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Artrite reumatoide: nova terapia renova esperanças de remissão em pacientes

Medicação via oral irá mudar a forma como a artrite reumatoide é tratada, acredita especialista - iStock
Medicação via oral irá mudar a forma como a artrite reumatoide é tratada, acredita especialista Imagem: iStock

Priscila Carvalho

Do VivaBem, em Fortaleza

06/09/2019 16h06

Resumo da notícia

  • Novo tratamento oral teve bons resultados para a remissão da artrite reumatoide
  • A doença é crônica e inflamatória, causando dor inchaço de várias articulações
  • 40% dos pacientes que usaram a nova medicação alcançaram a remissão, quando não há ocorrência de dor, inchaço e rigidez nas juntas por até seis meses

Novas descobertas sobre a remissão da artrite reumatoide prometem dar esperança aos pacientes que convivem com a condição.

"A revolução para a artrite reumatoide virá por meio dos remédios via oral", afirma Josef Smolen, professor de reumatologia da Universidade Federal de Viena, em entrevista exclusiva ao VivaBem durante o Congresso Brasileiro de Reumatologia, em Fortaleza, Ceará.

Crônica e inflamatória, a doença não tem cura e se manifesta por dor e inchaço de várias articulações em conjunto. Com o passar do tempo, novas articulações podem ser acometidas.

"Se antes a vida de pacientes que sofrem com a condição era marcada por remédios que precisavam ser refrigerados o tempo todo, ou por terapias intravenosa, essa realidade está perto de mudar", acredita.

Novo tratamento se mostrou eficaz na remissão

Chamado de Upadacitinibe, a nova medicação se mostrou eficiente na remissão de artrite reumatoide. Em um estudo feito pela biofamarcêutica AbbVie, a droga demonstrou resultados positivos em monoterapia para pacientes com a doença em estudo de fase 3, com aproximadamente 4.400 voluntários.

O remédio age na inibição da Jak 1, enzima que está dentro da célula e produz substâncias inflamatórias. Quando o remédio boqueia a ação dessa proteína, a produção inflamatória diminui e o paciente tem menos incômodo e inflamações. "O medicamento proporcionou um alívio da dor em até duas semanas e isso é muito positivo", ressalta Maiza Arruda, gerente médica de imunologia da AbbVie.

Durante 48 semanas, os pacientes foram monitorados e, ao longo do estudo, os cientistas puderam observar que na 26ª semana, 40% dos voluntários atingiram a remissão. "Cerca de 40% de pacientes não respondem às terapias atuais, isso abre porta para prognóstico melhor", afirma a gerente.

Os resultados foram tabelados a partir da aplicação de questionários e exames de sangue, que mostraram que os pacientes possuíam juntas menos comprometidas.

A droga já foi aprovada pelo FDA (Food and Drug Administration), órgão que regula esse tipo de produto nos EUA, no mês passado e aguarda aprovação da agência regulatória Anvisa aqui no Brasil até ano que vem.

Mas o que é remissão?

A artrite reumatoide não tem cura, por isso, falar em "controle" da doença abre portas para maior qualidade de vida do paciente. A remissão clínica é definida pela falta ou ocorrência mínima de sintomas, incluindo dor nas juntas, inchaço e rigidez matinal por um período de até seis meses. Mas, segundo o segundo Smolen, esse tempo é bastante pessoal e pode variar de paciente para paciente.

Para identificar se o indivíduo está em remissão, os médicos geralmente pedem exames de sangue, contagem de juntas inflamadas e aplicam questionários.

* A repórter viajou a convite da AbbVie indústria farmacêutica