Linhaça ajuda a diminuir a acne, o colesterol e inflamações no organismo?
Há mais de uma década, a linhaça foi alçada ao posto de superalimento e passou a ser consumida regularmente por pessoas que buscam perder peso, manter a boa forma e ter uma vida mais saudável.
Entre os poderes conferidos à semente estão a capacidade de diminuir espinhas no corpo e baixar o nível de colesterol no sangue. Mas será que a linhaça tem mesmo essa capacidade?
Como a linhaça ajuda a diminuir espinhas
A resposta é sim. Isso se deve, principalmente, ao fato de essa semente, proveniente do linho e originária da Ásia, ser uma importantíssima fonte de ácidos graxos ômegas 3, gordura poli-insaturada que traz diversos benefícios ao organismo. A substância tem poder anti-inflamatório —e espinhas são fruto de uma inflamação na pele.
Essa gordura boa também é antioxidante, o que contribui para evitar a ação deletéria dos radicais livres sobre as células, auxiliando, assim, para a prevenção do envelhecimento precoce e a melhora da pele como um todo.
A linhaça ainda é uma poderosa fonte de fibras solúveis e insolúveis, que auxiliam no bom funcionamento do intestino, essencial para eliminar as toxinas e as impurezas do organismo e, consequentemente, a saúde da pele e a prevenção da acne.
Por que a linhaça reduz o colesterol
Diversas pesquisas já comprovaram que o ômega 3 e o ômega 6 (também presente na linhaça) ajudam a diminuir o nível de LDL (colesterol ruim) e aumentar o de HDL (colesterol bom) no sangue.
A semente ainda é rica em fitoesteróis, substâncias naturalmente presentes nas plantas e que, por terem estrutura similar ao colesterol, competem com ele para serem absorvidos. Essa ação se dá porque os fitoesterois apresentam grande afinidade química com as gorduras. Elas ocupam o lugar do colesterol na micela (estrutura gordurosa na qual ele precisa grudar para ser assimilado), favorecendo a sua eliminação pelo intestino.
Além disso, as fibras solúveis e insolúveis do alimento se ligam às moléculas de gordura e as carregam para o bolo fecal, para que sejam eliminadas naturalmente junto com as fezes.
Os especialistas ressaltam que a ingestão regular da linhaça, mesmo sendo um alimento extremamente benéfico para a saúde, não substitui nenhum tratamento que esteja sendo feito para controle do colesterol ou da acne, seja ele medicamentoso ou não.
Todos os benefícios da linhaça só se dão desde que ela seja utilizada dentro de uma dieta equilibrada e junto com todos os grupos alimentares.
Como consumir a linhaça?
Existem dois tipos de linhaça: a marrom e a dourada. No geral, elas não apresentam grandes diferenças nutricionais, apenas no sabor e na espessura da casca. A única coisa que pode ocorrer, e isso depende do tipo e local de plantio, é a marrom ter uma concentração um pouco maior de ômegas 3 e 6.
É importante saber que a linhaça oferece ao organismo o subtipo ácido alfa-linolênico (ALA). Apesar de ele ser menos ativo que os de origem animal, o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosahexaenoico (DHA), encontrados, sobretudo, nos peixes (salmão, sardinha e atum), uma parcela dele se converte nos demais, garantindo os benefícios.
O mais indicado é consumir a semente in natura, a própria semente, já que é mais rica em nutrientes. Só que, nesse caso, por sua casca ser dura e resistente à ação do suco gástrico, passando pelo organismo sem ser 100% absorvida, é preciso triturar ou moer antes. A recomendação é fazer isso com a quantidade que será usada em, no máximo, três dias e guardar em pote de vidro escuro ou opaco, bem fechado e dentro da geladeira, para evitar a oxidação.
As outras opções disponíveis para consumo são farinha, óleo e cápsulas. Quando se trata do óleo, a escolha deve ser pelo extravirgem, prensado a frio e não refinado. E é importante saber que ele não pode ser aquecido e que não tem as fibras da semente.
Na rotina alimentar, a linhaça é fácil de ser inserida nos pratos comuns do dia a dia. Ela pode, por exemplo, ser utilizada no preparo de massas, bolos, pães, tortas, biscoitos e tapiocas ou acrescentada a iogurtes, frutas, sucos, vitaminas, saladas, sopas, arroz e feijão.
Não existe um consenso quanto à quantidade a ser consumida por dia. O que os especialistas consultados pelo VivaBem recomendam é procurar um médico ou nutricionista antes de introduzir a linhaça na dieta, para que o profissional de saúde avalie a porção ideal para cada pessoa, até porque, quando em excesso, há o risco de provocar problemas gastrointestinais, como diarreia, gases e distensão abdominal.
Fontes: Alessandra Romiti, coordenadora do departamento de Cosmiatria da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia); Elisabeth Chiari. nutricionista, conselheira federal e diretora do CFN (Conselho Federal de Nutricionistas); Guilherme Renke, endocrinologista, com especialização em cardiologia pelo INC (Instituto Nacional de Cardiologia) e membro da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) e Marcela Voris, médica nutróloga da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia)
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