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Tenho hábito de segurar espirros, isso pode me trazer algum problema?

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

10/09/2019 04h00

Se para evitar o espirro, o nariz ou a boca forem totalmente fechadas, esse hábito pode causar prejuízos, sim, mesmo que raramente. Normalmente isso está associado com outros problemas de saúde pré-existentes. Isso porque, ao segurar o espirro, ocorre um aumento maior da pressão de ar dentro do nariz. E se a pessoa tiver alguma condição que deixe suas veias e artérias mais frágeis, como aneurismas ou mal formações, pode haver uma ruptura desses vasos sanguíneos e ocorrer até mesmo um AVC (acidente vascular cerebral).

Além disso, com o aumento da pressão intranasal, se o indivíduo tiver alguma fragilidade nos ossos que separam o nariz do olho, parte do ar pode ir para trás do globo ocular e causar temporariamente dor e inchaço no olho. Segurar o espirro também pode causar outros problemas, como aumento da pressão dentro do olho em quem tem glaucoma, hemorragia na retina, fratura de costelas em indivíduos com osteoporose, lesão de artéria carótida, perda de audição por lesão do tímpano (mais raramente), entre outros.

O espirro nada mais é do que um reflexo normal do organismo diante do contato com substancias irritantes que caem na mucosa do nariz. Ou seja, ao inalar um pó, poeira, fumaça, ou até mesmo vírus e bactérias, a pessoa vai gerar um estímulo, que vai provocar o reflexo de expelir essa substância para fora com um alto fluxo de ar, que é o espirro.

E como não existe nenhuma forma efetiva de evitá-lo, o correto é impedir que as gotículas que vão sair do nariz e da boca ao espirrar sejam dispersas pelo ambiente. Para isso, coloque a mão, o antebraço ou um lenço protegendo as vias respiratórias. E lembre-se sempre de lavar as mãos com água e sabão após o espirro, ou faça uso do bom e velho álcool em gel.

Fontes: Danilo Sguillar, otorrinolaringologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Fausto Nakandakari, otorrinolaringologista do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo; e Pedro Ernesto Barbosa Pinheiro, otorrinolaringologista do Hospital Samaritano, em São Paulo.

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