Brasileiros criam biossensor para diagnóstico rápido e preciso de zika
Uma tecnologia de baixo custo para diagnosticar de forma rápida e precisa o vírus zika foi desenvolvida por pesquisadores ligados ao CDMF (Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais), um CEPID (Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão) apoiado pela FAPESP e sediado na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). Os resultados da pesquisa foram publicados nas revistas científicas Scientific Reports e Talanta.
O grupo de pesquisadores, liderado por Talita Mazon, do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, em Campinas, desenvolveu um biossensor portátil, econômico e simples de usar -- ideal para aplicações no ponto de atendimento. O custo estimado do dispositivo é de R$ 450.
Uma placa de circuito impresso comumente usada em aparelhos eletrônicos foi modificada pelos cientistas, que elaboraram um compósito de óxido de zinco e grafeno para imobilizar um anticorpo contra a proteína NS1 do zika em um eletrodo. A placa biossensora mostrou alta sensibilidade e seletividade para a proteína-alvo.
Com apenas uma gota de urina do paciente é possível fazer o teste e a presença da molécula viral se torna visível em gráficos na tela de um computador ou de um equipamento portátil, como um telefone celular.
Segundo Mazon, o importante é que o biossensor consegue distinguir o zika do vírus da dengue. As duas espécies aparentadas produzem proteínas semelhantes e a maioria dos testes existentes pode dar resultados falsos positivos e falsos negativos, comprometendo o tratamento.
"Conseguimos identificar o zika desde o primeiro até o oitavo dia da infecção", disse a pesquisadora à assessoria de comunicação do CDMF. O centro também recebe financiamento do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) por meio do INCTMN (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia).
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