Doença do pombo: o que é criptococose e como preveni-la
Dois homens morreram na cidade de Santos, no litoral paulista, depois de contraírem criptococose, conhecida como "doença do pombo". José Wilson de Souza morreu no dia 19 de Julho e Mauro Sérgio Gil Senhorães faleceu no dia 23 do mês passado.
A infecção é ocasionada por um fungo que se desenvolve nas fezes de pombos. A contaminação ocorre, principalmente, quando o cocô fica seco e desidratado disseminando os esporos do fungo no ar. Ao inalar, a pessoa contrai a doença.
Os fungos neoformans e gattii são os mais comuns, levando a um quadro de meningite grave. "Normalmente, o fungo vai primeiro para o pulmão, mas há uma tendência de ele ficar no cérebro, prejudicando o sistema nervoso central", diz Flávio Telles, infectologista da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e professor associado de Saúde Coletiva da UFPR (Universidade Federal do Paraná). Um dos pacientes chegou a ficar em coma ao final da internação.
Segundo o especialista, a condição é mais perigosa em indivíduos imunodeprimidos. "Os casos giram em torno de 30%", ressalta.
Para Ricardo Leite, infectologista e professor da Unimes (Universidade Metropolitana de Santos), não há motivo para entrar em pânico, mas os casos servem de alerta. "A de esclarecer as circunstâncias entre os casos. Não tem nenhuma coincidência por ora. Mas como a doença não é tão comum, cria-se um alarde", diz.
Sintomas mais comuns
A doença demora cerca de 15 dias para se manifestar de forma crônica, dificultando o diagnóstico, levando a pessoa a achar que é uma forte gripe. O sintoma mais evidente se manifesta por meio de fortes dores de cabeça. Além disso, a pessoa pode apresentar visão dupla, vômitos, fraqueza, alteração motora e comprometimento da área cognitiva.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito de forma laboratorial. Um dos principais exames é o de líquor (líquido cefalorraquidiano- LCR), que auxilia no acompanhamento de meningite. O procedimento é feito por meio de punção lombar e dura alguns minutos.
Existe tratamento?
Sim. O tratamento pode durar até seis semanas e é feito com remédios fúngicos, que são aplicados diretamente na veia. Depois desta fase, os remédios são introduzidos via oral e, dependendo da evolução do quadro, continuará por até um ano.
Tem como prevenir?
Não se deve em hipótese alguma usar de meios cruéis para controlar a população de pombos. O ideal é controlar o acesso com telas de proteção e também evitar dar comida e água aos animais para que eles não permaneçam nos locais.
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