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Vitamina K é boa para o coração e para os ossos; saiba quanto consumir

A vitamina K pode ser encontrada principalmente em vegetais de folhas verde-escuras - iStock
A vitamina K pode ser encontrada principalmente em vegetais de folhas verde-escuras Imagem: iStock

Danielle Sanches

Do VivaBem, em São Paulo

26/09/2019 04h00

Resumo da notícia

  • A vitamina K é importante para a coagulação e também para a saúde dos ossos
  • O consumo diário recomendado geralmente é atingido com uma alimentação variada
  • Folhas verde-escuras e alimentos de origem animal são as principais fontes desse nutriente
  • Em excesso, a vitamina K pode aumentar o risco de coágulos de trombose
  • A suplementação da substância deve ser feita apenas sob supervisão médica

Importante na ativação de proteínas que atuam na coagulação sanguínea e na fixação do cálcio no organismo, a vitamina K é um nutriente lipossolúvel que contribui para a saúde cardiovascular e dos ossos.

A substância, inclusive, foi reconhecida em um recente estudo do periódico Proceedings of National Academy of Sciences como um dos nutrientes que ajudariam a prolongar a vida do ser humano e a promover a saúde até a velhice.

Os tipos de vitamina K

A substância é comumente dividida em alguns subgrupos. A vitamina K1 (filoquinona), por exemplo, está presente principalmente em vegetais verdes, como alface, couve, brócolis e aspargos.

Já a K2 (menaquinona) é produzida por bactérias saudáveis no intestino, além de ser encontrada em alimentos de origem animal como leite, fígado e produtos fermentados. Há ainda a K3 (menadiona), versão sintética da vitamina K.

De acordo com Cristiane Hanashiro, nutricionista da BP - Beneficência Portuguesa de São Paulo, a vitamina K2 é mais biodisponível e biotiva, ou seja, é absorvida mais facilmente por corpo e tem um tempo maior de vida na corrente sanguínea. Por isso, tende a ser mais benéfica à saúde.

Ajudinha na coagulação

A vitamina K tem dois papéis importantes no corpo humano. Um deles é sua participação no processo de coagulação sanguínea. "Ela é fundamental para a síntese hepática de proteínas envolvidas no processo de coagulação, como a protrombina e os fatores de coagulação", diz Marcella Garcez Duarte, nutróloga e diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia).

O outro é sua atuação para regular o depósito de cálcio no organismo. "O nutriente tanto auxilia no processo de fixação do mineral nos ossos como também impede a calcificação dos vasos sanguíneos, protegendo o sistema cardiovascular como um todo", afirma Ana Luiza Ferreira Carneiro Brandão, nutricionista clínica do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília.

Quanto devo consumir?

A recomendação do Food and Nutrition Board, entidade americana que estabelece algumas recomendações alimentares internacionalmente, recomenda que homens com mais de 19 anos consumam 120 mcg de vitamina K, enquanto as mulheres na mesma faixa etária ingiram 90 mcg da substância.Já o Ministério da Saúde orienta o consumo de 65 mcg, independente do gênero.

"A diferença é que o órgão brasileiro possui uma recomendação mais focada nas necessidades brasileiras", explica Brandão.

Por estar presente em alimentos de diferentes grupos, geralmente com uma alimentação equilibrada e variada já é possível atingir essas quantidades diárias recomendadas de vitamina K.

Cuidado com a suplementação

A deficiência de vitamina K é rara, mas pode acontecer. Nesses casos, sangramentos e até hemorragias são o primeiro sinal de que ela está faltando no organismo.

Hanashiro explica que, como a vitamina é absorvida pelo intestino, problemas envolvendo o sistema gastrointestinal podem prejudicar a retenção de vitamina K. "Doenças como síndrome do colon irritável, doença de Chron [doença inflamatória e crônica do intestino] e mesmo o uso prolongado de antibióticos ou até cirurgia bariátrica podem requerer uma suplementação para reforçar a ingestão do nutriente", explica.

Recém-nascidos também podem apresentar uma deficiência de vitamina K ao nascer e sofrer com sangramentos e hemorragias. Para evitar esse quadro, o Ministério da Saúde recomenda uma injeção intramuscular de vitamina K na criança logo após o parto.

Em qualquer das situações, vale reforçar que a deficiência só pode ser diagnosticada por um especialista, que irá fazer o exame clínico e pedir mais análises, se necessário, para fechar o quadro. Isso é importante pois a suplementação sem supervisão pode levar ao excesso de vitamina K no organismo, o que representa um risco à saúde.

Em excesso, o nutriente pode aumentar o risco de coágulos e trombose e de icterícia, além da perda de função hepática. "O mais indicado é que a suplementação seja feita apenas com orientação médica", diz Duarte. Segundo ela, dificilmente é possível ingerir vitamina K em excesso apenas com a alimentação.