Perda de peso rápida e sem dieta? Isso é sinal destas 6 doenças
Subir na balança e perceber que alguns pesos foram eliminados sem esforço. Isso é um sonho para muitas pessoas. Porém, na verdade, pode ser um sinal de que algo não vai bem no organismo e indicar alguma doença.
Como saber se os quilos estão indo embora rapidamente e o corpo necessita de atenção? Inicialmente, é preciso reparar se entre um a três meses a pessoa perdeu mais de 5% do seu peso sem ter mudado a alimentação ou aumentado a atividade física. A partir daí, identificar outros sintomas, como fraqueza, queda de cabelos, tonturas, tremores, batimentos cardíacos acelerados, sudorese, sentir muita sede, urinar demasiadamente, alteração no padrão das fezes, entre outros.
Caso algum desses sinais se apresentem juntamente com a perda de peso rápida, o ideal é buscar a ajuda de algum médico para identificar se não há a presença de algum problema de saúde, como os seis que listamos abaixo.
Hipertireoidismo
Ocorre quando a tireoide produz excessivamente os hormônios tireoidianos (T3 e T4), que são responsáveis por regular o metabolismo. No hipertireoidismo, o excesso hormonal pode levar a um aumento do gasto calórico, tremores, irritabilidade e rápida perda de peso.
O diagnóstico da doença acontece por meio de exames de sangue que apontam os hormônios tireoidianos elevados e o TSH (hormônio produzido pela hipófise, glândula localizada no cérebro que controla a função da tireoide) baixo. Após ser detectado o hipertireoidismo, é preciso descobrir sua causa, que em boa parte das vezes é a chamada doença de Graves. Nela, além de emagrecer, o paciente pode apresentar alterações nos olhos, que ficam mais "saltados". Outras causas possíveis do hipertireoidismo são nódulos ou inflamação da tireoide.
Já o tratamento, claro, depende da causa do problema, mas geralmente é feito com medicamentos, administração de iodo radioativo ou, em alguns casos, cirurgia. O tratamento, seja ele qual for, irá encerrar a perda rápida de peso.
Diabetes
Existem diversos tipos de diabetes, os mais comuns são o 1, 2 e gestacional. A doença, independentemente do seu tipo, ocorre devido à falta, deficiência ou resistência da ação da insulina, que é um hormônio responsável por levar energia (glicose) para dentro da célula. Sem conseguir usar a glicose como "combustível", as células passam a utilizar a gordura corporal como fonte de energia, o que leva à perda de peso descompensada.
O diagnóstico do diabetes é feito pela dosagem de glicose no sangue. Quando a doença é detectada, o tratamento irá focar de início no equilíbrio do nível de glicose no sangue, por meio de de medicamentos orais ou injetáveis que estimulam ou facilitam a ação da insulina e a mudança de hábitos (dieta e exercício), dependendo do tipo de diabetes e cada paciente, claro.
Câncer
A doença por si só pode levar à redução de quilos na balança. No entanto, isso é mais comum quando o câncer está em estágio avançado ou metastático (já atingiu outras partes do corpo), ou então quando o tumor está localizado no pulmão, cabeça e pescoço ou no trato gastrointestinal, como no câncer de estômago, pâncreas e de esôfago.
A perda rápida de peso, no caso dos estágios avançados e metastáticos, se dá porque nesta situação o tumor libera substâncias chamadas de citocinas pró-inflamatórias, que aumentam o gasto energético do corpo e a perda de massa muscular, além de estimular a saciedade precoce e a anorexia, em que o paciente não tem fome ou vontade de comer.
Já quando a pessoa é diagnosticada com câncer de cabeça e pescoço, o processo de mastigação e deglutição pode estar alterado devido à localização do tumor, fazendo com que o paciente consuma alimentos mais pastosos ou até mesmo líquidos e que fornecem menos energia e proteína necessária para o dia.
Pacientes com câncer do trato gastrintestinal alto, principalmente esôfago e estômago, apresentam a perda de peso também pela própria localização do tumor que, se for no esôfago, pode dificultar a passagem do alimento. No estômago, a saciedade precoce pode acontecer, o que leva o indivíduo a consumir uma quantidade menor de alimentos.
