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Caldo de cana é boa opção para quem treina; veja benefícios e como consumir

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Imagem: iStock

Thais Szegö

Colaboração para o VivaBem

13/09/2019 04h00

Apesar de a cana-de-açúcar ser tão abundante no país (somos o maior produtor mundial) a bebida extraída dela faz parte do cotidiano de poucos brasileiros.

Em parte, isso acontece porque muita gente tem receio de ingerir o caldo de cana por vir da mesma matéria-prima do açúcar. Mas o que essa turma não sabe é que a bebida é recheada de nutrientes e oferece muitos benefícios, inclusive para quem malha.

Veja a seguir os benefícios da cana de açúcar e como consumi-la:

1. Ajuda a retardar o envelhecimento

O caldo, além de outros produtos obtidos a partir da cana-de-açúcar, apresenta compostos com ação antioxidante e, por isso, reduz a ação danosa dos radicais livres que aceleram o desgaste celular no corpo todo, aumentando o risco de doenças como Alzheimer e Parkinson. Entre essas substâncias estão os flavonoides, a flavona lignana, os ácidos clorogênico e o cumárico.

2. Melhora o rendimento e a recuperação de quem pratica atividade física

Foi essa a conclusão de um estudo feito na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), no qual a garapa foi utilizada para matar a sede de jogadores de futebol das categorias de base e profissional da Associação Atlética Ponte Preta, de Campinas, no interior de São Paulo, e da Associação Atlética Caldense, de Minas Gerais. Em todos os casos os esportistas apresentaram melhora na performance e boa manutenção da massa muscular. De acordo com os autores da pesquisa, isso acontece porque ela é muito eficiente na reposição de carboidratos que ficam estocados nos músculos na forma de glicogênio, que é uma importante fonte de energia durante os exercícios, e ajuda no combate à fadiga.

3. Colabora na prevenção da anemia ferropriva

A anemia por deficiência de ferro corresponde a 90% dos casos. O caldo de cana é rico neste mineral, que é responsável por ajudar no transporte dos nutrientes e oxigênio pelo sangue. Quando ele está em falta, a pessoa pode sentir sintomas como cansaço, falta de apetite, palidez e tonturas.

4. Ajuda a regular o metabolismo

Nesse item os louros são do manganês, muito presente na bebida, que além desse benefício, favorece também o crescimento da estrutura óssea e a absorção dos nutrientes pelo organismo.

Quanto e como consumir o caldo de cana

Apesar de oferecer todos esses benefícios, o caldo de cana é muito calórico —um copo de 250 ml fornece 125 calorias — o que faz com que ele seja um alimento que deve ser consumido com parcimônia.

Não há propriamente uma quantidade e uma frequência exatas estabelecidas para consumo, pois isso depende muito do restante da dieta da pessoa e dos seus hábitos em relação às atividades físicas. Contudo, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), há a indicação de restrição da ingestão de açúcares livres —denominação que inclui além do açúcar e do caldo provenientes da cana, xaropes, mel, entre outros — para no máximo de 10% das necessidades calóricas individuais.

Tomando-se como exemplo uma dieta de 2.000 calorias para um adulto saudável, isso corresponderia a 50 gramas (200 kcal) de açúcares livres que podem ser transportados para a ingestão exclusiva de cerca de 300 ml de caldo de cana. Quem treina pode tomar 200 ml no pós-treino, o que já é o suficiente para repor o glicogênio muscular.

Cuidados com a higiene na hora da extração do líquido e com a conservação são muito importantes, já que a bebida estraga rápido, em temperatura ambiente dura apenas algumas horas.

Quem não deve consumi-lo?

Quem tem diabetes ou pré-diabetes deve riscar a bebida do cardápio, pois ela potencializa a elevação de açúcar no sangue. Pessoas obesas, com sobrepeso, pacientes renais crônicos ou com esteatose hepática, conhecida popularmente como gordura no fígado, devem evitá-la, a não ser que tenham o aval de um especialista.

Fontes: Clarissa Hiwatashi Fujiwara, nutricionista coordenadora de nutrição da Liga de Obesidade Infantil do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo); Daniel Barreto de Melo, nutricionista do Meniá Centro de Prevenção, em São Paulo; e Carolina Yamin Abdelnur, nutricionista da Clínica Dra. Maria Fernanda Barca, em São Paulo.