Cientistas usam técnica de edição de genes para tratar paciente com HIV
Pesquisadores da China usaram a tecnologia de edição de genes para tratar um paciente com HIV. Publicado no The New England, o estudo mostrou que a ferramenta de edição, chamada de CRISPR, foi usada em uma terapia experimental pela primeira vez.
Existem apenas dois casos no mundo de pessoas que acredita-se terem sido "curadas" do HIV, um paciente em Berlim e outro em Londres, que aparentemente tiveram o vírus eliminado depois de receberam um transplante de medula óssea de pessoas que naturalmente tinham uma mutação no gene CCR5.
Como é difícil conseguir um doador de medula com essa mutação específica, os cientistas decidiram então editar os genes de um doador e verificar se haveria mesmo uma melhora do quadro.
Apesar de não terem conseguido controlar a infecção do HIV no paciente, eles perceberam que a introdução de células geneticamente modificadas não causou outras mudanças acidentais nos genes do paciente, o que torna o procedimento um primeiro passo importante para a técnica.
Como o estudo foi feito
- O trabalho científico envolveu um único paciente com HIV que também desenvolveu leucemia;
- O voluntário precisou ser submetido a um transplante de medula óssea;
- Por causa do transplante, os pesquisadores aproveitaram para editar o DNA em células-tronco da medula óssea de um doador antes do paciente receber a medula nova;
- Para excluir um gene conhecido como CCR5, que fornece instruções para uma proteína que fica na superfície de algumas células imunológicas, os cientistas usaram o CRIPR. Segundo os cientistas, o HIV usa essa proteína como uma porta de entrada nas células.
- Um mês após o paciente ter recebido o transplante, sua leucemia estava em remissão completa. Os testes também mostraram que as células-tronco que foram editadas cresceram no corpo produziram células sanguíneas.
- No entanto, ao deixar o tratamento de HIV, o paciente voltou a ter contagem positiva para o vírus.
Por que isso é importante?
A falha ocorreu porque os cientistas não foram capazes de deletar o gene CCR5 em todas as células doadoras que foram colocadas no paciente. Ainda assim, eles ficaram animados com os resultados. "Acreditamos que essa estratégia é uma abordagem promissora para a terapia genética", disse em entrevista à Science, o autor Hongkui Deng.
Além disso, embora os resultados sejam promissores e apontem formas de melhorar a técnica, os cientistas destacam que esse tipo de tratamento de terapia gênica só foi possível porque o paciente também precisava de um transplante de medula óssea e, portanto, não é algo que possa ser aplicado em sua forma atual ao paciente com HIV médio.
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