Alimentação saudável causa pum?
A chef argentina Paola Carosella abriu o jogo no Twitter sobre um assunto bastante inusitado: puns.
Isso mesmo. Em conversa com alguns seguidores, um deles escreveu que ela solta muito pum. A jurada do Masterchef não se acanhou, foi direta e respondeu: "Muito". Na sequência, explicou que a dieta dela rica em grãos integrais, legumes, verdura e frutas, "dá pum mesmo".
E ela tem razão: mesmo uma alimentação saudável pode causar flatulência. "Alimentos mais fermentativos, como alguns tipos de grãos e leguminosas, podem causar desconforto e maior produção de gases durante o processo digestivo", explica o gastroenterologista Alexandre de Sousa Carlos, médico assistente do departamento de gastroenterologia do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).
A produção de gases durante a digestão não é algo anormal: quando as bactérias do intestino fermentam os alimentos, eles acabam sendo liberados no processo. De acordo com o médico, no entanto, alguns alimentos têm maior potencial fermentativo, causando uma produção maior de puns.
É o caso dos carboidratos, como a batata-doce. O feijão é outro clássico dos puns: como tem um tipo de carboidrato (rafinose)*, ele tende a aumentar a formação dos gases. Brócolis, repolho e couve-flor também são conhecidos por seus efeitos "gasosos".
Dá para prevenir?
Como é um processo fisiológico normal, a produção de gases pelo intestino vai acontecer sempre que ingerirmos qualquer alimento. A questão é ficar atento ao próprio corpo para perceber se há sensibilidade para alguns deles e, em caso positivo, reduzir o consumo.
No caso do feijão*, por exemplo, é possível deixar os grãos de molho por ao menos 12 horas com uma mistura de água e uma colher de vinagre (descarte a água após o processo). Isso ajuda a reduzir a quantidade do componente que causa gases.
Fazer as refeições devagar e em um ambiente tranquilo também é importante. "Mastigar bem os alimentos evita a má digestão, um dos fatores que contribuem para a formação de gases" afirma Clarissa Hiwatashi Fujiwara, nutricionista do Departamento de Nutrição da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica).
Segundo ela, não é preciso parar de consumir o alimento, mas pode-se ingerir uma porção menor e ainda prestar atenção para não misturar em uma mesma refeição dois ou mais alimentos que possam causar gases em excesso.
Quando é sinal de algo mais sério?
A produção de gases é um processo fisiológico, ou seja, não há nada de anormal em produzir puns. O problema é quando há um excesso de flatulência, causando desconforto diário e muito incômodo.
Nesse caso, Carlos recomenda uma investigação médica, já que há algumas doenças que causam gases em excesso. "Intolerâncias ao glúten e à lactose, parasitoses e até doenças inflamatórias podem estar por trás do problema", diz o especialista.
Neste caso, é possível tratar a condição com medicamentos próprios, acompanhamento nutricional e a inclusão de probióticos na dieta para reequilibrar a flora intestinal.
Informações retiradas de matéria publicada em 13/07/2018.
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