Sabrina diz que vida sexual complicou após parto; por que a libido cai?
Mãe de Zoe, 6 meses, Sabrina Sato revela que o sexo após o nascimento da filha não é mais tão frequente como antes. "Durante a gravidez, a vida sexual foi uma maravilha. Até um pouco antes de a Zoe nascer, tudo estava perfeito. Agora, é um pouco mais complicado, porque não sobra tempo, né? Há outros compromissos, como amamentar, cuidar, ficar com ela", conta em entrevista concedida a Bruna Menegueço, da revista Crescer.
Segundo a apresentadora, 40 dias para retomar o sexo, como recomendam os médicos, parece piada. "É claro que demora muito mais do que isso para sentir vontade de novo. A maternidade real é uma mãe que passa a noite inteira sem dormir, amamentando, cansada, não tem como. E o parceiro tem de entender, por isso, é importante o diálogo entre o casal. Algo só é bom, quando é bom para os dois", disse na mesma entrevista.
A falta de apetite sexual nessa fase é muito comum. Um estudo da Associação dos Profissionais de Saúde Reprodutiva, nos Estados Unidos, revela que a volta do desejo, do prazer e da frequência das relações aos níveis anteriores à gravidez pode demorar até um ano.
No momento, Sabrina conta que está no processo de retomada dia após dia. "Nos cobramos muito como mães, mas não podemos nos anular diante dos acontecimentos que a chegada de um filho traz. Viver a maternidade, a dor e a delícia de ser mãe é importante? É. Mas não se pode deixar que esse reencontro consigo mesma seja o último tópico na sua lista de prioridade. Vale lembrar que esse processo transforma você em uma mulher mais forte, mais segura, que sabe o que quer e é muito mais interessante", revela.
Apesar de ser natural e bem comum ficar sem vontade de transar, a apresentadora tem razão, afinal, a maternidade não deve anular seus desejos como mulher. Algumas dicas podem auxiliar nesse processo de retomada da vida sexual.
Dê tempo ao tempo
A recomendação médica de quatro a seis semanas de resguardo sexual é apenas uma estimativa. Cada mulher é única e deve retomar a vida sexual quando se sentir pronta. "O pós-parto é uma fase hipossexualizada justamente para que o corpo feminino possa voltar ao estado pré-gravidez e dar a atenção devida ao recém-nascido", explica a ginecologista Carolina Ambrogini, sexóloga e coordenadora do Projeto Afrodite, centro de sexualidade feminina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
"É comum não ter desejo sexual por 90 dias ou mais pois após o parto ocorre uma queda brusca nos hormônios --inclusive na testosterona --, que leva à diminuição da libido", diz Ambrogini.
A dica da ginecologista é não deixar o tempo correr demais. Afinal, a intimidade do casal pode ficar comprometida sem uma frequência ou com ausência de sexo. Ou seja, é essencial dar uma escapada da rotina e investir na vida a dois.
Amamentação e lubrificação
O hormônio prolactina, responsável pela produção do leite --juntamente com a queda no estrogênio e na progesterona--, também tem influência a disposição sexual. "Nessa fase pode ocorrer uma leve atrofia da mucosa vaginal e uma diminuição na lubrificação, o que pode causar desconforto durante as relações sexuais", explica a ginecologista Erica Mantelli, de São Paulo.
A indicação, então, é recorrer ao lubrificante. Para as mulheres que amamentam em livre demanda e por um longo período, é prudente conversar com o ginecologista, que pode prescrever hidratante vaginal e, em casos mais severos, estrogênio tópico a fim de restaurar a umidade vaginal natural.
Sexo não é só penetração
É possível encontrar maneiras de contornar o incômodo na relação sexual. Beijos, carícias, masturbação mútua e sexo oral são ótimas formas de o casal manter a intimidade. Quando o casal estiver pronto para o sexo, a dica é evitar a posição "papai e mamãe" a fim de inibir dores. O ideal é iniciar em uma posição na qual seja possível controlar a profundidade de penetração --a mulher em cima ou os dois deitados de lado, por exemplo.
Perrengues do pós-parto
A rotina sexual sofre muita influência dessa fase marcada por exigências físicas e emoções ambivalentes. Noites maldormidas, a pressão pelo desempenho da função materna, as alterações físicas que podem abalar a autoestima e as adaptações necessárias à nova rotina do casal são fatores que levam a fragilidade emocional e esgotamento físico. Primeiro, é preciso identificar quais são as dificuldades e os conflitos envolvidos --pode ser estresse, cansaço, insegurança em relação ao novo papel de mãe, medo de engravidar novamente, receio de sentir dor na relação, entre outros motivos.
"Cada mulher vivencia a maternidade de forma única. Para preservar a vida a dois, é essencial que o casal mantenha a comunicação e a cooperação no dia a dia. Assim, a retomada da atividade sexual vai acontecer no momento em que os dois estiverem preparados", aconselha a psicóloga Renata Bolibio, da Divisão de Psicologia do Hospital das Clínicas (HC-FMUSP).
Sabrina conta que equilíbrio, principalmente nessa fase, é importante. "Vivemos buscando conciliar o lado mulher e mãe com trabalho e lazer. É uma busca constante. Priorizar a Zoe é instintivo, porque sei que o bem-estar dela é o meu, mas ela também precisa de uma mãe feliz, com a autoestima elevada, para que viva em um ambiente harmônico. E não posso deixar de dizer que o Duda tem sido muito compreensivo e amigo nessa etapa, porque ele sabe que não é fácil. Acho que quando tem amor, tudo dá certo", diz.
Veja algumas ideias que ajudam a aumentar o desejo:
- Quanto menos se faz sexo, menos vontade se tem de fazer. Então, é importante se programar para pensar sobre o assunto e ativar o romantismo entre o casal;
- Balancear as responsabilidades como família é primordial;
- Cuidar do corpo vai trazer disposição e levantar a autoestima. Atenção para não se abandonar. Looks confortáveis e bonitos vão trazer confiança;
- É fundamental separar um tempo para pensar na individualidade do casal. Um jantar romântico, uma massagem mútua e uma escapada ao cinema são artifícios para manter a chama acesa;
- Após os primeiros três meses, é saudável transferir o bebê para o quarto dele, o que vai favorecer a intimidade do casal. Afinal, não dá para se soltar na cama com o filho ao lado.
Fontes consultadas em matéria do dia 08/10/2018.
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