O tratamento com suplementos alimentares e uma dieta equilibrada e balanceada pode ajudar a diminuir a perda de peso relacionada à doença em estágio avançado, assim como por conta da quimioterapia, imunoterapia ou das chamadas terapias alvos, que podem reduzir o peso da pessoa. Nos casos em que há obstrução mecânica do trato digestivo ou da cavidade oral, alguns procedimentos com prótese ou radioterapia local paliativa também podem ajudar a facilitar a passagem dos alimentos.
Problemas na região intestinal
Intolerância à lactose, doença celíaca e doenças inflamatórias, como síndrome do cólon ou intestino irritável, doença de Crohn e retocolite ulcerativa, são os problemas mais comuns que podem levar à perda rápida de peso. Muitos desses quadros geralmente são acompanhados de diarreia, o que faz com que o corpo não consiga absorver a quantidade suficiente de nutrientes necessários, o que leva a um déficit de energia. Dor, distensão abdominal e febre também são sintomas de algumas dessas condições.
Os exames para diagnóstico e tratamento, obviamente, variam conforme a doença. Entre as principais soluções estão mudanças no cardápio —com restrição a nutrientes que geram o problema (lactose, glúten, gorduras etc.), bebidas gaseificadas, condimentos —; redução de estresse, uso de medicamentos anti-inflamatórios e cirurgia.
Depressão
O problema, que afeta 350 milhões de pessoas no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), pode causar a perda ou o aumento de apetite, dificuldade para realizar tarefas cotidianas, sentimentos de impotência e culpa e, em casos mais graves, até mesmo pensamentos e tentativas de suicídio.
O diagnóstico da depressão é clínico, ou seja, não necessita de exames, baseando-se no conjunto de sinais apresentados pela pessoa. Os principais sintomas que indicam o quadro de depressão são alterações no humor —que pode ser caracterizado por sensação de tristeza e de angustia quase todos os dias —, perda da capacidade de sentir prazer nas coisas, alteração do apetite com consequente mudança no peso, alterações do sono e dificuldade na capacidade de tomar decisões.
O tratamento depende da gravidade. Depressões leves, por exemplo, podem ser tratadas com psicoterapia e a prática de atividades físicas. A partir de depressões moderadas já pode ser necessário o uso de medicamentos que atuem no sistema nervoso central, como os antidepressivos, que agem na regulação de neurotransmissores (serotonina e noradrenalina). Conforme o paciente vai melhorando, o que ocorre em algumas semanas após o início do tratamento, os sintomas da doença melhoram como um todo, inclusive o apetite.
Doenças causadas por vermes
Alguns tipos específicos de parasitas, como ascaridíase, amebíase e giárdia, causam um processo infeccioso no organismo que resulta em desconfortos gastrointestinais e diarreia. Esses sintomas prejudicam a absorção de nutrientes e consomem muita energia do corpo, o que leva a perda de peso.
O diagnóstico é feito primeiramente por meio do histórico clinico do paciente, depois, são realizados exames laboratoriais das fezes para se chegar exatamente ao resultado preciso. O tratamento envolve, na maioria das vezes, o uso de remédios antivermes que eliminam os parasitas do corpo e contribuem para o processo de retomada do peso normal.
Fontes: Fabio Trujilho, vice-presidente do departamento de obesidade da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia); Giuliano Mendes, cirurgião do aparelho digestivo e cirurgião oncológico, diretor do ECMI (Equipe de Cirurgias Minimamente Invasivas) e do Hospital Leforte, em São Paulo; Henrique Bottura, psiquiatra da Clínica Psiquiatria Paulista e do Hospital das Clínicas de São Paulo; Lívia Beraldo de Lima Basseres, psiquiatra pela Faculdade de Medicina do ABC, assistente da enfermaria de controle de impulsos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo); Maria Fernanda Barca, doutora em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da USP, membro da Sbem e da SEE (Sociedade Europeia de Endocrinologia); Paulo Olzon, clínico Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Ramon De Mello, oncologista clínico da Clinonco, em São Paulo e doutor em oncologia molecular pela Universidade do Porto, em Portugal; Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo; e Thaís Manfrinato Miola, nutricionista e supervisora de nutrição clínica do A.C.Camargo Câncer Center, em São Paulo.
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