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Os órgãos têm a mesma idade da pessoa? Nem todos

Os órgãos se regeneram? - iStock
Os órgãos se regeneram? Imagem: iStock

Do UOL VivaBem, em São Paulo

09/06/2019 11h04

Resumo da notícia

  • Pesquisadores acreditavam que apenas alguns órgãos tinham células tão antigas quanto o organismo
  • Mas um novo estudo mostrou que os órgãos são compostos por uma mistura de células antigas e jovens
  • Órgãos como fígado, pâncreas e coração possuem células de várias idades
  • Ao entender o envelhecimento dos órgãos é possível ter novos tratamentos

A crença era que células de neurônios e do coração fossem as mais antigas do corpo, mas que as demais fossem jovens e estivessem se regenerando ao longo do tempo.

Mas pesquisadores do Instituto Salk, nos EUA, descobriram que cérebro, fígado e pâncreas de ratos possuem células e proteínas com muitos anos, algumas tão velhas quanto o animal. A pesquisa foi publicada na revista Cell Metabolism.

Nós ficamos muito surpresos ao encontrar estruturas celulares que são essencialmente tão antigas quanto o organismo em que residem
Martin Hetzer, vice-presidente e cientista chefe do Salk e autor sênior do estudo

Ele completa que os resultados sugerem uma complexidade celular ainda maior dos órgãos, e que há grandes implicações em como pensamos o envelhecimento do cérebro, coração e pâncreas.

A maioria dos neurônios no cérebro não se divide durante a idade adulta e, portanto, experimenta uma longa vida útil e declínio relacionado à idade. O que se viu agora é que os órgãos são uma mistura de células novas e antigas.

Como o estudo foi feito?

  • Pegou-se as células de neurônios para ser a base de comparação de idade para as outras células já que elas têm a mesma idade do organismo estudado.
  • A equipe então usou uma combinação de imagens e elétrons isótopos para visualizar e quantificar a idade de células e proteínas no cérebro, pâncreas e fígado de um rato novo e de um velho.

O que significa?

Como o método utilizado pode ser aplicado praticamente em qualquer tecido do corpo, ele é um bom indicativo de como as células conseguem viver tanto e como elas perdem o controle sobre a qualidade e integridade de proteínas e importantes estruturas celulares durante o envelhecimento.

Por exemplo, as células que revestem os vasos sanguíneos são formadas junto com o organismo e não se regeneram. Isso pode abrir uma nova linha de tratamento para doenças do sistema circulatório.

Já o pâncreas, órgão responsável por manter os níveis de açúcar no sangue e secretar enzimas digestivas, tem células de diferentes idades.
Uma estrutura conhecida como ilhotas de Langerhans, por exemplo, pareceu um quebra-cabeça de células jovens e velhas interconectadas. É uma população de células idênticas que se distinguem por seu tempo de vida.

O fígado, por outro lado, é tido como um órgão que constantemente se regenera, por isso os pesquisadores esperavam encontrar células jovens. Mas a grande maioria das células hepáticas em camundongos adultos saudáveis era tão antiga quanto o animal. Isso abre novos caminhos para a pesquisa de como o órgão se regenera.

"O objetivo final é utilizar esses mecanismos para prevenir ou retardar o declínio relacionado à idade de órgãos com renovação celular limitada", conclui Hetzer.

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