevenir, é sempre importante monitorar seu uso da rede social, evitando passar tanto tempo nelas
Já virou quase normal: você posta uma foto ou um texto em uma rede social e espera receber curtidas ou --como algumas pessoas brincam-- uma "chuva de likes". Mas já parou para pensar por que você espera e quer receber essas curtidas? Ou como ficaria se não recebesse nenhum tipo de retorno em relação à postagem? A resposta está no nosso cérebro.
As redes sociais envolvem duas estruturas do cérebro. Uma delas é o neocórtex, responsável pela lado social e que induz a tomada de decisão, realização de tarefas e questionamentos como: "o que eu quero?" e "o que eu sinto?". Também há a parte do sistema de gratificação cerebral, aquele famoso sistema de recompensa. Ao dar uma curtida ou receber você ativa essas duas regiões.
"Essas estruturas têm uma função natural de estimular as pessoas para socialização. Por isso quando você dá ou recebe uma curtida, se torna quase que imediata a relação de felicidade e gratidão", diz Hermano Tavares, psiquiatra e coordenador do Programa Ambulatorial Integrado dos Transtornos do Impulso do IPq HC-FMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), nesta sexta-feira (07), durante o Congress on Brains Behavior and Emotions, em Brasília.
No entanto, esse mecanismo quando estimulado em excesso pode provocar frustrações e até vícios em alguns indivíduos. Tavares aponta ainda que reforçar demais um elemento mais motivador pode causar elementos apelativos, perda de controle e adicção.
Redes sociais e narcisismo
Ao postar uma foto é quase que unânime querer receber elogios, comentários e reações positivas. Porém, ao fazer uma postagem na qual há mais comentários interrogativos e maldosos pode aumentar a frustração.
Tavares explica que todas essas ações reforçam características narcisistas nos indivíduos, que normalmente tem uma autoestima mais baixa e se apoia na avaliação dos outros para se reforçar. Muitas vezes, o próprio indivíduo se sabota e se abstém de respostas negativas e favorece os recursos que o levam só para lado bom da rede.
Como não ficar refém das redes sociais
Faça um automonitoramento das redes sociais:
- Procure checar quanto tempo você fica em algum aplicativo (alguns apps já possuem esse recurso);
- Tente analisar quanto tempo do seu dia você ficou em determinado aplicativo de mensagens e com quem você falou;
- Tente ficar offline por algumas horas ou minutos de aplicativos na internet;
- Procure substituir o tempo em que você ficaria em algum aplicativo de foto ou texto e por ler um livro, aprender um novo idioma ou praticar atividade física.
* A repórter viajou a convite do Congress on Brains Behavior and Emotions
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