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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Asma: tratamento contínuo evita evolução grave da doença

Doença precisa de acompanhamento para não se tornar fatal - iStock
Doença precisa de acompanhamento para não se tornar fatal Imagem: iStock

Luíza Tiné*

Do Blog da Saúde

01/09/2019 04h00

Considerada a quarta causa de internação (com mais de 140 mil hospitalizações por ano e 2.477 mil mortes em 2017, de acordo com o Datasus), a asma afeta cerca de 13% da população brasileira, incluindo adultos e crianças. "É uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que, se não for tratada, pode levar à morte", explica Tatiana Galvão, diretora de comunicação da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia).

Segundo ela, a forma mais grave da asma pode causar ataque súbito acompanhado com parada respiratória. "Na maioria dos casos de asma fatal, os sintomas aparecem com mais de um dia de evolução e se devem à associação de fatores como falta do uso de medicamentos de controle (os corticoides inalatórios), falta de adesão ao tratamento e de consultas regulares com o médico para seguir um plano de ação em caso de crises", conta a diretora.

Tatiana explica que a doença é gerada por fatores externos (alérgenos). "Os mais comuns são: inalação de poeira, mofo, fumaça e produtos químicos como tintas, perfumes e aerossóis; mudança brusca de temperatura; tempo frio; tempo seco; umidade; resfriados ou gripes; exercício físico e stress".

Foi o que aconteceu com a Marise Amaral, de 54 anos, secretária da Abra/SP (Associação Brasileira de Asmáticos), que sofre com a doença que foi desencadeada por um episódio psicológico. "Meu primeiro episódio com a asma foi aos 25 anos após uma depressão pós-parto. Tive uma crise de ansiedade muito forte e desencadeou minha primeira crise, que foi gravíssima", afirma a secretária.

Marise já tinha um agravante, a rinite, uma irritação e inflamação da membrana mucosa no interior da cavidade nasal. "A rinite era muito forte desde a adolescência. Ela foi se agravando e quando tive meu primeiro filho juntou a ansiedade com a rinite descompensada e desencadeou uma crise forte. O médico na época queria até me entubar, mas eu recusei, por causa do meu filho recém-nascido. No dia tomei uma medicação de forte e comecei um tratamento especial", relembra.

O medicamento associado às mudanças no ambiente ajudaram Marise a manter a asma sob controle. "Morava em uma casa pouco ventilada e com carpete, tive que mudar isso. Quase não uso roupas de lã. Uso uma medicação preventiva, que o SUS libera, constantemente, mas só isso não impede que eu tenha crise. Quando sinto que vou ter a crise, uso a medicação, tento me acalmar e fazer algumas manobras respiratórias que me ajudam a controlar. Claro que tem um ponto da crise que é necessário atendimento médico", explica.

Tatiana Galvão, diretora da SBPT, lembra que alguns medicamentos também podem desencadear asma. "Medicamento como os beta-bloqueadores para controle da pressão arterial, colírios para glaucoma, aspirina e outros anti-inflamatórios não corticoides", conta.

O tempo frio e seco piora a asma

O muco (secreção) é uma importante proteção das vias respiratórias. Quando o tempo está seco e frio, o muco fica mais espesso e mais difícil de sair e, por isso, as bactérias e vírus não são totalmente expelidos pelos pulmões.

Associado a um sistema imunológico mais enfraquecido, exposição à poluição atmosférica, entre outros fatores, pode haver mais incidência de crises alérgicas de asma e rinite, além de infecções, como a pneumonia.

Diagnóstico

O exame para detectar a doença é a espirometria, que avalia função pulmonar. A história clínica, o exame físico, além de testes de laboratório também são importantes para o diagnóstico.

Tratamento

O SUS (Sistema Único de Saúde) fornece tratamento gratuito desde 2011 aos asmáticos por meio do Programa Farmácia Popular. Medicamentos como brometo de ipratrópio, dirpoprionato de beclometasona e sulfato de salbutamol podem ser obtidos, gratuitamente, com a apresentação do CPF e da receita médica.

O objetivo do tratamento da asma é melhorar a qualidade de vida da pessoa, por meio do controle dos sintomas e pela melhora da função pulmonar. O tratamento medicamentoso é realizado junto com medidas educativas e de controle dos fatores que podem provocar a crise asmática.

O tratamento depende dos fenótipos da doença, classificados da seguinte maneira: asma de início na infância, asma relacionada à obesidade, asma de início na fase adulta, asma ocupacional, asma na gestação, asma associada à DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) e asma desencadeada por aspirina.
Deve-se tratar também outras doenças associadas à asma e que pioram o curso da doença, como rinossinusites, refluxo gastroesofágico, distúrbios psiquiátricos, DPOC e bronquiectasias.

Recomendações de prevenção

Evitar ao máximo a exposição aos alérgenos. O casaco que está no armário há muito tempo, por exemplo, vai ter acúmulo de mofo e poeira, o que pode desencadear uma crise. Por isso, é importante expor as roupas ao sol antes de utilizá-las.

  • Umidificar o ambiente e trocar o filtro do ar-condicionado.
  • Se manter hidratado e verificar periodicamente os pulmões: consultar o seu médico para um check-up de asma antes da temporada de gripes e resfriados.
  • Seguir o plano de ação para controlar a asma juntamente com o médico e atualizar com frequência o plano pessoal de ação contra a asma.
  • Caso o ar frio seja um gatilho para a asma, por exemplo, é importante se manter quente e seco e pesquisar as previsões do tempo antes de sair.
  • Evitar o contato com pessoas doentes e lavar as mãos regularmente é mandatório. Vacinar-se contra a gripe e os pneumococos também é essencial.
  • É imprescindível usar os medicamentos sabiamente: se lhe foi receitado um medicamento preventivo, certifique-se de utilizá-lo mesmo que já se sinta bem.
  • Verificar também se o dispositivo inalatório está sendo utilizado corretamente.

*com informações da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia).

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