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Um antigo parceiro descobriu ter sífilis: doença pode ficar incubada?

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

06/08/2019 04h00

Sim, isso porque os sintomas das duas primeiras fases do problema podem ser bem discretos e imperceptíveis e a pessoa pode passar por eles sem notar, chegando à fase terciária (a mais grave de todas) entre dois e 40 anos depois da infecção. A sífilis, que é uma doença sexualmente transmissível causada pela bactéria de nome Treponema pallidum, possui diversos estágios, conheça-os melhor a seguir:

- Sífilis primária: é caracterizada pelo aparecimento de uma ferida não dolorosa, o chamado cancro sifilítico. Ela se desenvolve exatamente no local por onde entrou a bactéria, frequentemente nos órgãos genitais ou na mucosa da boca, e por ser indolor muitas vezes passa despercebida. Nesse estágio, o exame de sangue, chamado de teste de sífilis, pode não apresentar alterações. Com o passar de algumas semanas, esses sinais desparecem (até mesmo sem tratamento) e a sífilis entra na sua fase sem sintomas.

- Sífilis secundária: depois de 6 semanas ou até 6 meses, como a bactéria continua em evolução no organismo, a doença se manifestar mais uma vez, agora com aparecimento de manchas pelo corpo todo, febre, dor de garganta, gânglios infartados e lesões de pele nas palmas da mão e nas plantas dos pés. Caso a pessoa siga sem a orientação de um profissional da saúde (o que pode acontecer já que os sinais são comuns a outras doenças), os sintomas podem desaparecer e a doença entrar na chamada fase latente.

- Sífilis latente: nesse estágio, passam-se anos e até décadas e o paciente segue sem nenhum tipo de sintoma. Porém, a bactéria continua em atividade no organismo, o que pode fazer com que ocorra a forma terciária da doença.

- Sífilis terciária: considerada a fase mais perigosa da sífilis, ela pode deixar a pessoa com sequelas ao comprometer órgãos como o cérebro, podendo levar a quadros psiquiátricos ou neurológicos bem graves, como a demência e a cegueira. Há também lesões da artéria aorta, do coração e outros órgãos vitais. Essas complicações são graves podem levar à morte.

A partir do sumiço dos sintomas da sífilis primária, ela já passa a ser detectável por exames de sangue. Portanto, ao descobrir que teve relações sexuais com alguém com sífilis, a orientação é procurar imediatamente um posto de saúde para realizar os exames adequados e seguir o tratamento adequado. E é válido ressaltar, também, que mesmo depois de tratada, a pessoa pode ter a doença novamente, se for exposta a alguma situação de risco.

Fontes: José David Urbaez, diretor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia); Paulo Olzon, infectologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Dania Abdel Rahman, Infectologista do Hospital Albert Sabin, em São Paulo; João Prats, infectologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo

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