Sete coisas que você nunca deve fazer com seu tênis de corrida
O tênis é o principal companheiro de quem corre, um equipamento essencial para garantir conforto em treinos e provas. E tão importante quanto escolher um modelo adequado ao seu perfil é saber cuidar do calçado, para garantir que ele mantenha a qualidade ao longo de sua vida útil.
A seguir, listamos erros comuns que podem fazer com que seu parceiro de corrida estrague mais rapidamente e o que fazer em cada situação para proteger seu par.
1. Lavar na máquina ou deixar de molho
Por mais que algumas máquinas atualmente tenham um modo de lavagem específico para calçados, os tênis de corrida não são projetados para resistir à submersão. Diversas partes deles são coladas e, apesar de a cola usada ser resistente, mergulhar o calçado na água afeta sua durabilidade. Claro que há momentos durante treinos ou provas em que o tênis se molha, mas isso não gera problemas. O perigo é deixar o pisante de molho por um tempo —e frequentemente.
Inclusive, o mais indicado é aceitar que o tênis vai ficar encardido com o uso e evitar lavá-lo. No cabedal (a parte de cima do tênis), por exemplo, há materiais mais frágeis, como o poliéster ou a poliamida. Esta parte de tecido é feita para dar estrutura e respirar, não para aguentar o atrito de uma limpeza que, mesmo delicada, pode ser abrasiva. Já a entressola até suporta ser esfregada com uma escova de dentes antiga com um pouquinho de sabão neutro, como o detergente de cozinha — o sabão de coco, eleito por muita gente na hora de limpar itens delicados, não se encaixa nesta categoria. E nunca use água quente, que pode alterar a estrutura do tênis.
2. Pendurar no varal pela língua
Fazer isso pode danificar a estrutura do calçado —lembre-se que o ideal é não lavar o acessório e, consequentemente, pendurá-lo no varal é algo que nem deveria ser necessário. Ah, mas e se o tênis encharcar devido a chuvas ou porque você teve de cruzar um rio durante uma prova? O ideal é tirar os cadarços e a palmilha (se possível), puxar a língua para fora (se não houver costura lateral prendendo) e deixar secando à sombra, em um local bem ventilado. Se estiver com pressa, pode usar um aspirador de pó no modo reverso ou um secador de cabelos (sempre no modo frio!) para acelerar o processo.
3. Tirar o tênis com os pés e sem desamarrar
Provavelmente, na pressa você já fez isso muitas vezes e achou que não teria problema algum. Mas tem. Descalçar o tênis usando a lateral do outro pé força as partes coladas, a junção da sola com a entressola e da entressola com o cabedal. Inclusive, muitas marcas não aceitam devoluções de calçados com problemas causados por esse processo, já que o entendem como uso indevido.
Para fazer valer a garantia do tênis e prolongar sua vida útil, vença a canseira que bate após o treino, agache e tire o tênis com calma, desamarrando-o e com o auxílio das mãos — quem recebe a newsletter de VivaBem leu esta dica antes, clique aqui para assinar e ter conteúdos exclusivos toda segunda-feira.
4. Secar ao sol
Esse é um hábito que agride o tecido, as borrachas, a estrutura e até a coloração do tênis. A recomendação é secar à sombra, também para evitar possíveis manchas que a luz solar pode causar se entrar em contato com algum resquício de sabão — caso você não tenha seguido a recomendação de não lavar o calçado. A máquina de secar também não é uma opção, já que seu uso pode causar o encolhimento do tecido.
5. Usar para outros esportes
Um tênis de corrida é feito para resistir a impactos verticais e movimentos de tração para trás dos pés. Quando o usamos para praticar outras modalidades, o sujeitamos a situações para as quais ele não foi projetado — movimentos laterais feitos em um jogo de tênis, chutes em uma bola de futebol ou o atrito com aparelhos de musculação, por exemplo. Além disso, você pode se prejudicar por não estar usando um calçado adequado àquela prática.
Outra desvantagem de utilizar o tênis de corrida para fazer outras atividades é que o desgaste da corrida fica menos nítido no calçado, podendo dificultar a análise da pisada e se já está no momento de aposentar seu parceiro de treinos.
6 - Dirigir
O atrito do tênis com o tapete de borracha ou o carpete do carro tende a provocar um desgaste na lateral e na parte de trás da sola e da entressola. Obviamente, tudo bem dirigir poucos quilômetros com o calçado, mas, se fizer disso um hábito, em longo prazo você vai notar os prejuízos.
O ideal é ter um calçado só para usar no dia o dia, quando for conduzir o carro. Depois do treino, uma saída é dirigir descalço. Assim, você dá uma folga para os pés e já deixa o tênis respirando (explicamos a importância disso no próximo item). E quem anda de moto precisa prestar mais atenção, pois o movimento de trocar a marcha pode desgastar e até rasgar o tecido do cabedal.
7. Guardá-lo com algo em cima
Seja no armário, seja dentro da mochila, fazer isso pode danificar o cabedal, pois ele é flexível e pode mudar seu formato se repetidamente sofrer pressão de outros objetos — ou até mesmo do próprio tênis, se você colocar um pé sobre o outro. O ideal é ter um espaço em que os calçados fiquem guardados sem estar empilhados nem deformados.
Outro problema é guardar o tênis imediatamente após correr, sem deixá-lo secar adequadamente. A umidade acumulada devido à transpiração dos pés transforma o calçado em um foco para a proliferação de bactérias, o que pode causar mau cheiro (chulé) e, em casos mais extremos, levar a infecções.
O recomendado é tirar as palmilhas e deixar o tênis respirar antes de guardá-lo — se quiser, você também pode usar bem pouquinho de um spray de limpeza específico para esse fim (produtos não específicos podem conter cloro e outras substâncias que agridem os materiais).
Fontes: Alexandre Godoy, ortopedista especialista em pé do Instituto de Ortopedia e Traumatologia da USP (Universidade de São Paulo); Rodrigo Carneiro, diretor técnico da Velocità, loja especializada em calçados de corrida; Anna Palhares, especialista em produtos da Nike do Brasil; Renato Guedes, gerente de calçados running Mizuno na Alpargatas.
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