É errado fazer abdominais todos os dias? Veja dicas para fortalecer barriga
Resumo da notícia
- Na busca para ter uma barriga definida, muitas pessoas cometem o erro de treinar o abdome todos os dias
- Ao fazer isso, você não permite que os músculos da região se recuperem e evoluam
- Após um treino intenso, o ideal é aguardar de 48 a 72 horas antes de repetir os exercícios para a mesma parte do corpo
Ter uma barriga seca e definida é um dos principais objetivos de grande parte das pessoas que frequentam a academia. E, para alcançar essa meta, muitos fazem exercícios abdominais todos os dias, achando que a tática vai acelerar o ganho de músculos na região. Porém, isso é um grande erro.
Os músculos do abdome são como os de qualquer outra parte do corpo e precisam de descanso para se recuperarem da atividade física, se adaptarem e se desenvolverem. Segundo Carlos Ugrinowitsch, professor da EEFE-USP (Escola de Educação Física e Esporte da USP Universidade de São Paulo), não dar um intervalo adequado entre os treinos de abdômen não traz nenhum efeito estético adicional.
"Um treino de três séries que leva a musculatura à fadiga precisa de 48 a 72 horas de recuperação. Não respeitar esse processo pode ter um efeito até negativo", alerta Paulo Gentil, mestre em educação física, doutor em ciência da saúde e professor na UFG (Universidade Federal de Goiás).
Além disso, se você consegue malhar o abdome todos os dias, provavelmente não está fazendo os exercícios na intensidade certa e levando a musculatura à fadiga extrema, o que é importante para ter resultados, de acordo com José Alberto Aguilar Cortez, professor doutor do Departamento de Esporte da EEFE-USP. Então, se a ideia é construir uma "barriga tanquinho", trate de aumentar a intensidade desses treinos e levar os músculos à exaustão. E, nos dias seguintes, deixe-os descansar!
5 táticas para turbinar o treino de abdome
- Fuja das aulas de 30 minutos Dificilmente alguém consegue cumprir esse tempo de treino para a região quando executa os exercícios com intensidade. "Então, acaba-se sacrificando a qualidade do movimento para conseguir fazer muitas repetições, oposto do que é preciso para qualquer músculo", comenta Gentil.
- Invista em uma maior amplitude de movimento Para ter intensidade, nem sempre é preciso colocar carga no exercício. No caso do abdome, é essencial aumentar a distância angular para deixar o treino intenso. Para isso, tire partes do corpo do contato com o solo. "No abdominal reto, por exemplo, não adianta tirar apenas os ombros do chão, é preciso tirar o meio das costas para dar sobrecarga no abdome", explica Gentil. Outra tática é usar bancos reclináveis para graduar e aumentar os desafios com maiores amplitudes. Lembre-se: a ideia é fadigar o músculo!
- Aposte em abdominais tradicionais Exercícios simples, como a prancha, o abdominal reto, o infra e o bicicleta são eficientes e trabalham bem a região. E por não ter "malabarismo" fica mais fácil para você entender o movimento que o músculo faz em cada um desses exercícios e executá-los da melhor maneira e com boa amplitude.
- Não conte repetições Use como fator delimitador de cada série a fadiga muscular no exercício. Ou seja, execute o movimento até a falha (o momento em que você não consegue realizar mais nenhuma repetição), descanse e depois repita a série conforme orientação do seu professor.
- Varie os exercícios no momento certo Mudar os exercícios é interessante, mas faça isso somente depois que houver adaptações do músculo --o que geralmente só acontece após cerca de dois meses de treino. Portanto, não adianta fazer cada dia uma série diferente para o abdome. "O treino precisa ser consistente e ter continuidade para dar resultado", reforça Gentil.
Não se esqueça da dieta
Vale lembrar que para ter um abdome definido não adianta só fazer abdominais. Para que os músculos da barriga apareçam, é essencial reduzir o percentual de gordura na região. E a melhor forma de conseguir isso é ter uma alimentação adequada para seu objetivo e investir em um treino completo, para o corpo todo e não só para o abdome. Isso porque o gasto calórico em exercícios para grandes grupos musculares (como pernas e costas) é maior do que os para a barriga.
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