Estresse na gravidez aumenta chances de criança ter problemas de saúde
Resumo da notícia
- Estudo encontrou relação entre uma gravidez estressante e o risco de a criança ter infecções respiratórias, resfriados, febres e infecções de ouvido
- O estresse das mães foi medido por meio dos níveis do hormônio cortisol antes e depois de uma discussão com o parceiro e de avaliação de saúde mental
- O autor espera que os resultados forneçam ainda mais razões para um enfoque político no apoio à saúde mental durante a gravidez
Um estudo encontrou uma associação entre o nível de estresse da mãe na gestação e o risco de o bebê ter algum problema de saúde nos três primeiros anos de vida. A pesquisa foi publicada na edição de julho/agosto do periódico Psychosomatic Medicine.
Medido por meio do hormônio cortisol, o estresse entre as grávidas foi relacionado a crianças três vezes mais propensas a ter infecções respiratórias, resfriados, febres e infecções de ouvido.
O principal autor do estudo, Michael Roettger, da Universidade Nacional da Austrália, disse ao jornal The Sydney Morning Herald que, embora a descoberta precise ser analisada em mais pesquisas, ele espera que ela forneça ainda mais razões para os governos darem suporte à saúde mental durante a gravidez.
"Há muita atenção dada às mulheres grávidas na questão de evitar álcool, tabagismo, uso de substâncias e até cafeína. Mas agora também estão prestando atenção no tratamento da ansiedade e depressão pré-natais —esse estudo enfatiza que isso é importante não apenas para a mãe, mas também para criança", disse Roettger.
Como o estudo foi feito
- 123 mulheres que esperavam o primeiro filho forneceram amostras de cortisol salivar entre 12 e 32 semanas de gestação, antes e depois de uma discussão com o parceiro. As discussões também foram gravadas para permitir que os psicólogos classificassem o estresse vivenciado. As participantes também tiveram uma avaliação de saúde mental.
As mães relataram a saúde geral da criança e vários indicadores de doença infantil (consultas médicas, febre, ouvido e infecções respiratórias) quando as crianças tinham seis meses, um e três anos.
Os resultados mostraram uma associação entre as mulheres que tiveram níveis maiores de cortisol durante a gestação e o número de problemas de saúde nos filhos.
Tratamento e prevenção do estresse
Aprender a gerenciar o estresse exige, em primeiro lugar, uma avaliação da vida. Muitas vezes, as fontes de perturbação podem ser gerenciadas —sair mais cedo para evitar o trânsito e o medo de chegar atrasado; conversar com o colega que não responde quando você o cumprimenta e assim por diante. A razão e o autoconhecimento podem mostrar que é preciso dizer mais "não" ou buscar um trabalho que traga mais gratificação, por exemplo. Mas há problemas que não dependem apenas da pessoa.
Muitas vezes é preciso contar com o auxílio para aprender a gerenciar o estresse. Quando a situação já envolve sintomas de ansiedade ou depressão, ou quando o problema parece estar arraigado na personalidade, um psicólogo ou psiquiatra podem ser úteis. Modificar o estilo de vida também é fundamental para se evitar as consequências negativas. Veja algumas recomendações dos especialistas:
- Durma bem: a privação crônica de sono comprovadamente aumenta os níveis de cortisol. Não é à toa que, sem dormir direito, as pessoas ficam mais reativas, irritadas e comem mais. Ter uma rotina bem determinada, relaxar à noite com banhos e automassagem, além de desligar os eletrônicos ao menos uma hora antes de dormir são dicas para evitar a insônia
- Pratique atividade física regular: o exercício físico estimula a produção de endorfinas que promovem bem-estar, ajudam no sono e no relaxamento, por isso funciona como escudo contra os efeitos do estresse. Além disso, o movimento ajuda a canalizar a raiva e a frustração, o que é terapêutico. Uma simples caminhada pode trazer alívio em momentos de tensão. Por fim, praticar uma atividade ou esporte melhora a autoestima e a sensação de autocuidado, que também fazem a diferença na hora de enfrentar as adversidades
- Alimente-se de forma equilibrada: muita gente come com pressa e passa muitas horas em jejum, e os sintomas de hipoglicemia podem ser confundidos com os da ansiedade. Estimulantes como a cafeína e o excesso de açúcar também podem interferir no bem-estar
- Observe seus vícios: é comum recorrer ao álcool ou a drogas como uma forma de automedicação em períodos de sobrecarga, o que só irá gerar novos problemas. Se você perceber que está exagerando, procure ajuda
- Tenha um "par de ouvidos": ter alguém em quem confiar, seja um amigo, parente, consultor espiritual ou terapeuta é importante. Segundo estudos, só saber que se pode desabafar com alguém já ajuda, ainda que você não peça ajuda dessa pessoa
- Respire com o abdômen: a respiração diafragmática é natural nos bebês, mas, com o passar dos anos, as pessoas passam a respirar apenas com o tórax, o que nem sempre é suficiente para oxigenar o cérebro. Essa atitude básica é o ponto de partida de quase todas as técnicas de relaxamento porque realmente traz resultados
- Inclua prazer na sua rotina: almoçar com os amigos, assistir a bons filmes, passear no parque, fazer sexo, acariciar um animal de estimação, praticar um hobby...cada um tem a sua forma de cultivar o bem-estar. Essas atividades devem estar presentes nas fases difíceis. Se você perdeu a capacidade de sentir prazer, procure ajuda de um psicólogo ou psiquiatra
- Medite: diversos estudos comprovam os efeitos de diferentes técnicas de meditação no gerenciamento do estresse. Uma das vantagens dessas práticas é aprender a encarar os próprios pensamentos e sensações com distanciamento, o que aumenta o autocontrole
- Procure ajuda: buscar técnicas de relaxamento, biofeedback, neurobiofeedback, acupuntura, dança, grupos de autoajuda, bem como cultivar uma religião ou filosofia de vida são algumas medidas que podem melhorar sua relação com os estímulos estressores.
*Informações de matéria publicada no dia 14/08/18.
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