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Memória anda fraca e usa suplementos? Estudo mostra que eles não funcionam

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Imagem: iStock

Priscila Carvalho

Do UOL VivaBem, em São Paulo

01/07/2019 18h32

Resumo da notícia

  • Um novo estudo mostrou que suplementos para a memória não são eficazes
  • Os suplementos devem ser consumidos sob orientação médica e os únicos que são indicados para tratar doenças neurológicas são a B12 e ácido fólico
  • O ideal é seguir a dieta mediterrânea para evitar o surgimento de Alzheimer e demência e praticar atividades que estimulem o cérebro

Ômega 3, vitamina D, cafeína, coenzima Q10 e ginko biloba. Todos esses suplementos são vendidos com a promessa de melhorar ou retardar o aparecimento de doenças relacionadas à memória. O problema é que, segundo um estudo recente, eles não melhoram a saúde do cérebro.

O relatório apresentado por cientistas do Global Council on Brains Health mostrou que essas substâncias não tiveram seu impacto e eficácia comprovadas. Além disso, o trabalho ressaltou que não retardam ou revertem a doença de Alzheimer ou outras doenças neurológicas que causam demência em idosos saudáveis.

Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Linda Clare, uma das autoras do estudo, disse que o comércio desses produtos é feito de maneira desenfreada. "O grande problema é que essas coisas estão sendo comercializadas para as pessoas como se tivessem provas", ressalta.

Segundo a neurologista Sonia Bruck, membro da Academia Brasileira de Neurologia e do hospital das Clínicas, embora o trabalho não traga nada de novo, ele serve de alerta para pessoas que tomam suplementos de forma descontrolada e sem orientação médica.

Bruck ressalta ainda que vitaminas e minerais só devem ser suplementados quando estão em níveis baixos no organismo. É o caso da vitamina B12 e do ácido fólico que, em falta, podem levar à demência. "Esses dois nutrientes são os únicos que a ciência já comprovou que a falta pode provocar doenças neurológicas", diz.

De acordo com a especialista, o ginko biloba, por exemplo, é um dos mais consumidos erroneamente, já que não há nenhum tipo de comprovação de efeitos benéficos na memória. "Ele só melhora sintomas de tonturas e vertigens", explica.

Dieta equilibrada é mais importante

Estudos sugerem que para prevenir Alzheimer ou demência é essencial investir em uma alimentação adequada. Uma das dietas recomendadas pelos médicos é a mediterrânea, que é rica em peixes, grãos, azeite e nozes.

Em 2006, por exemplo, uma pesquisa feita Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, analisou 2,2 mil pessoas por quatro anos e descobriu que esse tipo de cardápio pode reduzir os riscos de Alzheimer em até 40%.

Bruck reforça que um dos pontos mais importantes é focar no convívio social, leitura de livros, línguas e outras atividades que estimulem o cérebro a pensar.

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