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40% das pessoas que roncam são mulheres, e problema aumenta após menopausa

A redução do nível de alguns hormônios após a menopausa enfraquece a musculatura da garganta e prejudica a passagem de ar ao dormir - iStock
A redução do nível de alguns hormônios após a menopausa enfraquece a musculatura da garganta e prejudica a passagem de ar ao dormir Imagem: iStock

Do UOL VivaBem

22/06/2019 13h26

Resumo da notícia

  • Apesar de ser associado aos homens, o ronco e a apneia do sono também são comuns entre as mulheres
  • Excesso de peso, tabagismo, consumo de álcool e uso de medicamentos são alguns do fatores que favorecem o aparecimento do problema
  • Com a redução de alguns hormônios após a menopausa, os músculos da garganta tendem a enfraquecer o risco da mulher roncar aumenta

O ronco normalmente é associado aos homens. No entanto, um levantamento feito pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) aponta que quase 40% das pessoas com o problema no país são mulheres, e o distúrbio aumenta após a menopausa --condição que se inicia na faixa dos 50 anos.

O ronco tende a se tornar mais frequentes nessa fase da vida da mulher pois, com o fim do ciclo reprodutivo, há uma queda natural dos hormônios progesterona e estrogênio. Consequentemente, ocorre uma redução no tônus muscular das vias aéreas, dificultando a passagem do ar pela garganta, de acordo com Otávio Ferraz, cirurgião bucomaxilofacial, especialista no tratamento cirúrgico do ronco e apneia do sono e pesquisador em medicina e biologia do sono da Unifesp.

A menopausa está ligada ainda a outros distúrbios do sono, como a apneia obstrutiva --pausa respiratória enquanto a pessoa dorme, que também é provocada pelo enfraquecimento dos músculos ao redor da garganta. Essa interrupção é considerada leve quando ocorre de cinco a 15 vezes durante o sono; moderada de 16 a 30 vezes; e grave quando passa de 31 vezes.

"Quando o problema é moderado ou grave o sono fica fragmentado, o que pode provocar diversos problemas de saúde", alerta Cibele Dal Fabbro, dentista e doutora em medicina do sono pela Unifesp.

Como tratar o problema

Dependendo do diagnóstico, Ferraz explica que a alternativa é utilizar o CPAP (aparelho de pressão positiva contínua nas vias aéreas). Trata-se de um equipamento semelhante a uma máscara, usado durante à noite. Ele tem um compressor acoplado que libera um fluxo de ar (ajustado pelo médico de acordo com a necessidade do paciente) para desobstruir a garganta. Os especialistas garantem que o ronco cessa, mas o uso deve ser permanente, exatamente como se faz com os óculos para corrigir problemas de visão.

Outra opção, quando a pessoa não apresenta apneia, é utilizar para dormir aparelhos intraorais, que avançam a mandíbula, desobstruindo as vias aéreas e aumentando a passagem de ar. Ainda há situações nas quais uma cirurgia é mais indicada, com o reposicionamento dos ossos maxilares, que irão aumentar as dimensões da faringe, evitando as obstruções e tratando o ronco e a apneia.

Ferraz destaca ainda que, independentemente do tratamento, a pessoa precisa ter a consciência de que o bom resultado está diretamente ligado a uma rotina saudável. Isso inclui comer bem, praticar atividades físicas com regularidade e evitar certos hábitos, já que o ronco também pode ser provocado por problemas como obesidade, tabagismo, consumo de álcool, posição ao dormir e uso de medicamentos.

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