Com doença rara, filha de Vampeta passa por transplante do coração
Resumo da notícia
- Giovanna sofre de uma cardiomiopatia rara, de origem genética, que prejudicou o funcionamento do músculo do coração
- A menina, que mora nos EUA, precisou passar por um transplante para conseguir voltar a levar uma vida normal
- De acordo com os médicos, cardiomiopatia é o nome de um grupo de doenças que acometem o músculo do coração
- Embora seja grave, o quadro pode ser estabilizado com uso de medicamentos, como betabloqueadores
- Apenas quando não há resposta aos medicamentos é que os médicos optam pelo transplante, considerada a última linha de tratamento
A filha do ex-jogador de futebol Vampeta precisou passar por um transplante do coração após descobrir uma cardiomiopatia rara. A notícia foi revelada durante o programa Fantástico deste domingo (6).
Giovanna, de 16 anos, vive em Miami há cinco anos com a mãe, o padrasto e a irmã. Há alguns meses, ela passou mal e, inicialmente, os médicos acreditaram que poderia ser algo respiratório. Após exames, no entanto, ficou claro que a jovem sofria de uma doença grave no coração.
Embora não tenha dado mais detalhes da condição, a família revelou que Giovanna teve um tipo de cardiomiopatia, possivelmente de origem genética. No caso dela, os ventrículos (como são chamadas as câmaras inferiores do coração) se dilataram e perderam a capacidade de bombear sangue.
A gravidade do quadro foi tamanha que Giovanna chegou a precisar colocar dois aparelhos para ajudar o coração a bombear o sangue; nesses casos, o mais comum é a instalação de apenas um, mas o quadro dela era bastante delicado. A menina só foi salva após passar por um transplante cardíaco.
O que é cardiomiopatia?
Esse é o nome de um grupo de doenças que afetam o músculo do coração. "As miocardiopatias, como também são chamadas, são doenças que acometem o miocárdio, ou seja, a parte muscular do coração", explica Carlos Rassi, cardiologista e coordenador do Pronto-Atendimento do Hospital Sírio-Libanês de Brasília.
Segundo ele, existem alguns tipos específicos do problema, que pode ser congênito (quando a pessoa já nasce com alguma má-formação); genética (quando a doença se apresenta por meio da expressão errada de genes, que acabam influenciando no funcionamento do órgão); ou mesmo adquiridas (no caso de miocardites, isto é, uma infecção causada por vírus que prejudica o funcionamento do músculo).
Os principais sintomas do problema são cansaço excessivo, fraqueza, falta de ar e desconforto na região do tórax. "O exame clínico também costuma apresentar alteração no padrão de batimentos cardíacos e no som da ausculta pulmonar", diz o especialista. "A partir desse ponto, o médico pode pedir alguns exames laboratoriais e de imagem para fechar um diagnóstico", explica o especialista.
Eletrocardiograma, radiografia de tórax, ressonância magnética cardíaca, ecocardiograma, ecocardiograma com Doppler e tomografia computadorizada cardíaca, além de exames de sangue para pesquisas de doenças raras e/ou genéticas, costumam ajudar a solucionar 90% dos casos, diz Rassi.
Giovanna possivelmente sofria de cardiomiopatia dilatada, quando há uma dilatação das câmaras do coração, enfraquecendo a musculatura e impedindo seu funcionamento correto. "É um dos tipos mais comuns entre as cardiomiopatias", afirma Henry Abensur, cardiologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
De acordo com o médico, é importante que pessoas que têm casos na família busquem exames para avaliar o risco que possuem de desenvolver essas doenças, que podem causar também arritmias e morte súbita. "A prevenção ou o diagnóstico precoce ajudam e muito a evitar a evolução do quadro", diz.
Tratamento
O caso de Giovanna é considerado grave, ou seja, ela já estava no ponto em que o transplante de coração era a única opção de tratamento. No entanto, a maioria dos casos de cardiomiopatia podem ser controlados com medicamentos.
Os principais remédios utilizados são os betabloqueadores, que ajudam a proteger o músculo cardíaco. Há ainda a opção de combiná-los com outras classes de drogas, como os inibidores de enzima de conversão de angiotensina (iECA), os bloqueadores de receptores de angiotensina (BRA) ou os inibidores de neprilisina, que ajudam a melhorar a hemodinâmica cardiovascular.
Dependendo do grau da cardiomiopatia, o uso desses medicamentos pode estabilizar a doença por muitos anos, possibilitando uma vida relativamente normal ao paciente. "Há até casos em que há uma regressão da doença e a pessoa apresenta normalização da função cardíaca", diz Rassi.
O problema é quando mesmo o uso de medicamentos não impede a evolução da doença, e o paciente passa a apresentar os sintomas — falta de ar e cansaço — mesmo durante o repouso, ou seja, sentada ou deitada. "Nesse caso, a última linha de tratamento é mesmo o transplante", diz o cardiologista.
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