Vitamina A: a nutrição no combate às sequelas do sarampo
O Ministério da Saúde disponibilizou para os estados que estão com surto de sarampo 2.650 cápsulas de vitamina A. O suplemento deve ser usado em crianças menores de seis meses de idade com suspeita de sarampo. Esse público é mais suscetível aos danos causados pela doença, como cegueira e até óbitos, e a vitamina A auxilia na prevenção dessas complicações. Atualmente, dos seis óbitos registrados pela doença no país, quatro foram em crianças menores de um ano de idade.
Do total de cápsulas enviadas, 250 cápsulas (cinco caixas) foram para São Paulo, que concentra mais de 90% dos casos de sarampo. Outras 100 cápsulas (duas caixas) foram para os demais estados com registro da doença. Os estados são responsáveis pelo armazenamento e distribuição aos municípios. Novos envios poderão ser feitos pelo Ministério da Saúde, mediante solicitação do gestor local e a depender da disponibilidade de estoque. Atualmente já está disponível na rotina dos serviços de saúde, como parte do programa de suplementação de vitamina, a oferta de cápsulas de vitamina A, na concentração 100.000 UI, para crianças entre seis e 11 meses e 29 dias de idade, e de 200.000 UI para crianças maiores de 12 meses de idade.
Cada criança com suspeita de sarampo deve receber, via oral, duas doses da vitamina A 50.000 UI. A primeira dose deve ser administrada imediatamente ao momento da suspeita na Unidade de Saúde. Para diminuir os riscos de transmissão da doença, a segunda dose deverá ser administrada no dia seguinte, em domicílio. O profissional de saúde deverá orientar o responsável sobre o método de administração e os cuidados necessários para o devido armazenamento da capsula até o seu uso. Onde houver possibilidade, a recomendação é que a administração domiciliar seja supervisionada por profissional da equipe de Atenção Primária à Saúde e/ ou Vigilância em Saúde.
O sarampo é uma doença viral aguda similar a uma infecção do trato respiratório superior. É grave, principalmente em crianças menores de cinco anos, desnutridos e imunodeprimidos. A transmissão do vírus ocorre a partir de gotículas de pessoas doentes ao espirrar, tossir, falar ou respirar próximo de pessoas sem imunidade contra o vírus sarampo.
Fontes naturais de vitamina A
A nutrição exerce um papel importante no fortalecimento do sistema imunológico e, no caso das crianças, a vitamina A é fundamental. O leite materno fornece a quantidade do nutriente que as crianças precisam nos seis primeiros meses de vida quando é oferecido de forma exclusiva, ou seja, quando a criança recebe apenas o leite materno, sem nenhum outro alimento, chá ou água. As quantidades são suficientes para garantir a saúde, permitir crescimento normal e saudável, e para a manutenção de estoques suficientes da vitamina no fígado.
Além do leite materno, a vitamina A pode ser encontrada em alimentos de origem animal (leite integral, fígado), frutas e legumes de cor amarelo-alaranjada (manga, mamão, cenoura, abóbora), verduras verde-escuras (caruru, bertalha, couve), além de óleos e frutas oleaginosas (buriti, pupunha, dendê, pequi), que possuem substâncias transformadas em vitamina A no organismo humano.
Sarampo: dados atualizados
O Brasil registra 5.404 casos confirmados de sarampo em 19 estados, nos últimos 90 dias, o que representa um crescimento de 1,08% em relação ao último monitoramento. Os dados estão no novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, que corresponde ao período de 07/07/2019 a 28/09/2019 (SE 28-39). Ceará e Paraíba passaram a integrar a lista de estados com transmissão ativa da doença e 97,5% dos registros estão concentrados em 168 municípios de São Paulo, principalmente na região metropolitana. O atual boletim apresenta, ainda, 22.564 casos em investigação e 7.554 que foram descartados. Não há novos registros de óbitos.
Apesar da faixa etária de 20 a 29 anos apresentar o maior número de casos confirmados registrados, a incidência de casos em menores de um ano é 10 vezes maior em relação à população em geral. A cada 100 mil habitantes, 64 crianças nessa faixa etária obtiveram confirmação para o sarampo. A segunda faixa etária mais atingida é de um a quatro anos. Neste ano, até o dia 28/09, foram confirmados seis óbitos por sarampo: quatro óbitos ocorreram em menores de um ano de idade; e dois óbitos em adultos com 31 e 42 anos de idade. Destes casos, cinco não eram vacinados contra a doença, e um estava com a situação vacinal desconhecida
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