Antes do burnout: 5 sinais de que você está estressado
O estresse pode causar diversos problemas no organismo, do coração à saúde mental. O problema é tão sério que, recentemente, a OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou a inclusão da síndrome de burnout -- nome que os psicólogos dão ao esgotamento físico e mental intenso do organismo -- na Classificação Internacional de Doenças.
Mas saiba que não é preciso chegar a esse ponto para fazer parte do grupo de risco. Muitas vezes os sinais de você está no seu limite podem passar despercebidos. Como podemos saber se o estresse já está afetando a nossa saúde?
Antes, é preciso entender o que acontece quando estamos sob pressão. "Diante de uma situação estressante, ocorrem diversas alterações no nosso organismo: as pupilas dilatam, o coração pulsa mais forte, a tensão muscular aumenta e assim por diante. Elas são uma resposta natural do organismo à liberação de hormônios, como o cortisol, a adrenalina e a noradrenalina, com o objetivo de prepará-lo para reagir", explica o psiquiatra Elton Kanomata, da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.
O problema é ficar exposto a isso muito tempo. "Sob estresse, a pessoa começa a encarar as atividades do cotidiano como inimigos, reagindo com todas as forças. Assim, o mecanismo que foi desenvolvido para o proteger o corpo, acaba por prejudicá-lo", afirma a psicóloga Eliana Melcher Martins, diretora de cursos em terapia cognitivo comportamental na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Por isso, de acordo com a especialista, é preciso ficar atento aos alertas que o organismo emite. Para além das tradicionais mudanças na disposição e no humor, no entanto, o estresse pode afetar outros aspectos da saúde, como você vai ver a seguir.
1. Infecções frequentes
Febre, mal-estar, diarreia. Se você "vive" doente, mesmo que não pareça grave e dure só alguns dias, atenção. Isso porque o estresse crônico, ou seja, quando o organismo fica instável por semanas ou meses, interfere no sistema imunológico. "Além do paciente ficar mais vulnerável a infecções, ele também reage pior ao tratamento", alerta o endocrinologista André Faria, médico da Unidade de Neuroendocrinologia da Divisão de Neurocirurgia Funcional do HC-FMUSP e do programa Check-up do Fleury Medicina e Saúde. "Paralelamente, há também um aumento no risco de desenvolvimento de algumas doenças autoimunes, como hipertireoidismo, lúpus e certas condições alérgicas", completa.
2. Glicose elevada
Em situações que o seu corpo entende como "perigosas", uma das primeiras reações do fígado é liberar mais glicose com o intuito de fornecer energia às células. Mas o real perigo aqui, especialmente para quem já tem uma predisposição ao diabetes, é a elevação da glicemia. A relação entre estresse e a doença, aliás, já foi comprovada em diversos estudos -- um dos mais importantes foi realizado pela Universidade de Gothenburg, na Suécia, que acompanhou cerca de 900 homens durante 35 anos e comprovou que o estresse contínuo é um importante preditor de diabetes tipo 2, independentemente do IMC (índice de massa corporal), da situação econômica e de outros agravantes comuns associados à doença.
3. Quilos a mais
O número na balança começou a subir? O estresse pode ser o culpado! "A secreção elevada de cortisol e insulina, associada a redução de outros hormônios, como o GH e a testosterona, pode contribuir para acúmulo de gordura corporal, bem como perda de massa muscular", explica o endocrinologista Faria. Outra razão, mais conhecida, é a mania de "descontar" as emoções na comida. "Alimentos ricos em gordura e açúcar favorecem a liberação de endorfinas no cérebro, que são substâncias que geram bem-estar. É natural que uma pessoa estressada, portanto, busque esse tipo de comida", diz o psiquiatra Kanomata.
Por outro lado, o desequilíbrio no metabolismo resultante do estresse também pode causar a perda de peso. Por isso, qualquer oscilação na balança, para mais ou para menos, deve ser levada em consideração, ok?
4. Pressão nas alturas
O aumento da pressão arterial é um resultado esperado diante de momentos em que a gente precisa agir com rapidez -- e é por isso que o coração também bate mais forte. O objetivo é o mesmo, preparar os músculos para lutar ou fugir. Acontece que se o estresse for contínuo, ela estará sempre elevada. A longo prazo, a hipertensão arterial pode se instalar de vez e, como consequência, aumentar o risco de doenças cardíacas. Segundo pesquisa publicada no Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, o aumento do cortisol, para quem já apresenta problemas cardiovasculares, eleva o risco de morte em até cinco vezes.
5. Dores pelo corpo
Por conta da tensão muscular, após um dia complicado, é normal a gente sentir dores em diversas partes do corpo. De acordo com o psiquiatra Kanomata, as cefaleias (popular dores de cabeça) são as mais comuns. Mas a região do pescoço e do ombro também estão suscetíveis. E, em casos mais graves, o estresse crônico está associado à fibromialgia, doença que se caracteriza por uma dor crônica que se manifesta predominantemente em um dos lados do corpo, entre outros sintomas.
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